sexta-feira, 19 de junho de 2020

SENTIMENTO NÃO REVELADO...

 


SENTIMENTO NÃO REVELADO

 

 








 

 

Quando algo duro cruel,
Nos acontece,
Todos compartilham,
O silêncio.
É como houvéssemos
Feito um acordo, de dor
Não partilhada.
Ninguém fala, mas sente,
Dói, mas não grita,
Sofresse dia a dia a vida toda.
Sumiu como uma nuvem, fumaça
Que parou planta pisada, enterrada,
Não mais brotou,
Sua voz, seu cheiro, sua alegria, sua verdade,

Acumulada sem diploma,
Pelas idas e vindas,
Vivenciadas, como um furacão,
Todos participavam, querendo ou não.
Brincadeiras, fantasiado,
Sorria, gritava, para esconder,
As alegrias ou frustrações.
Distinguiu-se dos demais,
Enxergava como águia,
Partiu como um pombo,
Atingido por badogue maldito,
Que não merece perdão.
Da terra saiu, para ela retornou,
Numa estrada, sem o respeito,
De quem o feriu e matou.
A dor sufocou...
Cinco numa atitude silenciosa,
Sofreram calados,
Sem jamais demonstrar suas dores,
Em sonhos todos o viam,
Chegando mais uma vez,
Mas os dias, meses, anos passaram,
A porta não abriu, ninguém assobiava,
As lembranças  não chegaram
Só  o silêncio sofrido,
Enchia o espaço vazio,
Que ele deixou.
Há um nome gravado,
Aqui é morada perpétua,
Daquele que só viajou,
Ninguém tem a chave,
Pois ele levou.
Geraldo Dias Machado,
Meu pai, nosso pai, marido de uma só
Mulher-Dinorah para ele, Dina.

Outubro, 2017.

Dionê Leony Machado

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