terça-feira, 14 de maio de 2024

REFLEXÃO GLM

 


Geraldo Leony Machado

AUTORITARISMO – REFLEXÃO

Autoritarismo, presente em ditaduras, baseia-se na personalidade do seu líder, afastado de ideia política definida, clara. Difere de totalitarismo, este com único partido político impõe ideologia, clara, definida.

Os totalitários são autoritários, mas, o autoritário, antes de tudo, é pessoa centrada em si mesma, de visão limitada ou com impossibilidade de ver o outro lado das coisas. Numa visão geral, são faces de uma moeda que se vai desgastando frente às realidades humanas.

A realidade humana traz em seu bojo o desejo e sentido de liberdade, de “anarquia”, de expressar-se segundo suas crenças, seus limites, suas possibilidades. Assim é o mundo, seus caminhos, essência de convivência com tantos desiguais, embora semelhantes.

Caso permitam - nestas pretendidas 30 linhas, falar-se em “realidade cristã” vale o amparo de Sidney Hook: “Ideologia é uma consciência da realidade social que falseia ou esconde o fundamento dessa realidade”.

Aqui é válido falar-se em livre arbítrio, preparo comportamental através de educação, em tom maiúsculo, levando o indivíduo a enxergar sua realidade maior, por olhos próprios.

O tempo é curto para isso, tem-se pressa, deve-se agilizar processos justificadores de imposições para alcançar o bem social, diriam.

Mas, o destino do homem não lhe pertence? A responsabilidade do processo é dele, os percalços desse caminhar também são seus, os tropeços, a demora de chegar à definições – em destaque o sentido ético, moral, espiritual – é de sua competência, do seu dever pessoal, inclusive o de suportar aflições decorrentes de suas posturas diante da vida.

Utopia religiosa? Não, realidade impressa em seu espírito, bem ou mal expressa, segundo sua posição, mental, social, econômico-financeira ou, acima de tudo isto, de sua própria condição espiritual.

Desenvolvimento retilíneo, advindo de massificações ou nivelamentos a níveis inferiores ou superiores, descabem, traem o sentido próprio do ser.

No livro “Da Liberdade de Expressão”, a fala de um dos seus coautores, o professor de filosofia em NY, Sidney Hook, define melhor o que expressamos: Marcuse desejou “revolucionar toda a base da sociedade humana e abolir toda injustiça”. Criticou o homem soviético e o homem americano, propugnando por um “um tipo de homem com sensibilidade tanto quanto consciência diferente; homens que falem diferente linguagem tenham gestos diversos, sigam impulsos distintos; que tenham desenvolvido uma barreira instintiva contra a crueldade, a brutalidade e a ignomínia”.

Perdeu-se o ilustre pensador ao admitir métodos impositivos, tornando “bastante duvidosa a perspectiva da libertação humana”, por ele arguida.

O espaço é diminuto, o tempo exíguo, sem desejar cansar o leitor, forçoso é retornar às ideias iniciais e afirmar que o tempo, a educação integral, a espiritualidade desenvolvida promove a subida do homem à montanha para entender o que é ser “sal da terra”, “luz do mundo”, enfim conscientização, crescimento interior, que se fará a modo próprio, porém regido por leis criadoras imutáveis.

SSA, 10.05.2024

Geraldo Leony Machado

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