quinta-feira, 23 de abril de 2015

PASSAGEM





Estamos de passagem.
De idade,
Cidade,
Trabalho,
Estado civil,
Emprego,
Escola,
Da condição de criatura,
Para filho...
De livres para prisioneiros,
Ou vice versa,
Mudamos sempre.
Assim acontece com os anos.
Cada dia deixamos um para trás,
Diminuímos o tempo.
Somamos na idade.
Nesta passagem terrena,
Recusamo-nos a aprender.
Impomos nossos valores,
Esquecemos do amanhã.
E ele chega!
Suave, com dores,
Despojando-nos do orgulho,
Altivez, títulos, beleza,
Dinheiro.
Os bens são deixados ou serão levados,
Com sutilezas vis.
Nada mais podem fazer.
Repetem o que receberam,
Com gestos cansados,
Preferem dormir.
Não falam como outrora,
Mas, se um cadáver fala,
Se a cena do crime fala,
Por que não entendem,
Os gestos surdos, o semblante,
A lágrima, o corpo magro,
A inapetência ...
São variadas formas de falar.
Só o amor poderá captar.
Autópsia, não entendo!
Cadáver vai se auto analisar?
Como esperar que o façam,
 Quem numa idade avançada chegou?
Que Jesus nos alimente, com Maná Celestial.
E bebamos da água que brota da Rocha!
A Terra está contaminada!!!

D.M. Abril de 2015.


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