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https://youtu.be/EiWxJiSXbvg?si=YoMY14uBwHO5RRPW
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Pesquisa
eleitoral da CNN garante Trump eleito?
A CNN
americana divulgou uma nova pesquisa para as eleições presidenciais do dia 05
de novembro de 2024. Os números trazem o ex-Presidente Donald Trump na frente
com 49% das intenções de votos, contra 43% do atual Presidente Joe Biden. Um
clima de “oba-oba” e “já ganhou” tomou as redes sociais, mas Trump está
realmente quase eleito?
Passados
quatro anos, a administração de Joe Biden acumulou diversos revezes e quebra de
expectativas pelo caminho. Em julho de 2021, alterando o cronograma do
pentágono e da administração Trump, realizou uma desastrada retirada do
exército americano do Afeganistão. O saldo final para o mundo foi: 80 bilhões
de dólares de equipamentos bélicos abandonados, atentados a bomba no aeroporto
de Cabul, afegãos subindo nas asas e trem de pouso de aviões, tentando fugir do
país e despencando do céu no meio da cidade.
Biden,
durante quatro dias, mostrou-se perdido, sem contato claro com aliados e
deixando outros países no escuro, como a Alemanha, que chegou a realizar
incursão armada com seu exército para resgatar seus cidadãos e até mesmo
americanos que encontraram pelo caminho.
O
episódio demonstrou uma profunda descoordenação entre Casa Branca e pentágono,
o que fez com os rivais diplomáticos e bélicos dos EUA realizassem movimentos importantes
nas relações diplomáticas e na geopolítica: Rússia invadindo a Ucrânia, Irã
reforçando seu programa nuclear e também aumentando o fomento em grupos
terroristas no Oriente Médio, a Coréia do Norte retomou abertamente testes
balísticos e fechou acordos de cooperação militar com Rússia e China, diversos
golpes de estado ocorreram na África.
Após
sua administração entrar em embate diplomático com o primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu, eclodiu uma guerra aberta entre Israel e Hamas, que
atua como um exército por procuração para o regime iraniano.
Internamente,
Joe Biden não conseguiu entregar as promessas progressistas de sua agenda
verde, enfurecendo o eleitorado jovem, além de um aumento significativo da
imigração ilegal, conforme a ineficiência de sua vice, Kamala Harris, em lidar
com a questão a qual foi incumbida.
Estes
fatores impactaram não somente na percepção de segurança no mundo, mas também
no custo de vida do americano médio, influenciando diretamente a percepção do
eleitorado de sua administração.
Hoje,
ao comparar as duas administrações, 55% de todos os americanos dizem ver a
presidência de Trump como um sucesso, enquanto 44% a veem como um fracasso.
Para nível de comparação, em uma pesquisa de janeiro de 2021 feita pouco antes
de Trump deixar o cargo e dias após o de 6 de janeiro, onde ocorreu a invasão
ao Capitólio dos EUA, 55% consideraram seu tempo como presidente um fracasso.
Avaliando
o tempo de Biden no cargo até agora, 61% dizem que sua presidência foi um
fracasso, enquanto 39% dizem que foi um sucesso. O número é muito pior do que
os 57% que consideraram o primeiro ano de seu governo um fracasso em janeiro de
2022, com 41% chamando-o de sucesso.
Mesmo
com estes números e falhas importantes de sua administração, é possível cravar
uma vitória garantida para Trump? A resposta é um sonoro não.
O
principal motivo, que acaba levando muitos brasileiros a este engano, é o
sistema de votação americano, que não é por maioria absoluta, mas sim pelo
colégio, ou assembleia eleitoral dos 50 Estados Americanos.
O
presidente se elege em uma assembleia formada por 538 delegados. Este número é
igual à soma de 100 Senadores + 435 Deputados + 3 Delegados de Washington D.C.,
que não tem senadores, mas sim delegados. Cada estado contribui com um número
de delegados, cujo número é igual à soma de seus deputados mais seus senadores
no Congresso. Exceto Washington D.C., que não tem senadores, mas sim três
delegados. Como há 538 delegados no total, um candidato precisa de pelo menos
270 para ser eleito. O que se traduz em metade dos 538 (ou 269) + 1 = 270
delegados a serem eleitos presidente dos Estados Unidos.
Desta
forma, cada Estado americano, de acordo principalmente com a sua população,
possui um número de delegados. Fazendo com que Estados como Nova York,
Califórnia e Texas, por exemplo, tenham um peso grande no resultado. Para fins
comparativos, nas eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton venceu Donald
Trump com 2.868.691 votos a mais, porém Trump venceu a eleição na somatória do
colégio eleitoral com um placar final de 304 delegados contra 227 de Hillary.
As
pesquisas eleitorais davam uma vantagem média de 49% a 44% para Hillary em sua
maioria. Semelhante ao que estamos assistindo atualmente em favor de Trump.
O que
irá definir o resultado desta eleição não é a somatória dos votos totais, mas o
desempenho dos candidatos nos chamados Estados-chave para essa eleição, que
neste momento são: Filadélfia, Geórgia, Arizona, Wisconsin, Michigan e
Virgínia, todos vencidos por Joe Biden nas eleições de 2020.
Donald
Trump tem um longo e duro caminho para percorrer, apesar dos fracassos de
Biden. Festejar tão cedo, pode ser um grande erro para o partido Republicano e
para quem deposita esperança de mudanças no cenário internacional com a volta
de Trump à Casa Branca.
Paulo
Henrique Araujo
Analista
político, palestrante e escritor; é o fundador, editor e diretor do portal
PHVox e também apresenta os programas ao vivo em nosso canal do YouTube. Paulo
Henrique Araujo também é lembrado por ser uma voz ativa no movimento histórico
monarquista brasileiro. É um estudioso da história brasileira, principalmente
referente ao período colonial e monárquico, e a geopolítica latino-americana. É
também autor dos livros Os EUA e o Partido das Sombras, As Bases
Revolucionárias da Política Moderna e O mínimo sobre o Foro de São Paulo