terça-feira, 21 de maio de 2019

PARECER DE UM PASTOR!


Nunca torci contra o sucesso de qualquer governo. Nem mesmo de Lula, embora estejamos em campos opostos. Se temos hoje o real e chegamos a ter estabilidade econômica, a iniciativa foi de Itamar Franco, com Fernando Henrique como Ministro da Fazenda. A moeda já dura 25 anos.

No 1◦ Turno, o meu voto foi para o Cabo Daciolo. Não votei no 2◦ Turno por estar fora do meu domicílio eleitoral. Mas diante de quem estava do outro lado, não teria outra opção, a não ser dar o meu voto ao capitão. Não tenho por hábito anular ou votar em branco. Muitas de suas propostas também atendiam as minhas expectativas.

Mas todas as pressões que o presidente vem sofrendo nesses cinco meses eram esperadas. A sua candidatura foi anti establishment, pouco se preocupou em eleger uma forte e sólida base aliada, com candidatos que estivessem de fato aliados com suas propostas, sem os vícios do que se denominou de “velha política”.

Quem conhece o meio tanto no âmbito municipal, estadual e federal sabe que a relação Executivo e Legislativo, com as honrosas exceções de praxe, sempre funcionou na base do “toma-lá-dá-cá”. Houvesse uma varredura sem limites de norte a sul do país, centenas de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e governadores estariam presos.

Quebrar essa espinha não é tarefa fácil. É hercúlea. Mesmo que o desmonte tenha começado com a Lava Jato, caso não seja interrompido, levará anos para erradicar do país a cultura da corrupção. Mas como tenho dito, continuo a crer que amonitas e moabitas cairão. Corrupção não é “privilégio” de uma ideologia. Encontra-se em todos os segmentos.

Temos visto a corda esticar-se de ambos os lados. É o presidente a seu jeito lutando para governar e levar as suas propostas adiante. É o centrão no Congresso Nacional criando-lhe toda sorte de barreiras não se sabe com que intuito, mas pelas antigas práticas imagina-se o que seja. É um momento tenso e crucial.

No âmbito do Governo a cizânia foi instalada, com parlamentares do partido do presidente detonando colegas, com os filhos dando “pitaco” onde deveriam ficar de boca fechada e com a turma de Olavo de Carvalho achando-se dona do presidente e lhe querendo impor a própria agenda, que implica entre outras coisas detonar os militares.

Há também as suspeitas que recaem sobre Flávio Bolsonaro, algo relevante em toda essa “balbúrdia”. É óbvio que a oposição faz uso político do tema. Mas também é óbvio que é o tipo de coisa que muito atrapalha por ser o filho do presidente. Deter as investigações não é o caminho. O caso precisa ser elucidado, ainda que traga dores futuras.

É nesse imenso caldo que a manifestação popular de apoio às pautas do Governo foi convocada para este domingo, dia 26 de maio. Como diz a Constituição, desde que seja pacífica e ordeira, é livre a manifestação. É um instrumento da democracia. Também nada é dito que foi convocada pelo presidente.

De qualquer modo, imagina-se que Bolsonaro a queira e a estimule. Ele tem em mãos o termômetro para medir se a manifestação será ou não um sucesso para os objetivos a que se propõe. Mas é elevado o risco. Se for um fracasso, sairá como um novo Collor, sem qualquer força em sua relação com o Congresso.

Caso seja um sucesso, ainda assim não significa que o centrão se curvará à voz das ruas. Ele continuará tentando quebrar a espinha dorsal do presidente para que ele se dobre aos seus interesses. Enquanto isso, o Governo fica travado. Como disse o rev. Augustus Nicodemus, “o Brasil está se esfarelando”.

O que nos resta como cristãos? 1) Nunca torcer pelo “quanto pior, melhor”; 2) nunca transformar em ídolos aqueles que possam ter a nossa preferência política; 3) entender que Deus reina soberano, independente da nossa vontade pessoal; 4) continuar na trincheira da intercessão, porque este pode ser o meio que Deus queira usar para salvar o nosso país.

Pr. Geremias Couto.

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