Poeta,
cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da
chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório
da Imprensa e Fazendo Média
Vivemos
em um país com um déficit habitacional que oscila entre 6 e 7 milhões de
moradias, a depender de quem faz o cálculo. Ou seja, convivemos, pacífica e
comodamente, com cerca de 7 milhões de famílias vivendo em favelas, palafitas
ou mesmo nas ruas e em ribanceiras.
Vivemos
em um país em que tropeçamos em indigentes, brasileiros como todos nós,
sem-teto, sem dignidade, sem nada, nas sarjetas das grandes cidades.
Vivemos
em um país em que a exploração sexual de menores ainda é tolerada e campeia nas
orlas marítimas das grandes cidades turísticas do Nordeste, e até mesmo no
Sudeste maravilha.
Vivemos
em um país onde uma mera tentativa de assegurar uma renda mínima aos
desassistidos é chamada, pejorativamente, de "bolsa esmola" por
integrantes de uma classe média conservadora, aferrada em suas migalhas de
privilégios e seus preconceitos de classe.
Vivemos
em um país em que o exercício da política deixou, há muito, de ser uma
representação da cidadania para ser a defesa de interesses escusos, de lobbies
corporativos (de grandes empresas), particulares (dos próprios deputados ou
senadores) ou de classe. Mas não podemos nos esquecer de louvar e prestigiar os
poucos e bons políticos, que ainda restam, e que exercem a política como uma
espécie de vocação ou sacerdócio.
Vivemos
em um país onde político, servidores públicos e empresários roubam merenda
escolar; desviam escassos recursos da saúde e da educação.
Vivemos
em um país em que as autoridades constituídas [Congresso, Supremo e Judiciário]
estão acovardadas; denotam não possuir a devida competência ou capacidade para
nortear o país nos rumos da cidadania plena, da Justiça e do desenvolvimento
social, político e econômico.
Vivemos
em um país no qual se persegue, com falsas denúncias, manchetes caluniosas e
ameaças de prisão, o único líder político autêntico, genuinamente surgido do
seio de suas classes menos favorecidas, reconhecido internacionalmente como um
grande líder e exemplo.
Ou seja:
vivemos em um país em que notórios bandidos são tratados como
"heróis" e notáveis heróis são tratados como bandidos.
Vivemos
em um país em que se tem uma grande imprensa na mão de meia dúzia de
oligarquias, que é conivente, e até parceira, com esse estado de coisas. Uma
imprensa acumpliciada com políticos corruptos, governantes incompetentes e
autoridades covardes.
Que
espécies de cidadãos consomem esse tipo de informação (dessa mídia
corrompida)?!
Vivemos
em um país que quer depor, com o beneplácito de autoridades prostituídas, com a
cumplicidade da mídia, do Congresso e do Supremo, uma presidente de ilibada
moral, eleita legitimamente por mais de 50 milhões de brasileiros.
Que
espécie de cidadão é esse que, também ele, corrupto, escroto, covarde e
autoritário sai às ruas com o pretexto de combater a corrupção, mas com o
objetivo de clamar pelo impeachment ou renúncia de uma presidenta, reitero,
legitimamente eleita?
Que país
é este que, olhando assim de perto, mais parece uma imensa quadrilha de
meliantes, constituída por parlamentares, magistrados, ministros, jornalistas e
empresários e os chamados "cidadãos de bem"?!
Que
espécies de cidadãos integram essa pátria de imorais e de amorais?!
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