TRAVESTI ESPIRITUAL
Por que não mostra o seu rosto Sempre usa emprestado, Uma face que não retrata, A sua... A verdadeira...? Procura se fazer de coitado É um malandro forjado Nas bestiais noitadas Ou nos cantos programados Onde a presa é cruelmente Levada ao cadafalso moral... A insensatez corrompe os bons Costumes... A necessidade de aparecer o faz delirar, Vende-se pelo melhor Contrato, por vultosa quantia Sem medir a profundidade da Prostituição que inicia... Exemplos maléficos... Passam a querer ser estrela Só que o brilho reflete que nem espelho, a face já transfigurada das Mutilações existenciais... O alvo já alcançado pelo pai da devassidão aponta para o desfecho Antecipando total inclinação... A musa da dança devassa... Abusa dos peitos, entram antes da porta passar... A que não mede a virgindade sem medo de se dar... A que usa as ancas para se entregar A que mede o tamanho ou volume para se casar A que é noiva ou namorada, mas já vive sem se incomodar... Para que casar? Recebo do mesmo Jeito basta enganar... A religiosa reclama da que está no seu lugar. Que rebate, cale para eu falar... Nesta sociedade indigesta, vomitar Ou aceitar... Está tudo errado. Feche os olhos A boca, todos os sentidos, Apalpando será levado, Ele está à sua espera, Indicou seu caminho Viveu como se fosse um anjinho Agora quer cobrar direito Não chore, não grite, Siga, com o travesti, Ele sabe o caminho...
Dionê Leony Machado |
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