Geraldo
Leony Machado
AUTORITARISMO
– REFLEXÃO
Autoritarismo,
presente em ditaduras, baseia-se na personalidade do seu líder, afastado de
ideia política definida, clara. Difere de totalitarismo, este com único partido
político impõe ideologia, clara, definida.
Os
totalitários são autoritários, mas, o autoritário, antes de tudo, é pessoa
centrada em si mesma, de visão limitada ou com impossibilidade de ver o outro
lado das coisas. Numa visão geral, são faces de uma moeda que se vai
desgastando frente às realidades humanas.
A
realidade humana traz em seu bojo o desejo e sentido de liberdade, de
“anarquia”, de expressar-se segundo suas crenças, seus limites, suas
possibilidades. Assim é o mundo, seus caminhos, essência de convivência com
tantos desiguais, embora semelhantes.
Caso
permitam - nestas pretendidas 30 linhas, falar-se em “realidade cristã” vale o
amparo de Sidney Hook: “Ideologia é uma consciência da realidade social que
falseia ou esconde o fundamento dessa realidade”.
Aqui é
válido falar-se em livre arbítrio, preparo comportamental através de educação,
em tom maiúsculo, levando o indivíduo a enxergar sua realidade maior, por olhos
próprios.
O tempo
é curto para isso, tem-se pressa, deve-se agilizar processos justificadores de
imposições para alcançar o bem social, diriam.
Mas, o
destino do homem não lhe pertence? A responsabilidade do processo é dele, os
percalços desse caminhar também são seus, os tropeços, a demora de chegar à
definições – em destaque o sentido ético, moral, espiritual – é de sua
competência, do seu dever pessoal, inclusive o de suportar aflições decorrentes
de suas posturas diante da vida.
Utopia
religiosa? Não, realidade impressa em seu espírito, bem ou mal expressa,
segundo sua posição, mental, social, econômico-financeira ou, acima de tudo
isto, de sua própria condição espiritual.
Desenvolvimento
retilíneo, advindo de massificações ou nivelamentos a níveis inferiores ou
superiores, descabem, traem o sentido próprio do ser.
No
livro “Da Liberdade de Expressão”, a fala de um dos seus coautores, o professor
de filosofia em NY, Sidney Hook, define melhor o que expressamos: Marcuse
desejou “revolucionar toda a base da sociedade humana e abolir toda injustiça”.
Criticou o homem soviético e o homem americano, propugnando por um “um tipo de
homem com sensibilidade tanto quanto consciência diferente; homens que falem
diferente linguagem tenham gestos diversos, sigam impulsos distintos; que
tenham desenvolvido uma barreira instintiva contra a crueldade, a brutalidade e
a ignomínia”.
Perdeu-se
o ilustre pensador ao admitir métodos impositivos, tornando “bastante duvidosa
a perspectiva da libertação humana”, por ele arguida.
O
espaço é diminuto, o tempo exíguo, sem desejar cansar o leitor, forçoso é
retornar às ideias iniciais e afirmar que o tempo, a educação integral, a
espiritualidade desenvolvida promove a subida do homem à montanha para entender
o que é ser “sal da terra”, “luz do mundo”, enfim conscientização, crescimento
interior, que se fará a modo próprio, porém regido por leis criadoras
imutáveis.
SSA,
10.05.2024
Geraldo
Leony Machado
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