O Natal sempre foi gratificante para
mim.
Compartilhado com a família. Cada
um dava sua colaboração. Discutíamos, definíamos, os detalhes. E
ajudávamos após a festa. Uns mais outros menos. Recebíamos tios que não
possuíam filhos, embora casados. Alegria, músicas. Presentes. Natal hoje é
diferente, para muitos.
Entregam a preparação para uma empresa. Que
ornamentam, iluminam, trazem os pratos, prontos, feitos com antecedência,
guardados no freezer, por meses, sem gosto alguns, cheios de gorduras, farofas,
peru, chester, bacalhau, pães, queijos, muitas bebidas, presuntos, etc. Padronização
total. Globalização. Perdemos a regionalização.
Roupas novas e brancas, verdes,
vermelhas de preferência. Mas, o que é Natal? Confraternização, dirão. E na
véspera? E no dia seguinte?
Tudo volta a ser igual. Sem amor, sem
carinho, sem presença, sem respeito,
sem participação. Afinal, somos robôs. Repetindo os mesmos gestos num clima de
outono, onde não há esperança de verão. A alma sente um clima que não viveu,
mas de solidão. Que nunca sentiu.
Viver é participar, falar,
conhecer, dividir, partilhar. Não temos interesse nas redes sociais.
Nosso mundo diminuiu. Não nossa
imaginação. Como viver num ambiente sem vivenciar seus problemas e esperar
pelas soluções? Proibir é restringir, direitos, liberdade, acesso a informação.
É uma democracia, sem expressão.
A falta de verbalização, é poda, medo,
impede o crescimento, morre-se abafado, quando a troca ajuda a criação.
Voltemos ao Natal. Esquecemos do aniversariante.
Substituímos por um velho, gordo, barbudo, com saco nas costas. Num trenó.
Colocando num pinheiro, presentes que nem sempre, servirão. Pergunto: Quero ver
o aniversariante. Não numa manjedoura, dependente dos pais. Bonecos de madeira,
sem vida, sem luz, sem paz, sem a salvação. Encenação.
ELE VIVE! ESTÁ NO CÉU, COMO
HOMEM, GLORIFICADO NÃO MAIS COMO O UNIGENITO, MAS O PRIMOGENITO, DE UMA FAMÍLIA
INCONTÁVEL. QUE FARÁ PARTE DO SEU REINO. SANTOS EM PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DOAÇÃO. NATAL
É PARTICIPAÇÃO, DEUS USOU HOMENS E MULHERES, ANIMAIS, A PRÓPRIA NATUREZA. PARA
NOS ENVIAR A SALVAÇÃO.O PRÓPRIO DEUS ENCARNADO. SEM PRECONCEITO, SEM
OSTENTAÇÃO. PARA RICOS E POBRES, DOENTES E SAUDAVEIS, BRANCOS E NEGROS, PARIAS
DA SOCIEDADE E REIS, SEM DISTINÇÃO.
ELE VEIO PARA VOCÊ! NÃO VIVA DE IMITAÇÃO!
Dionê Machado.
Dezembro de 2014.
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