terça-feira, 31 de dezembro de 2019
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
NATAL SEM AÇUCAR...!
NATAL SEM AÇÚCAR, MELAÇO, ADOÇANTE.
PENSADO, REFLETIDO, SEM BEIJOS.
E ABRAÇOS, FESTAS, PRESENTES, MEDIDOS,
NA HIPOCRISIA DA RELIGIÃO MENTIROSA
QUE NOS ELEVA, E DE PÕE O DEUS MORMENTE ESQUECIDO.
PRESENTES TROCADOS, NÃO PRECISAM,
DIANTE DOS ESQUECIDOS.
NATAL É MAIS UM ÍDOLO. GUARDADO NO PEITO,
NAS LEMBRANÇAS, IMPOSTAS POR UM POVO
IDÓLATRA, PRECISA SE AJOELHAR, PARA PEDIR
MAIS DINHEIRO. SAÚDE, ALEGRIA, PRAZER, MARIDO,
FILHO, SEM CONSERTAR SEU ÍNTIMO PRIMEIRO.
FESTAS, BEBIDAS, ROUPAS NOVAS, CASAS ENFEITADAS,
DO ARTIFICIAL, POIS O VERDADEIRO LÁ NÃO EXISTE.
FOI SACRIFICADO,DERRUBADO,SAQUEADO,
PARA COMEMORAR QUEM DESCONHEÇO.
GASTOS, ENDIVIDAMENTOS, DÉCIMO TERCEIRO
USADO PARA
DEMONSTRAR A MUITA FÉ NO DINHEIRO.
NADA DISSO ENCONTROU, FOI ACONSELHADO,
A FUGIR PARA O ESTRANGEIRO. POVO IDÓLATRA,
PAGÃO, QUE NÃO COMIA PERU, BACALHAU,PANETONE,
MAS, ACOLHEU NOSSO SENHOR, OS DOUTORES DA IGREJA
SINALIZOU SUA MORTE, SEU POVO APLAUDIU,
QUEREMOS O SANGUE, DESSE BASTARDO, QUE
SE FAZ SALVADOR,LIVRE BARRABÁS,
QUE SEU SANGUE CAIA SOBRE NÓS, QUEREMOS O LADRÃO,
NÃO SALVAÇÃO...!
AO MEU IRMÃO JOSÉ CARLOS, EM MEMÓRIA.
HOJE SERIA SEU ANIVERSÁRIO.
TRIBUTO...!
Ao eminente professor da UFAM e pesquisador
Humberto Coelho Batista,
Companheiro, em Belém, PA, sempre amigo.
INCONSEQUÊNCIA E CORAGEM – UM CERTO ASPECTO REAL - Uma vez empreendi viagem que me levou a uma cidade cujo nome de origem Tupi, era Nhamundá, a 375 km de Manaus, 14.105,6 Km2, com 1,3 habitantes por km2, altitude de 17 m, aberta à exploração sustentável de suas florestas nativas, ao turismo e à pesquisa científica. O transporte sempre fluvial ou através de pequenos aviões.
Lá permaneci alguns dias, tendo conhecido habitante ilustre, aviador experiente, sonhador, inteligente. Interessante figura. O homem era um sucesso. Falava bem, de tal forma que se fizera famoso e apreciado. Tudo isso num misto de irreverência e ousadia.
Estávamos num vasto alpendre, onde ele apreciava o céu e eu a terra batida, úmida, de vegetação majestosa. Estávamos na Amazônia. Olhamo-nos e ele sorriu piedoso. Mais uma vez olhamo-nos e o estranho tomando a dianteira estendeu-me a mão que apertei em cumprimento.
- Muito prazer, disse. O Sr. demonstra gostar da natureza, da terra e das coisas que nela estão. Isso é bom. Eu, me embriago com os ares e as visões da terra que lá de acima vejo.
Apenas sorri porque nele notara certo exagero.
Respondi, com esforço, o prazer é meu. Ele falava, mas, não via nele um falador. Seus olhos fundos denotavam homem de meditação. Inadaptado. Ansioso. Fora de seu âmbito e realidade. Dizia estar em crise funcional, sem transportes, fossem pessoas ou coisas. Isso o deixava nervoso. Não conseguia ficar muito tempo sem voar. Era pássaro de asas emprestadas.
Fora aviador militar de muitas viagens. Fez-me convite para voar na manhã seguinte. Aceitei - também estava angustiado e só - e fui por ele levado a um pequeno avião. O homem simples que se fizera meu novo amigo, ao sentar na cabine de seu monomotor, transformara-se . Silencioso, seu olhar, sua postura eram de príncipes. Portava-se com autoridade.
Ajeitou-se na cadeira de comando. Buscou a chave que o faria ligar o motor da aeronave e a girou. Não obteve sucesso, o motor não pegava.
- Deve ser a bateria, disse. Tantos dias parado!.
Nada estranhei até o momento em que me pediu para dar um tombo na “máquina”. Sem reagir, fiz o que me pedira e o motor roncou. O avião, sob o comando do piloto, lançou-se na pequena pista, uma estrada, demonstrando valentia. Sem esforço fez-se ao ar, subiu, depois deslizou suave.
Tudo muito belo e atraente, parecia que as coisas tomavam configuração diferente naquele flutuar que nos conduzia ao céu. O vento forte brincava com a pequena aeronave, que vencia a atração exercida pelas frondosas árvores e permanecia voando. O piloto não se perturbava, encantado a seu modo, exigia do pequeno pássaro de aço continuar em voo vencedor e obediente.
A floresta, as árvores, os rios convidavam para um pouso experimental, uma queda magistral talvez, mas, o avião, orgulhoso de sua condição, mantinha-se em grito de liberdade. Subia e avançava.
O piloto chamava minha atenção para as casas que ficavam pequenas, para a terra que se nivelava, para os rios que sinuosos semelhavam linhas riscadas no papel. Tudo era encantamento, ao ponto de perdermos, especialmente ele o piloto, a noção do real.
Impetuoso e imprudente o aviador, lançava-se em desafios empolgantes. Eu ainda não percebera a situação em que me envolvera. Voar com um desconhecido inconsequente, num pequeno avião, que para subir precisou ser empurrado, não fora suficiente?
A natureza e seus caprichos. O ser humano, seus caminhos e descaminhos. O que fazia ali? Num momento de lucidez, almejei um rápido retorno, porém o orgulho ou a timidez me impedia de dizê-lo.
As temperaturas, dizem as normas, variam a cada quilômetro subido, diminuindo cerca de 7º C, gerando turbulência progressiva até uma área de melhor estabilidade. Um quilômetro era o limite de subida segura de um monomotor...
Nada disso sabia, sequer tinha condição de verificar essas condições. Estava nas mãos do carismático piloto.
Uma turbulência fez-me temeroso. Olhei para o piloto que sorria. O avião lentamente subia em círculos. Olhei para baixo, tudo pequeno. Com dificuldade distinguia casas e caminhos.
Agora em calmaria deslizávamos. Perguntei ao piloto a que altura estávamos. Ainda sorridente, respondeu: três quilômetros. Também, confiante e inocente, sorri. O piloto mostrava-me a beleza dos ares. Fazia curvas, subia, descia, acelerava. Disse-me estar com 75 nós de velocidade, aproximados 138 km/h.
Senti frio. Não sabia se o piloto se exibia ou se encontrava equilíbrio nas piruetas que fazia. O fato é que desejava retornar e por os pés novamente no chão firme, na terra batida.
Eram 16 horas. Uma chuva torrencial iniciara, Ventos fortes faziam o avião oscilar de um lado para o outro lado. Nada que preocupasse o experiente piloto. Meus receios, entretanto, aumentavam. Lá em baixo um verde belo, dominador, asfixiante nos convidava.
Depois de rápida descida e de uma subida vagarosa fugindo da borrasca de todas as tardes, o avião sofreu leve estremecimento.
Continuamos. Minutos depois, ouvi um pequeno estampido. O piloto olhou
rápido para os controles. Notou que o óleo baixava e que o ritmo do
motor perdera sincronismo. Passou uma das mãos pelo rosto. Olhou para
mim e fez com a mão esquerda o sinal de OK, com o polegar..
O avião perdia altitude lentamente. O óleo continuava a baixar de nível, informava o controle. A descida tornava-se mais rápida e acentuada. O piloto passou a denotar disfarçada preocupação. O seu olhar procurava-me mais vezes, até que confessou:
- Estamos numa emergência.
Gelei. Do motor, agora, saiam faíscas. Logo, ocorreria incêndio, a queda do avião e nossa morte. Apertei os dentes. Pedi a Deus perdão e misericórdia. Lembrei de minha família, da mulher amada, minha terra, meus amigos. Sobre ele, o piloto, apenas senti pena, que me pareceu suicida, posto que suava e sorria levemente. Era homem acostumado à essas situações, sempre superadas. Desligue o motor, sugeri.
- Não posso, preciso sair desse trecho, esvaziar o tanque ao máximo, chegar a uma planície, um pasto, ou ao Rio (Rio Nhamundá, banha os estados do Roraima, Amazonas e Pará, 17° afluente do Rio Amazonas e a principal via de navegação).
Tentou subir, sem sucesso. Procurava altura para mais percorrer e encontrar seu objetivo. Iria tentar aterrissagem forçada, passei a entender. O medo dominava-me. Depender da habilidade de outro não é coisa fácil. Saber que sua vida dele depende é pior.
Seria o destino? Uma fatalidade? Inconsequência por ter aceito convite de um estranho? Minha mente transformara-se
em tela onde filmes rápidos eram exibidos. Nesse observar, pensar e
sentir, um medo real passou a me dominar. Estava estático. O piloto
enrubescido, com as mãos crispadas no manche (volante do avião)
olhava-me com olhos de quem pede desculpas.
O motor pegou fogo. Sem alternativa o piloto o desliga e tenta expulsar a gasolina, temendo incêndio e explosão. O avião desce em velocidade crescente. Não planou. Ao longe casas, que já vislumbrávamos.
À direita, muitas árvores. E o Nhamundá, largo, extenso, àquela hora
opaco. O avião relutava. .O piloto me surpreendeu ao gritar:
- Passe para o banco de trás, atrás do meu. Preciso desviar daquelas casas. Suor ou lágrimas escorriam de seu rosto vermelho. Forçou o manche até o limite esquerdo, conseguindo elevar a asa direita do monomotor e iniciar curva abrupta.
O avião estava a pouco mais de 100 metros do solo, que se agigantava aos nossos olhos. O piloto buscava inclinar o avião para a esquerda em direção às árvores, que combatentes nos esperavam de frente.
A guinada deu certo. As casas passaram. Esperavam-nos as árvores. Novamente o piloto gritou:
- Pule para o banco da direita. Preciso chegar ao rio.
Não entendi sua intenção, contudo me atirei como pude, em obediência. As árvores, enormes, verdes, horríveis. Retorci-me, encolhi, prevendo o impacto, que veio, forte, estrondoso.
O piloto em manobra brusca jogara o avião para direita, atendendo ao comando, mas, não foi o suficiente. A pequena distância para a audaciosa manobra não o permitiu. Tentava fugir das árvores para alcançar o rio.
Olhando para mim fez o avião retornar à esquerda, arremessando-o de encontro ao caule frondoso de um angelim vermelho, no mesmo lado em que estava sentado, a cadeira de comando. Assim quis, desse modo ocorreu:.
A asa esquerda do monomotor desfez-se, o avião quase que abraçou a majestosa árvore. Vi-me projetado para a frente e nada mais percebi ou senti.
***
...Passaram-se oito dias desde o trágico acidente. Muitos ossos quebrados. O heroico piloto falecera. Sacrificara-se por mim ao lançar o avião contra o angelim no lado em que estava sentado. Tirou-me do choque frontal. Escapara da morte por milagre e pela personalidade altiva e ousada de um valente e inconsequente sonhador. Atraíra para si as consequências de sua total irresponsabilid ade, até o sacrifício máximo. Também livrara uma população de nativos por sentimento humano e cristão e extrema responsabilidad e. Em seu bolso encontraram algumas anotações:
1. Ontem conheci um cabra interessante. Fiz-me seu amigo, mas ele não sabe o porquê. 2. Lembra meu falecido irmão, com o qual fui injusto, e um pouco meu pai. 3. Parece triste. 4. Gosta daqui mas se vê engolido pela imensidão. 5. Parece querer viver situação já vivida. 6. Somos parecidos. 7. Claro, gostei dele. 8. Eu o convidei a voar. 9. Um pensador emotivo.
Um homem estranho. Disseram-me ser ex religioso, abandonado pela mulher, sem filhos. Um filósofo do povo que se debruçava em leituras de toda ordem. Magro, de pele branca, estatura média, de espírito brilhante, muito amado. Inquieto como a procurar sem nunca encontrar. Éramos realmente parecidos. Ele, um homem que não sabia medir as consequências, de extrema coragem ou que perdera a noção e o real significado da vida.
Nhamundá manteve-se em luto durante três dias. Na Câmara Municipal o nome do piloto foi honrosamente citado
Geraldo Leony Machado
SSA, 28.12.2019
--------------- --------------- --------------- --------------- ---------------
“Nhamundá é um município brasileiro no interior do estado do Amazonas, Região Norte do País. Pertencente à Mesorregião do Centro Amazonense e Microrregião de Parintins, localiza-se a leste de Manaus, capital do Estado, distando desta cerca de 375 quilômetros”.
“Área: 14.106 km², População: 18.198 (2008),PIB (IBGE/2013): R$ 129 066 mil, PIB per capita (IBGE/2013): R$ 6 521,14, Fundação: 31 de janeiro de 1956 (63 anos)”
17 h · Humberto Coelho Batista,
Companheiro, em Belém, PA, sempre amigo.
INCONSEQUÊNCIA E CORAGEM – UM CERTO ASPECTO REAL - Uma vez empreendi viagem que me levou a uma cidade cujo nome de origem Tupi, era Nhamundá, a 375 km de Manaus, 14.105,6 Km2, com 1,3 habitantes por km2, altitude de 17 m, aberta à exploração sustentável de suas florestas nativas, ao turismo e à pesquisa científica. O transporte sempre fluvial ou através de pequenos aviões.
Lá permaneci alguns dias, tendo conhecido habitante ilustre, aviador experiente, sonhador, inteligente. Interessante figura. O homem era um sucesso. Falava bem, de tal forma que se fizera famoso e apreciado. Tudo isso num misto de irreverência e ousadia.
Estávamos num vasto alpendre, onde ele apreciava o céu e eu a terra batida, úmida, de vegetação majestosa. Estávamos na Amazônia. Olhamo-nos e ele sorriu piedoso. Mais uma vez olhamo-nos e o estranho tomando a dianteira estendeu-me a mão que apertei em cumprimento.
- Muito prazer, disse. O Sr. demonstra gostar da natureza, da terra e das coisas que nela estão. Isso é bom. Eu, me embriago com os ares e as visões da terra que lá de acima vejo.
Apenas sorri porque nele notara certo exagero.
Respondi, com esforço, o prazer é meu. Ele falava, mas, não via nele um falador. Seus olhos fundos denotavam homem de meditação. Inadaptado. Ansioso. Fora de seu âmbito e realidade. Dizia estar em crise funcional, sem transportes, fossem pessoas ou coisas. Isso o deixava nervoso. Não conseguia ficar muito tempo sem voar. Era pássaro de asas emprestadas.
Fora aviador militar de muitas viagens. Fez-me convite para voar na manhã seguinte. Aceitei - também estava angustiado e só - e fui por ele levado a um pequeno avião. O homem simples que se fizera meu novo amigo, ao sentar na cabine de seu monomotor, transformara-se
Ajeitou-se na cadeira de comando. Buscou a chave que o faria ligar o motor da aeronave e a girou. Não obteve sucesso, o motor não pegava.
- Deve ser a bateria, disse. Tantos dias parado!.
Nada estranhei até o momento em que me pediu para dar um tombo na “máquina”. Sem reagir, fiz o que me pedira e o motor roncou. O avião, sob o comando do piloto, lançou-se na pequena pista, uma estrada, demonstrando valentia. Sem esforço fez-se ao ar, subiu, depois deslizou suave.
Tudo muito belo e atraente, parecia que as coisas tomavam configuração diferente naquele flutuar que nos conduzia ao céu. O vento forte brincava com a pequena aeronave, que vencia a atração exercida pelas frondosas árvores e permanecia voando. O piloto não se perturbava, encantado a seu modo, exigia do pequeno pássaro de aço continuar em voo vencedor e obediente.
A floresta, as árvores, os rios convidavam para um pouso experimental, uma queda magistral talvez, mas, o avião, orgulhoso de sua condição, mantinha-se em grito de liberdade. Subia e avançava.
O piloto chamava minha atenção para as casas que ficavam pequenas, para a terra que se nivelava, para os rios que sinuosos semelhavam linhas riscadas no papel. Tudo era encantamento, ao ponto de perdermos, especialmente ele o piloto, a noção do real.
Impetuoso e imprudente o aviador, lançava-se em desafios empolgantes. Eu ainda não percebera a situação em que me envolvera. Voar com um desconhecido inconsequente, num pequeno avião, que para subir precisou ser empurrado, não fora suficiente?
A natureza e seus caprichos. O ser humano, seus caminhos e descaminhos. O que fazia ali? Num momento de lucidez, almejei um rápido retorno, porém o orgulho ou a timidez me impedia de dizê-lo.
As temperaturas, dizem as normas, variam a cada quilômetro subido, diminuindo cerca de 7º C, gerando turbulência progressiva até uma área de melhor estabilidade. Um quilômetro era o limite de subida segura de um monomotor...
Nada disso sabia, sequer tinha condição de verificar essas condições. Estava nas mãos do carismático piloto.
Uma turbulência fez-me temeroso. Olhei para o piloto que sorria. O avião lentamente subia em círculos. Olhei para baixo, tudo pequeno. Com dificuldade distinguia casas e caminhos.
Agora em calmaria deslizávamos. Perguntei ao piloto a que altura estávamos. Ainda sorridente, respondeu: três quilômetros. Também, confiante e inocente, sorri. O piloto mostrava-me a beleza dos ares. Fazia curvas, subia, descia, acelerava. Disse-me estar com 75 nós de velocidade, aproximados 138 km/h.
Senti frio. Não sabia se o piloto se exibia ou se encontrava equilíbrio nas piruetas que fazia. O fato é que desejava retornar e por os pés novamente no chão firme, na terra batida.
Eram 16 horas. Uma chuva torrencial iniciara, Ventos fortes faziam o avião oscilar de um lado para o outro lado. Nada que preocupasse o experiente piloto. Meus receios, entretanto, aumentavam. Lá em baixo um verde belo, dominador, asfixiante nos convidava.
Depois de rápida descida e de uma subida vagarosa fugindo da borrasca de todas as tardes, o avião sofreu leve estremecimento.
O avião perdia altitude lentamente. O óleo continuava a baixar de nível, informava o controle. A descida tornava-se mais rápida e acentuada. O piloto passou a denotar disfarçada preocupação. O seu olhar procurava-me mais vezes, até que confessou:
- Estamos numa emergência.
Gelei. Do motor, agora, saiam faíscas. Logo, ocorreria incêndio, a queda do avião e nossa morte. Apertei os dentes. Pedi a Deus perdão e misericórdia. Lembrei de minha família, da mulher amada, minha terra, meus amigos. Sobre ele, o piloto, apenas senti pena, que me pareceu suicida, posto que suava e sorria levemente. Era homem acostumado à essas situações, sempre superadas. Desligue o motor, sugeri.
- Não posso, preciso sair desse trecho, esvaziar o tanque ao máximo, chegar a uma planície, um pasto, ou ao Rio (Rio Nhamundá, banha os estados do Roraima, Amazonas e Pará, 17° afluente do Rio Amazonas e a principal via de navegação).
Tentou subir, sem sucesso. Procurava altura para mais percorrer e encontrar seu objetivo. Iria tentar aterrissagem forçada, passei a entender. O medo dominava-me. Depender da habilidade de outro não é coisa fácil. Saber que sua vida dele depende é pior.
Seria o destino? Uma fatalidade? Inconsequência por ter aceito convite de um estranho? Minha mente transformara-se
O motor pegou fogo. Sem alternativa o piloto o desliga e tenta expulsar a gasolina, temendo incêndio e explosão. O avião desce em velocidade crescente. Não planou. Ao longe casas, que já vislumbrávamos.
- Passe para o banco de trás, atrás do meu. Preciso desviar daquelas casas. Suor ou lágrimas escorriam de seu rosto vermelho. Forçou o manche até o limite esquerdo, conseguindo elevar a asa direita do monomotor e iniciar curva abrupta.
O avião estava a pouco mais de 100 metros do solo, que se agigantava aos nossos olhos. O piloto buscava inclinar o avião para a esquerda em direção às árvores, que combatentes nos esperavam de frente.
A guinada deu certo. As casas passaram. Esperavam-nos as árvores. Novamente o piloto gritou:
- Pule para o banco da direita. Preciso chegar ao rio.
Não entendi sua intenção, contudo me atirei como pude, em obediência. As árvores, enormes, verdes, horríveis. Retorci-me, encolhi, prevendo o impacto, que veio, forte, estrondoso.
O piloto em manobra brusca jogara o avião para direita, atendendo ao comando, mas, não foi o suficiente. A pequena distância para a audaciosa manobra não o permitiu. Tentava fugir das árvores para alcançar o rio.
Olhando para mim fez o avião retornar à esquerda, arremessando-o de encontro ao caule frondoso de um angelim vermelho, no mesmo lado em que estava sentado, a cadeira de comando. Assim quis, desse modo ocorreu:.
A asa esquerda do monomotor desfez-se, o avião quase que abraçou a majestosa árvore. Vi-me projetado para a frente e nada mais percebi ou senti.
***
...Passaram-se oito dias desde o trágico acidente. Muitos ossos quebrados. O heroico piloto falecera. Sacrificara-se por mim ao lançar o avião contra o angelim no lado em que estava sentado. Tirou-me do choque frontal. Escapara da morte por milagre e pela personalidade altiva e ousada de um valente e inconsequente sonhador. Atraíra para si as consequências de sua total irresponsabilid
1. Ontem conheci um cabra interessante. Fiz-me seu amigo, mas ele não sabe o porquê. 2. Lembra meu falecido irmão, com o qual fui injusto, e um pouco meu pai. 3. Parece triste. 4. Gosta daqui mas se vê engolido pela imensidão. 5. Parece querer viver situação já vivida. 6. Somos parecidos. 7. Claro, gostei dele. 8. Eu o convidei a voar. 9. Um pensador emotivo.
Um homem estranho. Disseram-me ser ex religioso, abandonado pela mulher, sem filhos. Um filósofo do povo que se debruçava em leituras de toda ordem. Magro, de pele branca, estatura média, de espírito brilhante, muito amado. Inquieto como a procurar sem nunca encontrar. Éramos realmente parecidos. Ele, um homem que não sabia medir as consequências, de extrema coragem ou que perdera a noção e o real significado da vida.
Nhamundá manteve-se em luto durante três dias. Na Câmara Municipal o nome do piloto foi honrosamente citado
Geraldo Leony Machado
SSA, 28.12.2019
---------------
“Nhamundá é um município brasileiro no interior do estado do Amazonas, Região Norte do País. Pertencente à Mesorregião do Centro Amazonense e Microrregião de Parintins, localiza-se a leste de Manaus, capital do Estado, distando desta cerca de 375 quilômetros”.
“Área: 14.106 km², População: 18.198 (2008),PIB (IBGE/2013): R$ 129 066 mil, PIB per capita (IBGE/2013): R$ 6 521,14, Fundação: 31 de janeiro de 1956 (63 anos)”
Público
domingo, 29 de dezembro de 2019
NATAL...!
O NASCIMENTO DE JESUS
O NATAL TÃO FESTEJADO,
NÃO TEM NADA PARECIDO,
COM O ACONTECIDO.
NÃO HAVIA ESTALAGEM, FAMÍLIA
CANSADA. CHEIA DE TANTOS CHEGADOS.
PASSOU À NOITE NO ESTÁBULO.
O PREVISTO ACONTECEU, AGUARDADO,
PARTO NORMAL ASSISTIDO, JOSÉ MARIDO OBEDIENTE.
CUMPRIA-SE À VONTADE DO PAI, DESDE A GESTAÇÃO.
NASCIMENTO DO VARÃO. LOCAL NOS PLANOS
DA CRIAÇÃO.
O TEMPO PASSOU, ELE CRESCEU, MORREU POR VOCÊ E EU.
FACE DESCONHECIDA TENTA MANIPULAR, VENDER O QUE
ELE NÃO FEZ. ESTÁTUAS, MEDALHAS, UM MILHÃO
DE TENTATIVAS DE ENRIQUECER, SEM CONHECER.
SURRUPIADAS, NINGUÉM SABE O ROSTO, O TAMANHO, A COR
DOS CABELOS. IMAGINAÇÃO DO HOMEM PARA GUARDAR OU USAR UM MEDALHÃO.
ADORAÇÃO OU EMPOLGAÇÃO? DESCONHECEM MAS SÃO
ADORADORES DUROS, AGUERRIDOS, MENTEM PARA SI MESMOS, UMA IMAGEM
MODIFICADA
DAQUELE QUE FOI
AO GÓLGOTA, POR VOCÊ. LÁ, SOFRIDO, POUCOS
ESTAVAM. MUTILAÇÃO, SANGUE,
ÓDIO, PERDÃO, LÁ CONSUMA A SUA CONCEPÇÃO.
LÁ VOCÊ É SALVO, É LAVADO NO SANGUE QUE DESCE DO
PEITO DESNUDO
CRAVADO DE LANÇA, ENTRADA PARA O NOVO
NASCIMENTO.
DO HOMEM NO SANGUE ESCORRIDO,
VOCÊ É NASCIDO, O NATAL QUE SE REPETE, A QUALQUER
DIA HORA,
MÊS, ANO, VAI DEPENDER DE VOCÊ. DE MIM, DE TODOS,
QUE ABREM O CORAÇÃO.
QUE BATE NO PEITO GRITA: QUERO PERDÃO!
Dionê
Leony Machado
Die Geburt Jesu
WEIHNACHTEN SO GEFESTET,
NICHTS WIE ES,
MIT DEM EVENT.
KEINE TINTE, FAMILIE
Müde. VIELE ANKÜNFTE.
Er verbrachte die Nacht im Stall.
Die Prognose geschah
UNTERSTÜTZTE NORMALE GEBURT, JOSÉ OBEDIENT HUSBAND.
SEIT DER SCHWANGERSCHAFT VOLL ZUM VATERWILLEN ERFÜLLT.
EBERGEBURT. PLAN IN PLANEN
SCHÖPFUNG
Die Zeit ist vergangen, sie ist gewachsen, sie ist für dich und mich gestorben.
UNBEKANNTES GESICHT VERSUCHT ZU HANDHABEN, WAS ZU VERKAUFEN
ER HAT NICHT. Statuen, Medaillen, eine Million
Versuche dich anzureichern, ohne es zu wissen.
ÜBERRASCHT KENNT NIEMAND DAS GESICHT, DIE GRÖSSE, DIE FARBE DES HAARES. VORSTELLUNG DES MANNES, EINE MEDAILLE ZU HALTEN ODER ZU TRAGEN.
ANBETUNG ODER EMPOLGATION? UNBEKANNT, ABER SIE SIND HARTE LIEBHABER, EILEN SIE, LIEGEN SIE IHNEN, EIN MODIFIZIERTES BILD
DAS WAS WAR
FÜR SIE ZUM GLOGO. ES GIBT WENIGE LEIDENDE. Verstümmelung, Blut,
HASSE, VERGEBE, VERBRAUCHE DEINE KONZEPTION.
DORT WERDEN SIE GERETTET, WASCHEN SIE SICH IM BLUT, DAS VOM SCHUB HERUNTERGEKOMMEN IST
Speer mit Stacheln, der zur Neugeburt eingesetzt wurde.
VON MANN IM GEZEICHNETEN BLUT,
DU BIST GEBOREN, WEIHNACHTEN WIEDERHOLEN, JEDERZEIT,
Monat, Jahr, es wird von Ihnen abhängen. ICH ALLE, DIE DAS HERZ ÖFFNEN.
WAS SCHLÄGT AUF DEM WAPPEN: ICH MÖCHTE VERGEBEN!
Dionê Leony Machado
WEIHNACHTEN SO GEFESTET,
NICHTS WIE ES,
MIT DEM EVENT.
KEINE TINTE, FAMILIE
Müde. VIELE ANKÜNFTE.
Er verbrachte die Nacht im Stall.
Die Prognose geschah
UNTERSTÜTZTE NORMALE GEBURT, JOSÉ OBEDIENT HUSBAND.
SEIT DER SCHWANGERSCHAFT VOLL ZUM VATERWILLEN ERFÜLLT.
EBERGEBURT. PLAN IN PLANEN
SCHÖPFUNG
Die Zeit ist vergangen, sie ist gewachsen, sie ist für dich und mich gestorben.
UNBEKANNTES GESICHT VERSUCHT ZU HANDHABEN, WAS ZU VERKAUFEN
ER HAT NICHT. Statuen, Medaillen, eine Million
Versuche dich anzureichern, ohne es zu wissen.
ÜBERRASCHT KENNT NIEMAND DAS GESICHT, DIE GRÖSSE, DIE FARBE DES HAARES. VORSTELLUNG DES MANNES, EINE MEDAILLE ZU HALTEN ODER ZU TRAGEN.
ANBETUNG ODER EMPOLGATION? UNBEKANNT, ABER SIE SIND HARTE LIEBHABER, EILEN SIE, LIEGEN SIE IHNEN, EIN MODIFIZIERTES BILD
DAS WAS WAR
FÜR SIE ZUM GLOGO. ES GIBT WENIGE LEIDENDE. Verstümmelung, Blut,
HASSE, VERGEBE, VERBRAUCHE DEINE KONZEPTION.
DORT WERDEN SIE GERETTET, WASCHEN SIE SICH IM BLUT, DAS VOM SCHUB HERUNTERGEKOMMEN IST
Speer mit Stacheln, der zur Neugeburt eingesetzt wurde.
VON MANN IM GEZEICHNETEN BLUT,
DU BIST GEBOREN, WEIHNACHTEN WIEDERHOLEN, JEDERZEIT,
Monat, Jahr, es wird von Ihnen abhängen. ICH ALLE, DIE DAS HERZ ÖFFNEN.
WAS SCHLÄGT AUF DEM WAPPEN: ICH MÖCHTE VERGEBEN!
Dionê Leony Machado
THE BIRTH OF JESUS
CHRISTMAS SO FESTED,
NOTHING LIKE IT,
WITH THE EVENT.
NO INK, FAMILY
WEARY. FULL OF MANY ARRIVALS.
He spent the night in the stable.
THE FORECAST HAPPENED
ASSISTED NORMAL BIRTH, JOSÉ OBEDIENT HUSBAND.
FULFILLED TO FATHER'S WILL, SINCE PREGNANCY.
BIRTH OF BOAR. PLAN IN PLANS
CREATION
Time has passed, it has grown, it has died for you and me.
UNKNOWN FACE TRIES TO HANDLE, SELL WHAT
HE DIDN `T DO. Statues, medals, one million
ATTEMPTS TO ENRICH WITHOUT KNOWING.
SURPRISED, NOBODY KNOWS THE FACE, SIZE, THE COLOR OF HAIR. IMAGINATION OF MAN TO HOLD OR WEAR A MEDAL.
WORSHIP OR EMPOLGATION? UNKNOWLEDGE BUT THEY ARE HARD LOVERS, HURRY, LY TO THEM, A MODIFIED IMAGE
THAT WHICH WAS
TO THE GLOGO FOR YOU. THERE, SUFFERED, FEW WERE. MUTILATION, BLOOD,
HATE, FORGIVE, CONSUMES YOUR CONCEPTION.
THERE YOU'RE SAVED, WASHED IN THE BLOOD THAT COMES DOWN FROM THE NUDGE
Spiked spear, entered for new birth.
OF MAN IN THE DRAWN BLOOD,
YOU'RE BORN, CHRISTMAS REPEATING, ANY TIME,
MONTH, YEAR, IT WILL DEPEND ON YOU. ME, ALL, THAT OPEN THE HEART.
WHAT HITS ON THE CREST: I WANT FORGIVE!
Dionê Leony Machado
CHRISTMAS SO FESTED,
NOTHING LIKE IT,
WITH THE EVENT.
NO INK, FAMILY
WEARY. FULL OF MANY ARRIVALS.
He spent the night in the stable.
THE FORECAST HAPPENED
ASSISTED NORMAL BIRTH, JOSÉ OBEDIENT HUSBAND.
FULFILLED TO FATHER'S WILL, SINCE PREGNANCY.
BIRTH OF BOAR. PLAN IN PLANS
CREATION
Time has passed, it has grown, it has died for you and me.
UNKNOWN FACE TRIES TO HANDLE, SELL WHAT
HE DIDN `T DO. Statues, medals, one million
ATTEMPTS TO ENRICH WITHOUT KNOWING.
SURPRISED, NOBODY KNOWS THE FACE, SIZE, THE COLOR OF HAIR. IMAGINATION OF MAN TO HOLD OR WEAR A MEDAL.
WORSHIP OR EMPOLGATION? UNKNOWLEDGE BUT THEY ARE HARD LOVERS, HURRY, LY TO THEM, A MODIFIED IMAGE
THAT WHICH WAS
TO THE GLOGO FOR YOU. THERE, SUFFERED, FEW WERE. MUTILATION, BLOOD,
HATE, FORGIVE, CONSUMES YOUR CONCEPTION.
THERE YOU'RE SAVED, WASHED IN THE BLOOD THAT COMES DOWN FROM THE NUDGE
Spiked spear, entered for new birth.
OF MAN IN THE DRAWN BLOOD,
YOU'RE BORN, CHRISTMAS REPEATING, ANY TIME,
MONTH, YEAR, IT WILL DEPEND ON YOU. ME, ALL, THAT OPEN THE HEART.
WHAT HITS ON THE CREST: I WANT FORGIVE!
Dionê Leony Machado
JOGOS...!
PRESIDENTE,
CREIO QUE PODERÁ RESOLVER O PROBLEMA DO INSS, OU OUTRO
QUE PRECISE DE MILHÕES.
LEGALIZE OS JOGOS CLANDESTINOS.
MILHÕES QUE ESCAPAM DA LEGISLAÇÃO.
FUNCIONÁRIOS CLANDESTINOS, SEM CARTEIRA ASSINADA.
SEM IMPOSTOS, SEM GARANTIAS DOS SALÁRIOS E DE
EMPREGO.
DINHEIRO QUE PODERIA IR PARA A EDUCAÇÃO, SAÚDE, VAI
PARA ESCOLAS DE SAMBA, E OUTROS DESSERVIÇOS. O POBRE MORRE ESTIRADO, SEM
QUALQUER LEGISLAÇÃO.
DINHEIRO DESVIADO, LAVADO, ESCONDIDO DO LEÃO.
DONOS E RIVAIS MATAM-SE. BRIGAS DE GALOS ENTRE OS
VALENTÕES.
O POVO PEQUENO, ESQUECIDO, É JOGADO NUM BURACO,
TENTANDO FUGIR DO ENDEUSADO.
COM JOGO LEGALIZADO, ESPAÇOS RESERVADOS,
QUADRILHAS ORGANIZADAS, BANCAM OS VICIADOS, NÚMEROS
SONHADOS, TENTANDO ENRIQUECER.
ESTÁ NA HORA DE MUDAR.
DE LEGALIZAR. OS DITADORES DO PODER ARRANCAM DO
VICIADO, NUM JOGO
DE CARTAS MARCADAS, GALGANDO PODERES PARA SERVIR AO
PODER.
NÃO LEGALIZE JOGOS DE AZAR. O INIMIGO ESTÁ AINDA SOLTO,
FARÁ TUDO PARA EMPLACAR. SEJA UM CRISTÃO VERDADEIRO. TENTARÃO NOVAMENTE, LHE
MATAR.
Dezembro de 2019.
Dionê Leony Machado
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