segunda-feira, 14 de outubro de 2024

REFLEXÃO...01

 

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https://youtu.be/DlhdlUseCZ4?si=7P83QgdrciF8nWto

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O Ano em que a Civilização Entrou em Colapso

 Camila Abdo, 8 de outubro de 2024 

O Ano em que a Civilização Entrou em Colapso

No livro 1177 a.C. – O Ano em que a Civilização Entrou em Colapso, Eric Cline revisita um dos momentos mais enigmáticos da história antiga: o súbito colapso de civilizações prósperas e interconectadas que marcaram o final da Idade do Bronze. Publicado pelo selo Avis Rara, da Faro Editorial, o livro explora como um conjunto complexo de fatores levou ao declínio de reinos como os minoanos, micênicos, troianos, hititas e babilônios, trazendo à tona uma reflexão profunda sobre as fragilidades das sociedades interdependentes.

 

Um mundo interconectado e próspero

Cline destaca que, durante a Idade do Bronze, as grandes civilizações do Mediterrâneo e Oriente Médio estavam profundamente conectadas por meio de redes comerciais, culturais e diplomáticas. Essas conexões criaram um período de florescimento econômico e cultural, onde o comércio de metais preciosos, alimentos e ideias intelectuais fluía livremente entre os povos. No entanto, essa interdependência, que parecia ser a base de seu sucesso, tornou-se a raiz de sua vulnerabilidade.

 

O papel multifatorial no colapso

O autor argumenta que o colapso dessas civilizações não foi causado por um único fator, como uma invasão externa, mas sim por um conjunto de crises que ocorreram simultaneamente. Entre esses fatores, estão os ataques dos “Povos do Mar”, a instabilidade política interna, desastres naturais (como terremotos e secas prolongadas), e o colapso das redes comerciais. Cline oferece uma visão complexa do colapso, destacando como esses fatores se alimentaram mutuamente, criando um efeito dominó que destruiu algumas das sociedades mais avançadas da época.

 

A invasão dos “Povos do Mar” e suas limitações

Embora a invasão dos “Povos do Mar” seja frequentemente citada como a principal razão para o colapso, Cline aprofunda-se em explicar que essa visão é simplista. Ele sugere que as invasões foram apenas um dos elementos que agravaram a situação de civilizações já enfraquecidas por outros fatores. O autor questiona: como civilizações tão poderosas poderiam ser devastadas por invasores nômades? A resposta, segundo Cline, reside na combinação de fatores internos e externos que, juntos, causaram o colapso sistêmico.

 

O efeito dominó do colapso

Uma das maiores contribuições de 1177 a.C. é a maneira como Cline descreve o colapso como um processo interligado. À medida que uma civilização caía, as conexões comerciais e diplomáticas que sustentavam outras sociedades eram destruídas. Essa fragilidade nas redes comerciais, aliada aos desastres naturais e aos conflitos internos, acelerou a queda de reinos inteiros. Cline argumenta que a queda de uma civilização, como a dos hititas, por exemplo, não foi isolada, mas influenciou diretamente o colapso de outras culturas ao seu redor.

 

Paralelos com o mundo moderno

Cline sugere que o colapso da Idade do Bronze oferece paralelos significativos com os desafios do mundo moderno. A interdependência entre as civilizações antigas, que as tornava ricas e poderosas, também as deixou vulneráveis a crises sistêmicas. No mundo contemporâneo, onde a globalização conecta países de forma inédita, Cline nos convida a refletir sobre como estamos igualmente expostos a colapsos interligados, sejam eles econômicos, políticos ou ambientais.

 

Uma análise multidisciplinar

A obra de Cline se destaca pela sua abordagem interdisciplinar. Ele combina dados arqueológicos, análises climáticas, textos antigos e estudos econômicos para construir uma visão abrangente do colapso da Idade do Bronze. Essa abordagem multifacetada permite que o leitor tenha uma compreensão mais rica e detalhada dos eventos que moldaram o fim desse período histórico. Ao mesmo tempo, sua escrita clara e envolvente torna o conteúdo acessível tanto para estudiosos quanto para leigos interessados na história antiga.

 

Reflexão sobre o futuro

1177 a.C. – O Ano em que a Civilização Entrou em Colapso não é apenas uma investigação sobre o passado, mas também um alerta sobre o presente e o futuro. Cline sugere que, assim como as civilizações antigas, as sociedades modernas estão sujeitas a uma série de fatores interconectados que podem, eventualmente, causar um colapso sistêmico. As mudanças climáticas, os conflitos geopolíticos e as crises econômicas globais de hoje ecoam os desafios enfrentados pelas civilizações da Idade do Bronze, levantando questões sobre a resiliência de nosso próprio mundo globalizado. Para adquirir o seu exemplar clique aqui.


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