As seis armas da Batalha Espiritual de Efésios 6
Paulo se inspirou nas armas militares (em especial nas romanas) de seu tempo. Essas armas figuram nossas armas espirituais, cujas peças formam um todo e no protege envolvendo nosso
corpo.São elas:
1- Cinto da verdade - O texto literal é “Cingidos com a verdade”. A peça
que cinge é o cinto, ou seja, é a peça que prende as roupas à cintura, isso
quer dizer, que a nossa roupagem espiritual deve estar bem presa à verdade.
Nos tempos de Paulo, usava-se no armamento romano um cinto para prender a
couraça e o restante das roupas. Esse cinto era cheio de pedrinhas
semipreciosas e era usado com muito orgulho pelo soldado. Outra finalidade do
cinto era prender os pontos dos vestidos, deixando livres as pernas do soldado,
que assim, poderia se movimentar com maior agilidade.
2- Couraça da Justiça – Tem a finalidade de proteger o peito. A vida e as
atitudes do lutador cristão devem ser permeadas pela justiça, que se une à
verdade e vistas de frente pelos inimigos (Is 59.17, 1 Ts 5.8). A couraça
protege das setas (flechas) mortais do inimigo. Justiça e verdade andam de mãos
dadas.
3- Calçados [...] na preparação do Evangelho – Sapatos são importantes para proteger
os pés. Nos tempos romanos, o soldado usava um tipo de sandália com cravos nas
solas, que os protegiam de escorregões, dando-lhes maior segurança.
A expressão de Paulo para “calçados na preparação do Evangelho da paz, tem a
ver com a segurança da mensagem do Evangelho que pregamos. O Evangelho é o
poder – dunamis (grego) – contra as forças do mal.
A palavra “preparação” nos dá a ideia de prontidão, os calçados teriam que
oferecer segurança e capacidade de prontidão em momentos inesperados, isto é, sem
risco de quedas ou deslizamentos.
Outro termo que se destaca no versículo é “Evangelho”, que significa “Boas
Novas”, “Boa Notícia”, o soldado que se calçar com o Evangelho, vai exercer
também o papel de mensageiro.
Nessa batalha espiritual, nossos inimigos tentarão arrancar nossos calçados
para que não levemos a vitória do Evangelho da paz ao mundo.
4- Escudo da fé – Escudo é arma de defesa contra ataques diretos do inimigo,
era preso em um dos braços do soldado, tinha a forma de um prato gigante, que
servia para proteger todo o corpo.
Um soldado cristão sem escudo fica vulnerável aos ataques satânicos. O
conhecimento da Palavra de Deus forma o escudo da fé, protegendo o cristão
contra heresias, sofismas e mentiras diabólicas.
“[…]com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Os
dardos inflamados eram estopas embebidas em substâncias inflamáveis, que eram
presas às flechas e lançadas contra o adversário. Havia naquele tempo, escudos
frágeis, feitos de madeira, então os dardos inflamados queimavam o escudo e
tornava o corpo do soldado vulnerável para ser atingido.
A fé aqui tem um sentido transcendental, não natural. A confiança em Deus
deteriora os poderes malignos.
5- O capacete da salvação – Capacete em grego é perikephalaia, é o que protege
a cabeça. Nos tempos antigos os capacetes eram feitos com figuras decoradas de
animais ou carrancas para intimidar o adversário ou para representar o usuário
do capacete. As figuras usadas no capacete tinham também o objetivo de mostrar
a força e inteligência do usuário lutador. O cristão, por sua vez, toma posse
do “capacete da salvação” que protege a sua mente e dá segurança à sua vida,
pois, se o diabo conseguir atingir a mente do cristão, ele corre o risco de
perder a salvação.
6- Espada do Espírito – Havia dois tipos de espadas usadas numa batalha, uma
era feita em várias formas ou tamanhos e normalmente em bronze, esse tipo de
espada (ziphos), o outro tipo era um pouco mais curta que a ziphos e era usada
por gladiadores (machaira), mas o autor não se preocupa com o tamanho, mas, sim
com a forma de manusear. A espada é uma arma de ataque, o texto diz que a
espada do Espírito é a Palavra de Deus, logo, a Palavra de Deus é uma arma de
ataque contra o erro, contra a mentira, etc. Só essa espada pode vencer o diabo
e o pecado.
“Os grandes triunfos dos evangelistas se devem ao fato de fazerem muito uso da
Palavra de Deus em suas pregações” (G.H. Lacy), os pregadores que usam
sutilezas e lógicas modernas, podem convencer o intelecto, mas, não movem o
coração, portanto, é a Palavra de Deus a maior arma de defesa e ataque que o
crente tem à sua disposição. (Hb 4.12 e 2 Pedro 1.21)
A espada de dois gumes corta em dois sentidos - De um lado ela convence e
converte, do outro, ela condena (Salmo 45.3,5). É uma espada que sai da boca de
Cristo (Apocalipse 1.16; 19.15). Com a espada nas mãos dos santos (Salmos
149.6), o mundo será convencido do Evangelho, pelo poder (dunamis) da Palavra
de Deus – “A ESPADA DO ESPÍRITO” (2 Timóteo 3.16, Hebreus 3.7 e 1 Pedro 1.11)
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