Exploradores encontram
maior abelha viva do mundo: 'É um buldogue voador'
Espécie gigante, que estava há décadas
desaparecida, foi redescoberta em ilha da Indonésia.
Por BBC
22/02/2019
10h23 Atualizado há 13 horas
Expedição em ilha da Indonésia encontrou um único
exemplar da abelha gigante de Wallace — Foto: Clay Bolt
A maior
abelha do mundo foi redescoberta por um grupo de cientistas após décadas
desaparecida.
O inseto
gigante - que chega a medir 6 cm, o tamanho do polegar de um adulto - foi
encontrado em uma ilha pouco explorada da Indonésia, no arquipélago das Molucas
do Norte.
Após dias
de busca, especialistas em vida selvagem acharam uma única fêmea viva da
espécie, que foi fotografada e filmada.
Conhecida
como a abelha-gigante-de-wallace (Megachile pluto), a espécie recebeu o nome do
naturalista e explorador britânico Alfred Russel Wallace, que descobriu a
espécie em 1858.
Wallace,
que desenvolveu a teoria da evolução em parceria com Charles Darwin, descreveu
a abelha como "um inseto grande parecido com uma vespa preta, com
mandíbulas imensas como um escaravelho".
A espécie
tinha sido vista pela última vez na natureza em 1981.
Em
janeiro deste ano, a equipe seguiu os passos de Wallace em uma expedição pela
Indonésia, na tentativa de encontrar e fotografar a espécie.
"Foi
de tirar o fôlego ver esse 'buldogue voador', um inseto que não tínhamos mais
certeza que existia, ter a prova real bem ali na nossa frente", contou
Clay Bolt, fotógrafo especializado em história natural que fez os registros da
espécie.
"Ver
de fato o quão bonita e grande a espécie é na natureza, ouvir o som das suas
asas gigantes batendo ao passar pela minha cabeça, foi simplesmente
incrível."
Como vive a abelha gigante
A fêmea
faz seu ninho em cupinzeiros, usando a enorme mandíbula para coletar resina das
árvores e forrar o ninho, protegendo assim da invasão dos cupins.
A espécie
depende de florestas de mata virgem de baixa altitude para encontrar resina e
ninhos de cupins nas árvores.
A
descoberta reacende a esperança de que as florestas da região ainda abriguem um
dos insetos mais raros e mais procurados do mundo.
Integrante
da expedição, o especialista em abelhas Eli Wyman, entomologista da
Universidade de Princeton, nos EUA, espera que a descoberta estimule a
realização de pesquisas sobre o ciclo de vida da espécie e sirva de base para
futuros esforços para protegê-la da extinção.
A
organização ambiental Global Wildlife Conservation (GWC), que lançou uma caçada
mundial por "espécies desaparecidas", apoiou a expedição.
"Ao
transformar a abelha em um símbolo mundialmente conhecido para a conservação,
estamos confiantes de que a espécie tenha um futuro melhor do que se
simplesmente a deixássemos cair no esquecimento", afirmou Robin Moore, que
atua na GWC.
No mês
passado, o grupo anunciou que havia encontrado, na Bolívia, os primeiros
sapos-aquáticos-de-sehuencas (Telmatobius yuracare) vistos na natureza em uma
década.
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