sexta-feira, 20 de junho de 2014

Carta do meu irmão



Muito querida irmã Dionê (Neinha),

Amanhã gostaria de poder lhe telefonar e desejar-lhe saúde, paz, felicidade em Cristo Jesus. O que faço agora.

Sei que as circunstâncias de sua vida são difíceis, mas, não há fardo sem merecimento. Não existem peleja, provações, missões, ou outro envolvimento qualquer, sem que o chamado Divino tenha ocorrido.

Neste 11 de abril de 2013 gostaria de estar com vc. e vê-la sorrir, consciente de que há predestinação para aqueles que precisam altear-se, vencer liames, ultrapassar barreiras, reformar-se, revestir-se de valores que preexistem e precisam aflorar.

Creio nisso, e respaldo-me com os exemplos de Paulo de Tarso (São Paulo), de Simão (Cefas, Pedro, São Pedro), ou de outros, mais próximos de nós, a exemplo de Tereza de Ávila, Irmã Dulce, apenas para citar os que, de logo, vêm à minha mente.

Imóbil, que felicidade se pode ter? Toda aquela que emana da convicção do espírito que tudo está a passar, e que logo passará, cabendo-nos honrar a condição que nos circunda ou, mesmo, escraviza, pois ela é condição de pensar, de superar, para além do diamante ter-se o brilhante.

Não são palavras ocas estas. É o que sinto.

A superação é exigida tão-só àqueles que a podem  fazer acontecer. Ressalvem-se os que nascem santos (?).  Nós outros – talvez vc. em particular – esteja nesse processo.
A chamada a vc. depende de condições, que não sabemos quais, porém pode estar acontecendo, porque vc. o deseja, porque vc. luta por isso, porque vc. tem valor, porque vc.precisa livrar-se de amarras e, mesmo, superar-se, superar circunstâncias do seu próprio ser.

O amor irrestrito que por vc. nutrimos, faz-nos (faz-me) falar assim, porque sua dor é a nossa (a minha dor), o que a atinge nos (me) atinge, sua tristeza é nossa (minha) tristeza, mas sua VITÓRIA será nossa ( a minha) incomensurável vitória, ainda que  não tenha assento no mesmo grandioso lugar, que – por certo – há de lhe estar reservado, dependente do seu caminhar e entrega da cruz que lhe foi imposta.

Uma abertura sempre maior de coração se fez necessária. Isso e aquilo - quem sabe – são as chaves  de um chegar maduro, irreversível.

Permita-me essa ilação do meu pensamento, apenas meu pensamento, um pensamento sem dimensão, ou de pequena dimensão.

Seu irmão, que não pode perdê-la, que não pode perder sua fraternidade, mesmo em vida. 

Geraldo (seu, o de sempre, Didinho).

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