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Geopolítica
UNIÃO Europeia não reconhecerá Maduro até que as atas sejam
verificadas
Santander (Espanha), 23 ago (EFE).- O alto representante da
União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell,
disse nesta sexta-feira que a UE não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente
da Venezuela até que os registros eleitorais sejam entregues e possam ser
verificados.
“Enquanto não virmos um resultado verificável, não vamos
reconhecê-lo”, enfatizou o chefe da diplomacia europeia, que se expressou
depois que a Suprema Corte de Justiça da Venezuela ratificou Maduro como
presidente, aceitando os resultados divulgados pelo Conselho Nacional
Eleitoral, apesar de não fornecer os registros eleitorais. como a comunidade
internacional exige.
Em reunião com a imprensa, Borrell insistiu que “todos têm
que ser capazes de ver qual é o resultado de uma eleição”, algo que “ainda não
aconteceu e praticamente perdemos a esperança de que isso aconteça”.
Ele acrescentou que os vinte e sete Estados-membros estão
“no momento” tentando estabelecer uma posição sobre o assunto e, se não for
estabelecida agora, anunciou que a posição será determinada no Conselho de
Ministros das Relações Exteriores na próxima semana.
“Continuamos a dizer que este resultado eleitoral deve ser
comprovado e, por enquanto, não vimos nenhuma prova. Ninguém viu os registros
eleitorais, que o Conselho Nacional Eleitoral deve mostrar para demonstrar qual
é esse resultado e enquanto não virmos um resultado verificável, não vamos
reconhecê-lo”, ressaltou.
A Suprema Corte de Justiça da Venezuela, controlada por
magistrados simpáticos ao chavismo, confirmou na quinta-feira os resultados
oficiais das eleições de 28 de julho, que proclamaram Maduro como vencedor, o
que foi apontado como fraudulento dentro e fora do país.
A oposição, que publicou a ata na Internet, afirma que foi
seu candidato, Edmundo González Urrutia, quem venceu por ampla margem.
A sentença, que conclui de forma “inequívoca e irrestrita” a
revisão das eleições, foi tornada pública 22 dias depois que o próprio Maduro
solicitou esse processo.
Após a decisão, González Urrutia instou o Conselho Nacional
Eleitoral (CNE) a realizar um processo de auditoria com observação
internacional dos resultados.
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