terça-feira, 25 de maio de 2021

RECORDANDO...

 

 


 




 

DOMINGO – Ao amigo Ivan Dórea Soares, escritor  – hoje, em Lajeado, RGS, - que inspirou esta “crônica” com sua mensagem pelo ZAP, dizendo de seu amor pelos netos. 

 

Hoje é domingo, pé de cachimbo, toca a gaita, repica o sino... 

 

Estávamos no Carmo, Santo Antônio, bairro antigo e tradicional da cidade do Salvador, nele famílias de classe médica, conviviam de forma harmoniosa. Conhecia-se a vida de todos, à noite nos passeios (calçadas), cadeiras eram postas para as conversas familiares. 

 

Morávamos, ou estávamos, nessa época, na casa de meus avós, o casarão 22, atualmente da atriz Regina Casé, defronte, o Convento e ao seu lado a Igreja.

 

Dia de missa, reunião mariana, futebol no convento, em campo hoje parte de hotel 5 estrelas. Dia de praia, de cinema (Cine Jandaia, Aliança, Pax) de encontrar  amigos de vários colégios, principalmente do Instituto Normal da Bahia, da meninada participar de  passeios de bicicleta até o largo do Santo Antônio, empinar arraia, jogar gude, ferrinho, correr picula. Ainda à noite, descer a ladeira do Carmo, subir o Pelourinho e na Rua Chile visitar as vitrinas das Duas Américas, Casas Sloper...

 

Esses hábitos acabaram o tempo é outro. As famílias mudaram-se. Nova classe social assumiu os espaços. Ficaram as lembranças, as visitas periódicas, enfim, os lugares são os mesmo, o espírito é outro.  

 

O domingo é dia leve, sorridente, simpático, dia de preguiça ou do acordar cedo. Dia de namoro, num vai e vem no passeio do convento, do sino que marcava a vida, das rezas cantadas, da presença inteira do pai oferecendo oportunidades de pintança.

 

O domingo, diz o Google,  “é o primeiro dia da semana compreendido entre o sábado e a segunda-feira”.

 

No Brasil e em Portugal, assim como na Grécia, no Japão, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e em países anglo-saxões em geral, por fundamentação bíblica e etimológica, o domingo é considerado o primeiro dia da semana.

 

Na liturgia cristã, assim como no judaísmo, também é considerado o primeiro dia da semana.

Todo domingo é um dia “de preceito.” “A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã”.

 

“Em muitos outros países do mundo, incluindo a maioria dos países da Europa, é considerado o último dia da semana civil”.

 

O ruim do domingo é que se lhe seguia a segunda feira, pensava a garotada, que se via obrigada a adiar seus planos para o novo domingo.

 

As lembranças e relembranças nos vão atingindo: 

 

A igreja, o convento, o  Senhor Morto na Ordem Terceira, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, as catacumbas lá existentes, os companheiros, outros apenas conhecidos, até onde a lembrança imediata alcança: 

 

José Expedito Perrone, Fernando José que se  fez  Prefeito de Salvador, Hesler Café, Chico o alfaiate, José, Milton e  Luiz Melo, Frechinha, o árabe valente, José Carlos Lira, o boxeador, os O’Dwyer, e neles Newton – colega na Escola Marquês de Abrantes, a turma da pesada (brigões), que vinha da Rua do Paço,  Jocafi e Gilberto Gil, que distribuíram seus talentos pelo Brasil, Dionê, pensadora cristã e poetisa, com ação em 14 países, a bela e esnobe Josefina, Liz, a carioca, Cléa, Nancy, Eliana e Rosely, professoras,  Roberto Ribeiro, talentoso musicista, primo, e José Carlos, irmão, companheiros inseparáveis, os primos Edson, Cleber, maestro, e César (Cesário baixista  de Daniela Mercury).  São tantos...  

 

Professores, médicos advogados, comerciantes, outros trabalhadores compunham a sociedade local, que orgulhosa sustentava o privilégio de nela habitar. 

 

E o Carnaval que nos visitava, e nele o afoxé  Filhos de Gandhy, que subia a ladeira do Carmo e fazia a festa, as procissões, as rezas de Santo Antônio, o desfile do caboclo nos 2 de julho, quando domingo ganhavam cores especiais e significado.

 

Enfim, não devo me alongar, hoje domingo é dia de visitar os  netos abraçar-lhe ou de receber deles a esperada visita. Lembrar-se dos pais falecidos ou tomar a benção – sublime felicidade –  àqueles que, provectos, estão entre nós. 

 

Para não pecar por omissão, a homenagem, permitam: minha mãe cresceu no Carmo, a única na família raiz, Dinorah/Dina, 96 anos de lucidez, alegria, amor, forte e justa presença. 

 

Bom domingo para todos. 

SSA, BA, 25.10.2020

Geraldo Leony Machado

geraldolm23@gmail.com

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