MUDARAM A PSICOLOGIA
Coloca-se muita ênfase nas contribuições de
Psicólogos masculinos como Freud, Skinner, John B. Watson e outros.
Infelizmente, as contribuições importantes das mulheres na Psicologia são negligenciadas.
Veja as mulheres que romperam o preconceito
Quarta, 08/03/2017 - 12:47
10 mulheres
que mudaram a Psicologia
A Psicologia há muito tempo colocou ênfase nas
contribuições de Psicólogos masculinos como Sigmund Freud, B.F. Skinner, John
B. Watson e outros pensadores. Infelizmente, as contribuições importantes das
mulheres na Psicologia são muitas vezes negligenciadas em livros de Psicologia.
Ao estudar a história inicial da psicologia, podemo-nos
perguntar se todos os primeiros Psicólogos eram homens. A predominância de
pensadores masculinos nas listas de pioneiros importantes na Psicologia
certamente faz parecer assim, mas a realidade é que as mulheres têm
contribuído para a Psicologia desde os seus primeiros dias. Estimativas
sugerem que no início dos anos 1900, 1 em cada 10 psicólogos nos Estados
Unidos era uma mulher.
No entanto, muitas dessas mulheres pioneiras na
Psicologia enfrentaram consideráveis discriminações, obstáculos e
dificuldades. Muitas não foram autorizadas a estudar com homens,
sendo-lhes negados graus ou posições académicas que lhes permitiriam pesquisar
e publicar.
As mulheres têm realizado muitas contribuições
importantes e inovadoras no campo da Psicologia, muitas vezes apesar de
enfrentar uma discriminação considerável devido ao seu sexo. Essas mulheres
merecem ser reconhecidas pelo seu trabalho pioneiro. A seguir, estão algumas
dessas mulheres que ajudaram a moldar a Psicologia.
Mary Whiton Calkins
Mary Whiton Calkins estudou em Harvard, embora
nunca tenha recebido aprovação para admissão formal. Estudou com alguns dos
pensadores mais eminentes da época, incluindo William James e Hugo Munsterberg
e completou todos os requisitos para um doutoramento. Apesar disto, Harvard
recusou-se a conceder-lhe esse grau por ser uma mulher.
Independentemente disso, Calkins tornou-se a
primeira mulher presidente da American Psychological Association. Durante a sua
carreira, escreveu mais de cem trabalhos sobre temas de Psicologia, desenvolveu
a técnica de associação pareada e tornou-se conhecida pelo seu trabalho na área
da autopsicologia.
Anna Freud
Quando a maioria das pessoas ouve o nome Freud,
Sigmund é provavelmente o primeiro nome que vem à mente. No entanto, a filha
do famoso psicanalista Anna era uma Psicóloga bem conhecida e influente por
mérito próprio. Anna Freud não só expandiu as ideias do seu pai, como também
desenvolveu o campo da Psicanálise infantil e influenciou outros pensadores,
incluindo Erik Erikson.
Entre as suas muitas realizações estão a introdução dos mecanismos de defesa e expansão do interesse no campo da Psicologia infantil.
Entre as suas muitas realizações estão a introdução dos mecanismos de defesa e expansão do interesse no campo da Psicologia infantil.
Mary Ainsworth
Mary Ainsworth era uma importante Psicóloga do
desenvolvimento. O seu trabalho demonstrou a importância de apegos saudáveis na infância e ela foi pioneira no uso de uma técnica hoje bastante conhecida como a "Situação Estranha" -
nesta situação Ainsworth colocava uma mãe e uma criança numa sala por forma a
observar as reações da criança a várias situações, incluindo um estranho entrar
na sala, ficar sozinho com o estranho e o retorno da mãe para a sala.
O trabalho inovador de Ainsworth teve uma grande
influência na nossa compreensão dos estilos de vinculação e como esses estilos
contribuem para a formação da personalidade adulta.
Leta Stetter Hollingworth
Leta Stetter Hollingworth foi pioneira na
Psicologia nos Estados Unidos. Estudou com Edward Thorndike e ganhou
protagonismo através das suas investigações sobre inteligência e crianças
superdotadas. Outra das suas contribuições importantes foi sua pesquisa sobre a
Psicologia das mulheres, pois à data a opinião que prevalecia era que as
mulheres eram intelectualmente inferiores aos homens e essencialmente
semi-inválidas quando estavam menstruadas. Hollingworth desafiou esses
pressupostos e a sua pesquisa demonstrou que as mulheres eram tão inteligentes
e capazes como os homens, não importa qual era a época do mês.
A sua obra é notável considerando
que enfrentou obstáculos
consideráveis devido à discriminação de género. Apesar de uma vida curta (faleceu aos 53 anos) a sua influência e
contribuições para o campo da Psicologia foram impressionantes.
Karen Horney
Karen Horney era uma influente Psicóloga
neo-freudiana conhecida pela sua visão da Psicologia feminina. Quando Sigmund
Freud propôs famosamente que as mulheres experimentassem a "inveja do
pênis", Horney respondeu que os homens sofrem de "inveja do
ventre" e que todas as suas ações são impulsionadas pela necessidade de
compensar o fato de que não podem ter filhos.
A sua refutação sincera das ideias de Freud ajudou
a chamar mais atenção para a Psicologia das mulheres. A sua teoria das
necessidades neuróticas e a sua crença de que as pessoas eram capazes de
assumir um papel pessoal na sua própria saúde mental estão entre as suas muitas
outras contribuições para o campo da Psicologia.
Melanie Klein
A terapia do jogo é uma técnica comumente usada na
intervenção com crianças que permite que estas expressem os seus sentimentos e
experiências de uma forma natural e útil. Amplamente utilizada hoje, Melanie
Klein desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento desta técnica.
Através do seu trabalho com crianças, ela observou que as crianças
frequentemente utilizam o jogo como um dos seus principais meios de
comunicação.
Uma vez que as crianças não são capazes de algumas
das técnicas freudianas mais utilizadas, como a associação livre, Klein começou
a utilizar o brincar como uma maneira de investigar os sentimentos, ansiedades
e experiências inconscientes das crianças. O trabalho de Klein conduziu a um
grande desacordo com Anna Freud, que defendia que as crianças não podiam ser
psicanalisadas. Klein sugeriu que analisar, através do brincar, uma criança
permitia ao analista aceder ao mundo interno desta e explorar como várias
ansiedades afetam o desenvolvimento do ego e do superego.
Mamie Phipps Clark
Clark fez muitas contribuições importantes para a
Psicologia, incluindo o desenvolvimento do Clark Doll Test, a sua investigação
sobre a raça e o seu papel no famoso Brown 1954 vs Board of Education.
Clark tornou-se a primeira mulher negra a obter um
diploma da Universidade de Columbia. Apesar de um considerável preconceito baseado tanto na sua raça e no género, Clark passou a tornar-se
uma Psicóloga influente. A sua pesquisa sobre identidade racial e auto-estima
ajudaram a abrir o caminho para investigações futuras sobre o autoconceito
entre as minorias.
Christine Ladd-Franklin
O papel de Christine Ladd-Franklin como líder
feminina na Psicologia começou cedo na sua vida, pois tanto a sua mãe como a
sua tia eram fervorosas defensoras dos direitos das mulheres. Esta influência
precoce não só a ajudou a ter sucesso no seu campo apesar da oposição
considerável, mas também inspirou seu trabalho posterior defendendo os direitos
das mulheres na academia.
Ladd-Franklin tinha interesses variados, incluindo
Psicologia, lógica, matemática, física e astronomia. Ela desafiou um dos
principais psicólogos do sexo masculino Edward Titchener, por não permitir
mulheres no seu grupo de investigação e desenvolveu uma influente teoria da
visão de cores. Actualmente é lembrada pelo seu trabalho em Psicologia e a sua
influência como uma mulher pioneira num campo dominado por homens.
Margaret Floy Washburn
Margaret Floy Washburn foi a primeira mulher a
receber um Ph.D. Em Psicologia. Ela conduziu os seus estudos de pós-graduação
com Edward B. Tichener e foi o seu primeiro aluno de pós-graduação. Como muitas
mulheres nesta lista, o seu trabalho na Psicologia ocorreu numa época em que às
mulheres eram negadas posições académicas. Apesar disso, tornou-se uma respeitada
investigadora, escritora e professora.
Os seus principais interesses de investigação eram
nas áreas de cognição animal e processos fisiológicos básicos. Tendo
influenciado fortemente a psicologia comparativa e desenvolvido uma teoria
motora da cognição, sugerindo que os movimentos do corpo tinham influência no
pensamento.
Eleanor Maccoby
O nome de Eleanor Maccoby é provavelmente familiar
para qualquer pessoa que já tenha estudado Psicologia do desenvolvimento. O seu
trabalho pioneiro na psicologia das diferenças género desempenhou um papel
importante na compreensão atual de aspectos como a socialização, influências
biológicas sobre as diferenças e papéis de género. Foi a primeira mulher a
presidir o departamento de Psicologia da Universidade de Stanford e, por sua
própria descrição, a primeira mulher a realizar uma palestra em Stanford
vestindo um fato-calça. Ela continua a ocupar o cargo de professora emérita em
Stanford e recebeu inúmeros prémios pelo seu trabalho inovador, incluindo o
Maccoby Book Award nomeado em sua homenagem.
Muitas mulheres fizeram contribuições importantes
para o desenvolvimento inicial da Psicologia como ciência. Enquanto no passado
as mulheres eram uma minoria em Psicologia, hoje as marés mudaram
dramaticamente. Atualmente, as mulheres
compõem quase dois terços de todos
os estudantes de pós-graduação em Psicologia, mais da metade dos membros da
Associação Americana de Psicologia, e 75% dos Mestrados em Psicologia.
Google.
Sem comentários:
Enviar um comentário