Segunda-feira,
25 de junho de 2012.
O homem é o lobo do próprio homem.
Muito se aventou sobre a origem da sociedade
humana, de como os homens estabeleceram pactos sociais para, aparentemente
viverem numa paz forjada. Quando e como os homens saíram de um estado de
natureza para criarem um contexto separado dela já queimou muita pestana.
Pensadores, como John Locke, J-J Rousseau, Montesquieu e Thomas Hobbes, até que
se esforçaram bastante para resolver esse imbróglio. Porém, este último cravou
uma frase que gerou e ainda gera muita polêmica. Ele reescreveu uma frase do
notável escritor latino Plauto, “o homem é o lobo do próprio homem”,
ou seja, que, no estado natural, todos se opunham contra todos, que a lei era a
dos mais fortes e que o restante era subjugado à força, sem direitos e com o
ônus de produzir a subsistência dos mandantes. Numa certa época (que ninguém
foi capaz de precisar quando) um pacto foi criado para proteger os mais fracos.
Foi assim que surgiu o Estado. Como antes os homens eram perfeitamente iguais
(Hobbes não explicou como então eram tão divergentes), desejavam algo que fosse
regulador do direito de todos, pois todos tinham necessidades iguais e o mesmo
instinto de autopreservação. Renunciaram então àquela liberdade do estado de
natureza em função da tranquilidade do convívio em sociedade. O pacto firmado
resolveria de vez as divergências e permitiria à sociedade evoluir. Tudo,
porém, estaria resolvido se o Estado garantisse de fato uma paz duradoura entre
os homens. Mas o que é esse Estado? Do que ele é constituído? Se outrora, a lei
do mais forte era a que vigorava, agora é a lei do mais esperto? Os homens
continuam lutando e competindo entre si, se aproveitando dos mais fracos, das
minorias, tomaram de assalto a própria natureza e se distanciaram dela como se
ela fosse um produto a ser negociado na feira. Os homens sempre precisaram da
natureza, mas ela nunca precisou deles. Pelo contrário, essa espécie é das mais
predadoras e, sendo assim, aquele pensador acertou em dizer que o homem é lobo
de sua própria espécie. Em busca de riquezas, notoriedade, poder, capacidade de
decidir sobre o destino da maioria, muitas pessoas, que não podem ser
consideradas humanas, não relutam em retirar do seu caminho qualquer
inconveniente. Todavia, em meio a tão vasto deserto, é possível encontrar oásis
aprazíveis, com água fresca e sombra generosa.
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