HISTÓRIA 1: A TARTARUGA CURIOSA
Numa
pequena ilha, não muito longe do continente, vivia uma tartaruga, gordinha e
muito faceira.
Toda
a manhã bem cedinho saia de sua casa e começava a passear pelos arredores.
Sempre encontrava novidades no seu pequeno mundo, trazidos pelas águas do mar.
Um dia foi uma tecida cor de abóbora que aproveitou para fazer um casaco. Outro
foi uma sacola, que depois de ajeitá-la serviu para colocar as flores que
colhia e enfeitava sua morada. De outra, foi um pequeno barquinho, com certeza
esquecido por algum menino nas praias. Agora contudo, estava muito curiosa. Um
viajante muito grande tinha trazido para sua ilha, uma árvore. Colocou-a bem no
centro e foi embora.
Cada
dia a planta crescia mais por certo, encontraria o céu – pensava a tartaruga...
A
planta era bonita e delicada, suas folhas tinham o formato de um coração, e
subia, subia como um pé de feijão.
Bem
o dia começava, corria a tartaruga para verificar se a planta já tinha
alcançado o céu. Não fazia mais nada. Descuidou-se dos seus afazeres, das suas
atividades. Não cuidava mais de sua casa, não colhia mais flores, não limpava
sua ilha, nada. Só pensava no dia que poderia ir até o céu encontrar-se com
Deus.
Dia-após-dia,
ficava junto a planta, aguardando que chegasse ao céu.
Os
anos passaram, e a tartaruga esperando, sem nada conseguir. Em sonho, viu-se
velha, e morreu.
Foi
levada ás portas do céu. O anjo que servia de porteiro perguntou-lhe: - Que fez
da sua vida tartaruga?
-
Ela prontamente respondeu: esperei ano-após-ano entrar no céu.
Nada
mais fiz. Não queria perder nem por um minuto as delicias desse lugar. Deixei
todas as minhas obrigações, tinha receio de perder tempo com banalidades. Aqui
é meu lugar...!
O
anjo, erguendo os olhos para a tartaruga respondeu:
-
Volte, cumpra primeiro todas as suas obrigações com seu lugar e no tempo que
lhe foi dado. Depois sim, estarei aqui com muita alegria à sua espera.
Ao
acordar, voltou a tartaruga à sua ilha, não mais preocupada em ganhar o céu
facilmente, mas, continuar seus trabalhos dentro das obrigações de cada dia.
Redigido em 1982. Dionê.
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