Folclore: Relembre a
infância com 18 cantigas de roda
21/08/201413h06
Agosto é
o mês do folclore. Para comemorar a data, listamos a seguir algumas cantigas de
roda, que têm caráter folclórico e abordam temas do universo infantil.
A famosa
dança infantil, de roda, conhecida em todo o Brasil, teve
origem em Portugal, onde era um bailado de adultos. O semelhante a ela é o fandango, baile
rural praticado até meados do século 20 no interior do Rio de Janeiro (Parati)
e São Paulo, em que homens e mulheres formavam rodas concêntricas, homens por
dentro e mulheres por fora.
Os versos
que abrem a ciranda infantil são conhecidíssimos ainda hoje: "Ciranda,
cirandinha/ Vamos todos cirandar/ Vamos dar a meia volta/ Volta e meia vamos
dar". De resto, há variações regionais que os complementam como "O
anel que tu me deste/ Era vidro e se quebrou./ O amor que tu me tinhas/ Era
pouco e se acabou".
Cantigas
folclóricas
- A barata diz que tem
A barata diz que tem sete saias de filó/ É mentira
da barata, ela tem é uma só/ Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só. A Barata diz
que tem um sapato de veludo/ É mentira da barata, o pé dela é peludo/ Ah ra ra,
Iu ru ru, o pé dela é peludo! A Barata diz que tem uma cama de marfim/ É
mentira da barata, ela tem é de capim/ Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de
capim.
- A canoa virou
A canoa virou/ Por deixá-la virar, Foi por causa da
Maria/ Que não soube remar. Siriri pra cá, Siriri pra lá, Maria é velha/ E quer
casar. Se eu fosse um peixinho/ E soubesse nadar, Eu tirava a Maria/ Lá do
fundo do mar.
- Alecrim
Alecrim, alecrim dourado/ Que nasceu no campo/ Sem
ser semeado. Oi, meu amor, Quem te disse assim, Que a flor do campo/ É o
alecrim? Alecrim, alecrim aos molhos, Por causa de ti/ Choram os meus olhos.
Alecrim do meu coração/ Que nasceu no campo/ Com esta canção.
- Atirei o pau no gato
Atirei o pau no gato tô tô/ Mas o gato tô tô/ Não
morreu reu reu/ Dona Chica cá/ Admirou-se se/ Do berro, do berro que o gato
deu/ Miau!
- Boi da cara preta
Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ Pega esta criança
que tem medo de careta. Não , não , não/ Não pega ele não/ Ele é bonitinho, ele
chora coitadinho.
- Cai cai balão
Cai cai balão, cai cai balão/ Na rua do sabão/ Não
Cai não, não cai não, não cai não/ Cai aqui na minha mão! Cai cai balão, cai
cai balão/ Aqui na minha mão/ Não vou lá, não vou lá, não vou lá/ Tenho medo de
apanhar!
- Capelinha de melão
Capelinha de melão/ É de São João/ É de cravo, é de
rosa, É de manjericão/ São João está dormindo/ Não acorda, não/ Acordai, acordai,
Acordai, João!
- Ciranda cirandinha
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos
dar a meia-volta, volta e meia vamos dar/ O anel que tu me deste era vidro e se
quebrou/ O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou/ Por isso, D. Fulano
entre dentro dessa roda/ Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá-se embora/ A
ciranda tem tres filhas/ Todas tres por batizar/ A mais velha delas todas/
Ciranda se vai chamar
- Escravos de Jó
Escravos de Jó/ Jogavam caxangá/ Tira, bota, deixa
o Zé Pereira ficar. Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá/ Guerreiros
com guerreiros fazem zigue zigue zá.
- Eu entrei na roda
Ai, eu entrei na roda/ Ai, eu não sei como se
dança/ Ai, eu entrei na "rodadança"/ Ai, eu não sei dançar. Sete e
sete são quatorze, com mais sete, vinte e um/ Tenho sete namorados só posso
casar com um. Namorei um garotinho do colégio militar/ O diabo do garoto, só
queria me beijar. Todo mundo se admira da macaca fazer renda/ Eu já vi uma
perua ser caixeira de uma venda.
- Fui no Itororó
Fui na fonte do Itororó/ Beber água e não achei.
Achei linda morena/ Que no Itororó deixei. Aproveite minha gente/ Que uma noite
não é nada. Se não dormir agora/ Dormirá de madrugada. Ó Mariazinha! Ó
Mariazinha! Entre nesta roda/ E dançara sozinha. Sozinha eu não danço/ Nem devo
dançar/ Porque tenho o boto/ Para ser meu par.
- Marcha soldado
Marcha Soldado/ Cabeça de Papel/ Se não marchar
direito/ Vai preso pro quartel. O quartel pegou fogo/ A polícia deu sinal/
Acorda acorda acorda/ A bandeira nacional.
- O cravo brigou com a rosa
O cravo brigou com a rosa/ Debaixo de uma sacada/ O
cravo saiu ferido/ E a rosa, despedaçada. O cravo ficou doente/ A rosa foi
visitar/ O cravo teve um desmaio, A rosa pôs-se a chorar.
- Peixe vivo
Como pode o peixe vivo/ Viver fora d'água fria?
Como pode o peixe vivo/ Viver fora d'água fria? Como poderei viver, Como
poderei viver, Sem a tua, sem a tua, Sem a tua companhia? Os pastores desta
aldeia/ Já me fazem zombaria/ Os pastores desta aldeia/ Já me fazem zombaria/
Por me ver assim chorando/ Sem a tua, sem a tua companhia.
- Pirulito que bate bate
Pirulito que bate bate/ Pirulito que já bateu/ Quem
gosta de mim é ela/ Quem gosta dela sou eu. Pirulito que bate bate/ Pirulito
que já bateu/ A menina que eu gostava/ Não gostava como eu.
- Samba Lelê
Samba Lelê está doente/ Está com a cabeça quebrada/
Samba Lelê precisava/ De umas dezoito lambadas. Samba, samba, Samba ô Lelê/
Pisa na barra da saia ô Lalá/ Ó Morena bonita, Como é que se namora? Põe o
lencinho no bolso/ Deixa a pontinha de fora.
- Se esta rua fosse minha
Se esta rua, Se esta rua fosse minha, Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar, Com pedrinhas, Com pedrinhas de diamantes, Só pra ver, só
pra ver/ Meu bem passar. Nesta rua, nesta rua tem um bosque/ Que se chama, que
se chama solidão/ Dentro dele, dentro dele mora um anjo/ Que roubou, que roubou
meu coração...
- Teresinha de Jesus
Teresinha de Jesus deu uma queda/ Foi ao chão/
Acudiram três cavalheiros/ Todos de chapéu na mão. O primeiro foi seu pai/ O
segundo seu irmão/ O terceiro foi aquele/ Que a Teresa deu a mão. Teresinha
levantou-se/ Levantou-se lá do chão/ E sorrindo disse ao noivo/ Eu te dou meu
coração. Dá laranja quero um gomo/ Do limão quero um pedaço/ Da morena mais
bonita/ Quero um beijo e um abraço.
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