– Danos neurológicos –
A perda do olfato e, em menor grau, do paladar se tornou um dos marcadores mais confiáveis e distintos da doença. Ao mesmo tempo, observações clínicas apontam para possíveis danos neurológicos ligados ao coronavírus em certos casos graves.Um estudo observacional realizado no hospital de Estrasburgo, publicado em 15 de abril no New England Journal of Medicine (NEJM), mostrou uma proporção significativa de pacientes que sofrem de agitação e confusão após serem tratados em terapia intensiva.
Mas “faltam dados para determinar” se esses distúrbios são devidos aos efeitos da gravidade da doença com suas tempestades imunológicas, à própria infecção viral ou são consequências dos cuidados intensivos, de acordo com o estudo. No início de abril, no entanto, uma equipe japonesa relatou a presença de traços de coronavírus no líquido cefalorraquidiano de um paciente com COVID-19 que desenvolveu meningite e encefalite, sugerindo que o SARS-CoV-2 pode penetrar no sistema nervoso central.
– Complicações cardiovasculares –
Mais e mais estudos – principalmente observacionais, por enquanto, sem explicação precisa e irrefutável – indicam um alto nível de complicações cardiovasculares entre os casos graves de COVID-19. No final de março, um estudo publicado na revista americana JAMA documentou danos cardíacos em 20% de um grupo de mais de 400 pacientes hospitalizados em Wuhan, China.“Essa coagulação não se parece com a habitual”, disse Shari Brosnahan, médica de ressuscitação no hospital de Nova York NYU Langone. Mais e mais clínicos e pesquisadores acreditam que esses coágulos sanguíneos desempenham um papel importante na gravidade e mortalidade da COVID-19.
Mas a ligação entre coágulos e o vírus SARS-CoV-2 permanece um mistério. Pode ser indireto, ligado mais uma vez à tempestade inflamatória que atinge alguns pacientes.
Sem comentários:
Enviar um comentário