sábado, 21 de junho de 2014

UM PAÍS DIFERENTE 3



ESTÓRIA 3: UM PAÍS DIFERENTE



            Livrópolis era um lugar diferente. Silencioso, aparentemente tranquilo.
            Seus cidadãos diferiam do comum. Eram livros.
            Cada um ocupava seu posto, suas funções. Existiam grupos, sociedades, famílias. E lá também, por ser tão parecida sua organização á nossa, existia livros famosos, ignorados, decentes, indecentes, infantis, puros, superficiais e profundos.
            Não entendia como um país como aquele, vivia também se destruindo.
            Quantidades enormes de livros queimados, desde que não atendessem a seus interesses dos Livros Chefes. Muita destruição. Livros importantes sendo devoradas pelos cupins, traças e pela umidade. Não havia saída para eles.
            Mas, surge um livro, velho como o próprio tempo, porém forte e radioso. Não trazia novidade, porém estava cheio de verdades. Verdades que nunca tinham sido aceitas, sempre proteladas pelo nosso esquecimento e comodismo.
            Ele não gritava, não batia, sussurrava palavras de bom senso, cuidado e amor pelos nossos companheiros.
            Surpresos ficaram ao verificar, que tudo que ele falava, sempre fizemos questão de ignorar, e somente agora, depois de tanta destruição, parávamos para escutar a voz da razão. Tínhamos se esquecido de serem cuidadosos responsáveis e amorosos.
            Depois de nos orientar, retirou-se calmamente para uma prateleira bem alta, e nós, num esforço comum, voltamos à luta, para evitar o nosso extermínio.

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