EXÉQUIAS A UM GUERREIRO - Na madrugada do dia 24.01.2022, ocorreu o falecimento do escritor e filosofo, Olavo de Carvalho, uma perda lamentável para o pensamento. Em homenagem ao professor e ao intelectual de envergadura, permito-me republicar o material, a seguir, com minhas condolências ao real povo brasileiro.
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Leio “O IMBECIL COLETIVO – ATUALIDADE INCULTURAIS BRASILEIRAS - Record, RJ/SP 2018 - de Olavo de Carvalho, presente de Lucas, neto, 18 anos, que se afirma conservador e ressalta seus valores éticos e comportamentais, de muito agrado nosso.
Olavo de Carvalho surpreende até quem dele já conhece algo e o define apenas pelo seu jeito incisivo de ser em defesa de um politicamente correto realmente imbecil.
Homem de cultura robusta, sua leitura implica em muitas consultas aos múltiplos autores que cita, de tal forma que seria interessante ter-se ao final do seu belo livro um detalhamento a respeito, além de suas esclarecedoras Notas. Ele é professor de jovens. Eu estou fazendo para Lucas entende-lo com mais facilidade que o avô.
A visão que tem e demonstra do outro lado das coisas, quando essas ainda eram originais, é utilíssima, é professoral, é instrutiva. Traz à baila, desnudando, arrancando máscaras, a realidade nacional de grupos e de grupelhos que se auto proclamam com títulos pomposos para o que são ou gostariam de ser e se aplaudem, num ir e vir, constante que os trasvestem de verdadeiros. Pensadores com uso de antolhos
Com ele, Olavo de Carvalho, na minha visão de homem curioso, é preciso ver os dois lados para entender sua mensagem, que rasga conceitos novos a fim de levá-los ao que se deve entender por real conceituação.
É um filósofo dos melhores. Reconhecido pela Academia Brasileira de Filosofia, pelo Instituto Brasileiro de Filosofia, pela Universidade Católica do Salvador. Não lhe importam os títulos acadêmicos. Tem o reconhecimento que o faz o que é. Aliás, o titulo de filósofo todo os que ingressarem em cursos de filosofia podem ter. Agora, pensar, criticar, ver além, prospectar-se, duvidar, pensar o não pensado, repensar, projetar é a condição íntima para definir-se o filosofo ou aquele que – tão-só - sabe história da filosofia ou, mesmo, os pensamentos dos filósofos. Um iletrado ou não de outras realidades pode ter em si um filósofo. Conheci um motorista de taxi, Benedito Lacerda, que, ao lado do erudito pensador e jornalista Germano Machado, filosofava com naturalidade. E... Esgrimavam.
O Imbecil Coletivo...impõe reflexão para os que estão à direita ou à esquerda nacional (deveríamos todos estar unidos para livrarmo-nos da corrupção institucionalizada).
Olavo de Carvalho é um homem que bate no sistema, talvez daí porque Bolsonaro seja-lhe simpático. O Brasil é um país de povo emotivo, daí porque, há que se afastar sua incisividade, superá-la, para analisá-lo, ouvi-lo, estudá-lo, pois rompe conceitos e desnuda verdades.
A Esquerda nacional sempre lutou contra o sistema, no entanto quando encontra alguém que o faz diretamente, contra ele se atira. Incompreensível. Aqui também Jair Bolsonaro. Mas é o que o sistema se coloriu de cores estranhas ao verde e ao amarelo.
Ainda não terminei a leitura de O Imbecil Coletivo, portanto, deixarei para outra oportunidade comentários mais condizentes com o valor do livro, que assim inicia seu terceiro parágrafo, pág. 27, e que, por isso, ao meu ver, atrai, referindo-se a uma trilogia que possibilita “captar o fundo do pensamento que orienta a trilogia inteira”:
“O sentido da série é, portanto, nitidamente, o de situar a cultura brasileira de hoje no quadro maior da história das ideias no Ocidente, num período que de vai de Epicuro até a “Nova Retórica” de Chaim Perelman.”.
SSA, 13.06.2021
Geraldo Leony Machado
Contista, apenas.
Observações para o neto Lucas, com minha admiração:
1. Epicuru – Grécia Antiga, “Epicurismo” – proclama o prazer mediante a prática da virtude - bem superior do homem.
2. A Nova Retórica – teoria da argumentação - É o estudo das técnicas discursivas visando provocar ou intensificar a adesão do auditório às teses apresentadas.
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