domingo, 22 de maio de 2022

A LAGOSTA

                                     


 




 

*A Lagosta*
A lagosta é um animal mole, que vive dentro de um exoesqueleto que vai endurecendo ao longo do tempo e se tornando extremamente rígido.
Essa "casca grossa" não se expande, por isso, para que possa crescer e se desenvolver ela precisa sair do seu conforto, do seu lar seguro e se refugiar debaixo das rochas enquanto constrói uma nova "casa".
Ela faz esse processo - ecdise - diversas vezes durante sua vida. Toda vez que se sente sob pressão e desconforto, em outras palavras, quando sente a dor do crescimento, ela abandona seu lar, refugia-se debaixo das rochas e "renasce".
O estímulo para a mudança é a angústia, o desconforto, a dor. Caso ela tivesse algum remédio para eliminar a dor, muito provavelmente encerraria o seu processo de crescimento e ficaria estagnada na posição em que se encontra.
Nós seres humanos passamos por um processo similar.
Nascemos não com um exoesqueleto, mas com um poderoso cérebro, capaz de modificar suas estruturas. E é exatamente essa capacidade de aprendizado, mudança e adaptação - neuroplasticidade - que faz o homo sapiens tão poderoso e singular.
Aprendemos - em nossa primeira infância - principalmente devido à imitação dos nossos cuidadores, entretanto, esses padrões se tornam inadequados em nossa vida adulta.
Sentimos que ao ganharmos idade nossos comportamentos não se encaixam nas situações do cotidiano, contudo, insistimos em repetir esses padrões outrora aprendidos, modelos esses que nos levam a grande sofrimento, depressão, ansiedade ou angústia interior.
Qual é a solução? Pisar no freio, parar de fugir de nós mesmos, refletir em nossa conduta, encontrar as raízes desses comportamentos e abandoná-los.
Todavia, desapegar de um comportamento nos leva a enorme medo, ansiedade e desconforto. "O que farei sem minhas certezas? Eu sempre fiz dessa forma, como farei agora? E se der errado?" ...
Assim como a lagosta, devemos ouvir a nossa angústia interior, a nossa dor. Nós também crescemos e o que carregamos do passado em nossa mente, nem sempre será o que realmente precisamos no momento atual.
Abrir mão dói reconhecer que não somos tão inteligentes e importantes quanto achamos dói, ter que pedir desculpas e assumir nossas fraquezas dói desapegar do que recebemos dos nossos pais, professores, religião e família nos leva a culpa, dor e medo.
Sem o enfrentamento dessa dor e principalmente, sem auto responsabilidade, seremos eternas crianças, agindo de formas inadequadas diante dos desafios do presente.
Terá você coragem para enfrentar suas angústias sem fugas, abrir mão das suas certezas e renascer diversas vezes durante a sua vida?

*- Alessander Raker Stehling* 

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NOTAS

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