HISTÓRIA 5: A MULHER
QUE VOOU
Numa
pequena aldeia, vivia uma mulher muito pesada. Por maior esforço que fizesse
não saia sozinha do lugar. Sempre precisava de ajuda.
Com
muito esforço procurava movimentar-se para que seu peso não aumentasse. Se
ficasse parada, seria pior.
Sempre
que podia, ficava sentada no parque, olhando o movimento das pessoas, as
árvores e os pássaros que vinham procurar alimento naquele lugar. Olhava e
pensava: por que o homem também não inventa assas para as pessoas? Seria uma maneira
de resolver muitos problemas...
Recolheu-se
à tardinha, com aquela ideia a lhe martelar a cabeça.
À
noite, voltou a pensar no assunto e adormeceu...
Sonhou
que tinha enormes asas. Voava para todos os lugares que tivesse vontade. Corria
o mundo, visitava os quatro cantos da terra.
Depois
de vários anos, estava cansada. Não achava mais nada interessante. Os lugares
não ofereciam nenhum encanto, tudo era por demais conhecidos e fáceis.
Sem
ânimo para voar, passou a andar como os outros animais da terra. O tempo
passava e as asas sem uso, iam caindo, pena após pena. Ela voltava a ser o que
tinha sido antes, ou seja, igual a todas as outras mulheres.
Sentia-se
feliz, não mais diferia dos seres da sua espécie.
Acordou
mais leve, não que tenha emagrecido durante o sono, mas por ter aceitado sua
condição e o seu peso.
Redigido em 1982, Dionê.
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