Senado do Chile quer a prisão de Nicolas Maduro
Santiago do Chile, 28 ago (EFE).- O Senado chileno aprovou
na noite de terça-feira um projeto de resolução que pede ao presidente Gabriel
Boric que apresente um mandado de prisão contra Nicolás Maduro ao promotor do
Tribunal Penal Internacional (TPI), por “crimes graves que constituem uma
ameaça à paz, à segurança e ao bem-estar da humanidade”.
“Não é possível ignorar o sofrimento de milhares de vítimas
devido às perseguições de diferentes tipos que ocorreram na República
Bolivariana da Venezuela durante anos e, especialmente, por causa da
perseguição sofrida por milhares de vítimas após o evento eleitoral
presidencial realizado em 28 de julho deste ano, entre os quais, grupos,
especialmente vulneráveis, assim como crianças, idosos e mulheres”, diz a
proposta.
Apresentado pelos senadores Felipe Kast, do partido Evolução
Política (Evópoli), e Francisco Chahúan, do Renovação Nacional (RN), o projeto
de acordo foi aprovado por maioria simples com o apoio de 21 senadores e sem
votos contra ou abstenções, segundo o site do Senado.
A petição dirigida a Boric, que descreveu o regime liderado
por Maduro como uma “ditadura”, aponta que é dever de um Estado com
compromissos internacionais “denunciar e pedir medidas” quando tem “diante de
seus olhos, crimes e atrocidades tão brutais quanto os cometidos na República
Bolivariana da Venezuela”.
Por isso, pede ao chefe de Estado que “apresente um pedido
ao promotor do Tribunal Penal Internacional para suspender o mandado de prisão
contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro”.
As autoridades venezuelanas estão sob investigação desde
novembro de 2021 pelo Gabinete do Procurador do TPI por supostos crimes contra
a humanidade.
Em 2023, o TPI rejeitou um recurso do regime venezuelano,
que argumentava que deveria ser respeitado o princípio da complementaridade,
segundo o qual o tribunal internacional complementa a justiça do país, não a
substitui e só pode intervir se o Estado não investigar.
Em março passado, a Câmara de Apelações decidiu contra o
recurso venezuelano, autorizando o TPI a continuar a investigação.
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