Post de
Geraldo Leony Machado
O
MURO...
Afinal
pintaram o muro que circunda a escola pública Visconde de Cairu, defronte da
casa onde resido: Jardim João XXIII.
O
primeiro homenageado, José da Silva Lisboa, baiano de Salvador, economista e
historiador brasileiro, foi também político, publicista e jurista. Assessor do
príncipe-regente D. João, nasceu no ano
de 1756, século XVIII, época da Revolução Francesa, que atingiu, por seus
efeitos, toda a Europa, a par da Revolução Industrial impondo reformas
políticas econômicas e sociais -
traspassadas para séc. XIX seguinte - cujas causas, entre outras, estão no
Renascimento, na reforma protestante, na ascensão da burguesia, na influência
dos filósofos e dos economistas.
O outro
homenageado, João XXIII, Ângelo Giuseppe, homem surpreendente, aclamado como o
Papa da bondade, nasceu em 1881, século XIX, na Itália, destacou-se em face do
trabalho realizado pela paz mundial, e
pela “ adequação da Igreja aos novos tempos”.
Um
político, o outro religioso. Duas realidades que deveriam convergir.
Fico a
pensar nos dias atuais, nas denúncias de interferência de estado estrangeiro na
realidade nacional, na nossa ingenuidade crendo não existirem seres capazes de
abominações inenarráveis, na ausência de paz e no prenúncio absurdo de 3ª. Guerra
mundial.
Assim,
de cabo a rabo, desde os abusos a crianças na Amazônia por populares, até os
outros institucionais com alcance a populações, ou parte delas.
É muito
triste não alcançarmos o sentido crístico da vida e tê-la na condição de
quimera, uma ” combinação heterogênea ou incongruente de elementos diversos”,
sem perceber seu único sentido.
Arco e
flecha do seu destino, o homem, “uma metáfora que sugere que o indivíduo tem a
capacidade de direcionar seu próprio futuro, mas também está sujeito a forças
externas ou forças maiores”, aquilo do paleontólogo Teilhard de Chardin, ao
definir o fenômeno da Cristo gênese, unificação e evolução em direção a Cristo,
o ponto Ômega do universo.
Esquecidos,
pois, desta única realidade, quebramo-nos em lutas pelo poder, ferindo-nos,
impedindo-nos de formar organismo, com
suas múltiplas e diferentes células para única realidade, a humanidade excelsa.
Finalizando,
retorno para a janela de minha casa, olho o muro pintado, penso nas crianças
que nela estudam. Que sentido de liberdade, cidadania, humanismo, ética estaria
sendo-lhes repassado? Esta é a grande questão. Estagnação ou crescimento.
Dependemos
dessas crianças, de todas elas, impondo-se perguntar: estariam sendo preparadas
para o mundo vindouro, para conviverem com a inteligência artificial, IA, que
precisa estar submissa ao homem?
Mais
fácil é, antes de visitar o mundo do sono, olhar novamente o muro pintado da
escola de minha rua.
SSA,
08.08.2025
Geraldo
Leony Machado
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