Leio
“O IMBECIL COLETIVO – ATUALIDADE INCULTURAIS BRASILEIRAS - Record,
RJ/SP 2018 - de Olavo de Carvalho, presente de Lucas, neto, 18 anos, que
se afirma conservador e ressalta seus valores éticos e comportamentais,
de muito agrado nosso.
Olavo
de Carvalho surpreende até quem dele já conhece algo e o define apenas
pelo seu jeito incisivo de ser em defesa de um politicamente correto
realmente imbecil.
Homem
de cultura robusta, sua leitura implica em muitas consultas aos
múltiplos autores que cita, de tal forma que seria interessante ter-se
ao final do seu belo livro um detalhamento a respeito, além de suas
esclarecedoras Notas. Ele é professor de jovens. Eu estou fazendo para
Lucas entende-lo com mais facilidade que o avô.
A
visão que tem - e demonstra - do outro lado das coisas, quando essas
ainda eram originais, é utilíssima, é professoral, é instrutiva. Traz à
baila, desnudando, arrancando máscaras, a realidade nacional de grupos e
de grupelhos que se auto proclamam com títulos pomposos para o que são
ou gostariam de ser e se aplaudem, num ir e vir, constante que os
trasvestem de verdadeiros. Pensadores com uso de antolhos
Com
ele, Olavo de Carvalho, na minha visão de homem curioso, é preciso ver
os dois lados para entender sua mensagem, que rasga conceitos novos a
fim de levá-los ao que se deve entender por real conceituação.
É
um filósofo dos melhores. Reconhecido pela Academia Brasileira de
Filosofia, pelo Instituto Brasileiro de Filosofia, pela Universidade
Católica do Salvador. Não lhe importam os títulos acadêmicos. Tem o
reconhecimento que o faz o que é. Aliás, o titulo de filósofo todo os
que ingressarem em cursos de filosofia podem ter. Agora, pensar,
criticar, ver além, prospectar-se, duvidar, pensar o não pensado,
repensar, projetar é a condição íntima para definir-se o filosofo ou
aquele que – tão-só - sabe história da filosofia ou, mesmo, os
pensamentos dos filósofos. Um iletrado ou não de outras realidades pode
ter em si um filósofo.
Conheci
um motorista de taxi, Benedito Lacerda, que, ao lado do erudito
pensador e jornalista Germano Machado, filosofava com naturalidade.
E...esgrimavam.
O Imbecil
Coletivo...impõe reflexão para os que estão à direita ou à esquerda
nacional (deveríamos todos estar unidos para livrarmo-nos da corrupção
institucionalizada).
Olavo
de Carvalho é um homem que bate no sistema, talvez daí porque
Bolsonaro seja-lhe simpático. O Brasil é um país de povo emotivo, daí
porque, há que se afastar sua incisividade, superá-la, para analisá-lo,
ouvi-lo, estudá-lo, pois rompe conceitos e desnuda verdades.
A
Esquerda nacional sempre lutou contra o sistema, no entanto quando
encontra alguém que o faz diretamente, contra ele se atira.
Incompreensível. Aqui também Jair Bolsonaro. Mas é o que o sistema se
coloriu de cores estranhas ao verde e ao amarelo.
Ainda
não terminei a leitura de O Imbecil Coletivo, portanto, deixarei para
outra oportunidade comentários mais condizentes com o valor do livro,
que assim inicia seu terceiro parágrafo, pág. 27, e que, por isso, ao
meu ver, atrai, referindo-se a uma trilogia que possibilita “captar o
fundo do pensamento que orienta a trilogia inteira”:
“O
sentido da série é, portanto, nitidamente, o de situar a cultura
brasileira de hoje no quadro maior da história das ideias no Ocidente,
num período que de vai de Epicuro até a “Nova Retórica” de Chaim
Perelman.”.
SSA, 13.06.2021
Geraldo Leony Machado
Contista, apenas.
Observações para o neto Lucas, com minha admiração:
1. Epicuru – Grécia Antiga, “Epicurismo” – proclama o prazer mediante a prática da virtude - bem superior do homem.
2.
A Nova Retórica – teoria da argumentação - É o estudo das técnicas
discursivas visando provocar ou intensificar a adesão do auditório às
teses apresentadas.

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