Revista Bula
Os 11 maiores atores
da história do cinema: a seleção suprema
Carlos
Willian Leite
25/08/2025 -
Montada na estrada, depois de deixarmos uma cidade fantasma,
esta seleção de onze atores adota a gramática do futebol: o 4-3-3 como
ferramenta crítica para posicionar temperamentos de tela em funções de jogo,
quem ancora, quem organiza, quem rasga espaço. Curadoria de Ademir Luiz
(historiador e professor de cinema) e Solemar Oliveira (físico e escritor), ela
considera impacto histórico, amplitude de registro, precisão técnica, potência
de imagem e a capacidade de alterar o tempo interno de um filme. Aqui o 4-3-3 é
mapa de triângulos responsáveis; não é ranking, é encaixe posicional. A partir
daqui, a estrada, uma rádio AM e um cardeal ajudam a fechar a escalação.
A estrada ruminava. O carro, aquário portátil de hipóteses,
levava Ademir Luiz e Solemar Oliveira para longe de um lugar que, horas antes,
fingira não existir. O mundo ainda tinha o tom vermelho da véspera; no
retrovisor, mulas pastando como notas de rodapé; no ar, uma rádio AM
atravessando tudo como poeira antiga. Era a hora de fechar a lista e também a
hora de desconfiar da memória.
Tudo o que não cabia em mapa acontecera lá. Na farmácia da
praça, a vendedora prometia prodígios e, por garantia, testava no próprio corpo
antes de entregar: tônico para pernas leves, creme que domava joelhos teimosos.
Comprava-se, ela experimentava. Ao lado, uma moça nariguda informava, com
solenidade de edital, que não podia conversar porque precisava casar virgem.
Num terreno vizinho, uma exposição de carros antigos reluzia como memória
cromada; ninguém sabe se foi sonho ou propaganda, as fotos saíram tremidas como
álibis. No bar, a garçonete dizia, com a naturalidade de quem dá troco certo,
que às vezes virava lobisomem. Agora, no asfalto, restava a dúvida: reminiscência,
realidade, Campari trabalhando horas extras.
No banco de trás, o mascote de onze anos cuidava da bússola
moral. Sempre que o celular morria, a inteligência acendia. “Esse aí é
desumilde”, decretava, folheando rostos como quem lê cartas. “Lateral bom olha
antes de correr.” “Goleiro manda na sombra.” Telefone carregado, silêncio;
telefone morto, oráculo. Estatística pequena, pontaria cruel.
A lista nasceu no caminho de volta. Ademir puxou a escalação
pela História: o 4-3-3 é filho de revoluções discretas, uma república de passes
em que o herói solitário cede o trono a triângulos que respiram; cada posição
carrega a memória de uma época, de reformas e dissidências. Solemar tratou do
gramado com Física de bolso: conservação da quantidade de movimento nos
contra-ataques; princípio da mínima ação no penúltimo passe; entropia reduzida
por volantes que fecham ângulos e abrem probabilidades. O campo, dizia, é
laboratório plano; cada corredor tem curvatura moral; todo desarme respeita
leis que não precisam de hino.
A rádio AM voltou a existir sem pedir licença, voz de
válvula narrando gols de outra década, como se o lugar enviasse bilhetes
tardios. Na mesma toada, a estrada ofereceu um cardeal de sotaina leve e
sorriso curto pedindo carona. No banco da frente, contou que estivera no
conclave que elegeu o Papa Francisco e descreveu a espera da fumaça como quem
comenta linha de impedimento: preto, preto, branco; respira; júbilo. Ouviu
sobre coberturas e diagonais e devolveu teologia tática com um aceno: fé é
ocupar o vazio antes que o perigo exista; cobertura é acreditar no passe que
ainda não veio. Anotaram; valia para o Vaticano e para o lateral-direito.
Foi já com a prancheta quase fechada que o telefone de
Ademir tocou. Do outro lado, um grande poeta brasileiro sugeria que aquele
lugar pudesse ser, com outro nome, a Manarairema do romance “A Hora dos
Ruminantes”, de José J. Veiga; dizia também que Rubem Braga o teria fixado em
crônica nos anos 50. A hipótese não exigia prova; bastava o parentesco de clima.
A viagem ganhou um pé literário que explicava o pó.
Entre lembranças e sinais, a escalação desceu para o papel
com leveza de coisa séria. Goleiro com vocação de oráculo calculando
sombreamento como quem prevê eclipses. Zagueiros cancelando vetores sem levantar
a voz. Volantes afinando o metrônomo do meio-campo e acalmando a ansiedade da
matéria. Um meia que altera a energia potencial do lance com um toque que
parece simples. Pontas dobrando a luz em diagonais que fabricam espaço. O nove
impondo gravidade na área e ensinando a bola a cair no lugar certo. O cardeal
aprovou com um aceno breve. O mascote, com a bateria morrendo, encerrou a
discussão: faltava generosidade nesse banco. Duas peças se moveram e três
problemas desapareceram.
Se foi alucinação de Campari num ponto do mapa onde mulas
pastam como notas de rodapé e a literatura teima em morar, ótimo. Se foi apenas
bossa com rigor, melhor ainda. O que fica é verificável: triângulos que
respiram, um time que respeita leis invisíveis e uma história leve o bastante
para fazer rir e sólida o bastante para parecer verdade. O resto se decide em
campo e, com sorte, em frequência AM.
Os 11 maiores atores da história do cinema: a seleção
suprema
Max von Sydow — goleiro
O camisa 1 que joga com relógios e sombras. Em “O Sétimo
Selo”, aprende que a maior defesa é a negociação do tempo; o xadrez na praia
parece um treino silencioso de posicionamento, a leitura do chute antes do pé
tocar na bola. “A Fonte da Donzela” oferece o protocolo de crise: quando tudo
desanda, ele organiza o espaço como quem realinha a última linha após um
escanteio curto. Em “O Exorcista”, enfrenta o invisível com serenidade de
veterano; goleiro que defende primeiro com os olhos, depois com as mãos. O
corpo alto projeta autoridade sem espalhafato; a voz baixa serve de apito
interno que empurra lateral e zagueiro para os lugares certos. No jogo aéreo,
não salta: chega na hora. Na reposição, escolhe o passe que dá respiro ao time,
nunca a fogueira. Von Sydow entende que o erro é inevitável, mas gerenciável;
por isso a área parece diminuir quando ele está sob as traves. Não espalma
dramas, assenta a bola e, junto dela, a narrativa. Quando adianta a linha para
interceptar um lançamento, o estádio aprende que coragem pode soar como
silêncio. A metáfora se cumpre: com ele, a dúvida vira defesa e o insólito se
torna verossímil. O placar agradece.
Jack Nicholson — zagueiro central (esquerda)
Canhoto de zaga que domina a arte da intimidação elegante.
Em “Chinatown”, descobre como recuar sem abdicar; defensor que convida o nove a
um corredor estreito e fecha a porta com educação ferina. “Um Estranho no
Ninho” ensina a subversão útil: a falta tática que para o contra-ataque, mas
com a precisão de quem sabe a fronteira entre o cartão e o aplauso. Em “O
Iluminado”, administra a vertigem sem tremer; é o zagueiro que encara o abismo
e ainda assim marca a zona com rigor. Sua condução é curta e cortante; prefere
o desarme limpo, e quando o choque é inevitável, o corpo fala antes do apito.
Na bola aérea, sobe um segundo antes do adversário, como se antecipasse o
pensamento alheio. Distribui com parcimônia: passe vertical para quebrar a
primeira linha, inversão diagonal quando o lado congestiona. O sorriso que não
sorri é o aviso que poupa grito; o centroavante entende. Nicholson joga com as
rugas do gramado, conhece lama e atalhos, transforma a defesa em geografia
moral. Depois do corte, sobra eletricidade no ar, efeito de presença. Toda
grande área precisa de um pessimista metódico; o nosso veste número 4 e lembra
que ironia também marca gols que ninguém vê.
Gene Hackman — zagueiro central (direita)
Xerife de área e engenheiro de estrutura. Em “Operação
França”, a perseguição vira manual de encaixes: aproxima, atrai, rouba, como quem
fecha linhas de passe invisíveis. “Os Imperdoáveis” dá a gramática do poder sem
trombeta; liderança baixa que faz a linha de impedimento funcionar por
convicção. Em “Maré Vermelha”, comanda tensões como quem desloca um bloco
inteiro; cada passo lateral reposiciona a defesa e desarma o caos. Hackman fala
pouco e aponta muito: gesto que ordena, que afasta o perigo, que convida o
goleiro a descansar um segundo. Prefere o corte simples ao lançamento heroico,
mas tem perna para quebrar duas linhas quando o ponta pede. No corpo a corpo,
usa ombro e ciência; o atacante tromba com uma parede que não aparece na câmera
lenta. Em escanteios, vira estaca; na transição, professor de coberturas. O
parceiro do lado esquerdo pode ser tempestade; ele é barragem. A grandeza mora
nos intervalos: um recuo de meio metro que anula o pivô, um passo para dentro
que fecha o funil. Hackman prova que segurança não é ausência de risco; é
cálculo. O time percebe, o estádio acalma, o placar segue respirando.
Denzel Washington — lateral-esquerdo
Lateral moderno com memória de marcador antigo. “Malcolm X”
oferece o compasso da liderança que organiza o corredor: sabe quando acelerar
por fora e quando infiltrar por dentro para formar o triângulo com volante e
meia. “Dia de Treinamento” lhe dá veneno para o um contra um; a sedução do
corpo engana sem falta, o drible adversário se desmancha no quadril. Em “Um
Limite Entre Nós”, aprende a transformar palavra doméstica em firmeza tática;
orienta o zagueiro, protege o miolo, desarma sem espalhafato. O cruzamento vem
tenso, na segunda trave, e o chute de média distância aparece quando a marcação
recua por respeito. Denzel amplia o lado esquerdo: o campo parece maior quando
ele pisa. Se a partida pede contenção, afunda e vira terceiro zagueiro; se pede
audácia, vira ponta. Na transição defensiva, fecha por dentro como quem fecha
janela antes da tempestade; na ofensiva, ultrapassa como quem abre claraboia.
Joga com tronco e olhar; aproxima, fecha ângulo, rouba limpo. A torcida confia,
o técnico dorme melhor. Há carisma, sim, mas é tração: o time anda mais quando
ele corre menos, porque pensa o espaço. Futebol de precisão moral.
Anthony Hopkins — lateral-direito
Construtor silencioso de lado forte. “O Silêncio dos
Inocentes” ensina a economia do gesto; cada passo para dentro abre o corredor
interior, passe vertical entre linhas, adversário desarmado por asfixia. Em
“Vestígios do Dia”, aperfeiçoa a contenção que salva defesas: o timing de
fechar a porta sem estardalhaço, o corte que parece ter sempre existido. “Meu
Pai” dá a ele sensibilidade milimétrica para coberturas; marcação que se move
na imperceptível diferença entre estar e estar certo. Hopkins triangula com o
volante, aparece por dentro como meia auxiliar, escolhe o passe não porque é
bonito, mas porque resolve. Raramente cruza por cruzar; prefere o passe
rasteiro na entrada da área, convite à finalização de primeira. Defende com
quadril, conduz com planta, calcula com relógio interno. O driblador percebe
que não há espaço e desiste. Quando precisa, trava com elegância; despressuriza
a jogada sem ferir o jogo. O lado direito, com ele, ganha gramática: pausa
breve, passe curto, aceleração súbita. Nunca promete catarse; promete atenção.
E atenção, nos jogos grandes, costuma ser o gol do outro que não aconteceu.
Laurence Olivier — volante (esquerda)
Metrônomo de régua e compasso. Em “Hamlet”, transforma
dúvida em posse qualificada; gira a bola até que o espaço confesse. “Ricardo
III” empresta o cálculo frio que mata contra-ataques com um toque, aquela
interceptação que parece música. Fora do território de Shakespeare, “Rebecca, a
Mulher Inesquecível” e “O Morro dos Ventos Uivantes” afinam a melancolia
produtiva: passe que respeita o tempo da jogada e a respiração do time. Olivier
baixa entre os zagueiros para construir saída de três, recebe de costas e gira
sem ruído, sempre com o campo inteiro no retrovisor. Desarma como quem retira
um fiapo do casaco, sem rasgo. Quando ergue a cabeça, muda o flanco com um
lançamento que parece fácil porque foi treinado. O jogo, com ele, é
carpintaria: as juntas não aparecem, mas a mesa fica firme. Técnica como forma
de cuidado; beleza como disciplina. Volante que mede o silêncio e o usa para
esconder a bola. A arquibancada nem percebe, mas começa a respirar no mesmo
compasso. E respirar junto, numa equipe, é vencer metade do jogo.
Dustin Hoffman — volante (direita)
Box-to-box com ouvido absoluto para o ritmo do caos. “A
Primeira Noite de um Homem” dá a cartografia do desconforto, útil para ocupar
zonas mortas e oferecer linha de passe sob pressão. “Perdidos na Noite” ensina
a persistência pós-perda; recuperação como religião. Em “Kramer vs. Kramer”, a
rotina vira tática: chegada na área como quem acerta o ponto da massa, na
medida. “Rain Man” oferece disciplina de microgesto; marcação de milímetros,
ombro que desloca o drible sem falta. Hoffman pisa nas duas áreas: escora no
escanteio defensivo, aparece na meia-lua adversária como elemento surpresa.
Condução baixa, rabisco curto, passe que desparafusa ferrolhos. Não ostenta
arrancadas longas; prefere a passada compacta que nunca quebra, metrônomo
ansioso e eficiente. Quando o time sofre, vira paramédico, leva oxigênio,
estabiliza. No ataque, rompe linhas com paciência de artesão. A grandeza é
discreta: o jogo termina e todos lembram do gol; ele lembra dos sete consertos
invisíveis que o permitiram. Volante que escuta e responde com trabalho, não
com frase. O técnico sorri por dentro, o adversário não sabe por quê.
Daniel Day-Lewis — meia ofensivo
Camisa 10 de entrelinhas, ourives do penúltimo toque. “Meu
Pé Esquerdo” ensina a vencer resistências microscópicas; recebe prensado e acha
a canaleta. Em “Sangue Negro”, impõe gravidade ao centro do campo; onde pisa, o
gramado inclina e a marcação desliza. Em “Lincoln”, negocia como quem conta
histórias; tabela curta, toque de calcanhar que abre corredor político e
tático. Day-Lewis escreve o jogo com silêncio: espera o zagueiro pestanejar,
enxerta uma bola açucarada no pé do ponta e some do plano, já pensando a próxima
dobra. Chuta de média distância com parcimônia, só quando a área recua de
pavor. Dirige pressões com o braço, sinaliza triângulos, aponta vazios.
Figurino vira chuteira, postura vira bússola. No fim, o adversário jura que o
marcou; não percebe que foi conduzido por um compasso que mudava de ritmo a
cada passe. É meia que acelera a ideia do jogo, não o trânsito da bola. E a
ideia, com ele, raramente erra o caminho do gol.
Al Pacino — ponta esquerda
Extremo que joga para dentro, incendiando diagonais de fósforo.
“Serpico” empresta a obstinação de buscar a linha de fundo mesmo quando a
defesa fecha; “Um Dia de Cão” dá o improviso que transforma superioridade
numérica em caos favorável. “O Poderoso Chefão” ensina a paciência do predador:
espera o lateral cansar e ataca o espaço nas costas com elegância cruel. Em
“Scarface”, o excesso vira desenho; verticalidade planejada, chute cruzado que
desafia o goleiro a ser santo. Pacino alterna ternura e ameaça num mesmo gesto;
pisa leve e finaliza pesado. Pressiona a saída rival como quem fareja nervo;
recupera e já vê o goleiro adiantado. No um contra um, raramente repete o
drible; ensina que finta é ideia, não malabarismo. Quando a partida emperra,
oferece ruptura; quando o time precisa de pausa, prende a bola no tornozelo e
chama o lateral para dançar. Extremo que decide sem pedir manchete e, se
pedirem, entrega com ironia. A arquibancada ouve a respiração mudar quando ele
recebe aberto. O placar, frequentemente, muda logo depois.
Robert De Niro — ponta direita
Extremo de faca curta e memória de centroavante. Em “Taxi
Driver”, treina a solidão do corredor; aprende a finalizar com raiva
controlada, chute que sai do silêncio. “Touro Indomável” fornece o motor da
última passada, aquela que transforma o lateral em poste. “O Rei da Comédia”
explica o desconforto como arma tática: recua dois passos, atrai dois
marcadores, solta o lateral na ultrapassagem. E, como você cobrou, “Era Uma Vez
na América” oferece o manual da pausa; ele sabe parar o tempo antes do
cruzamento, olhar por um instante o passado para enganar o presente. De Niro
alterna amplitude e interior, cola na linha para alongar a zaga e, de repente,
corta para dentro com o pé trocado buscando o ângulo. Pressiona alto com
método, rouba sem cartão. Se o jogo pede elegância, cruza de três dedos no
segundo pau; se pede faca, raspa no canto curto. Ponta que gosta do confronto e
da ironia: finge perder para ganhar dois passos depois. As estatísticas dizem
uma coisa; o gramado, outra. Fica seu rastro em gols alheios.
Marlon Brando — centroavante
Nove que desloca o ar da área. Em “Sindicato de Ladrões”,
aprende a proteger de costas, pivô que fabrica falta e tempo; o cais vira
pequena grande área, e o apito interno marca o compasso do time. Em “O Poderoso
Chefão”, governa com sussurro; na marca do pênalti, isso significa escolher o
canto antes de o goleiro perceber que houve escolha. Brando não vive de
corrida, vive de gravidade: atrai zagueiros, abre diagonais para os pontas,
serve bilhetes de primeira na risca da pequena área. Quando sai da zona do
nove, vira falso centroavante sem fanfarra; arrasta a marcação e doa o gol.
Finaliza como quem assina documento importante: sem adjetivos, no ponto. De
cabeça, prefere o desvio ao coice; a maldade leve que decide finais. “Uma Rua
Chamada Pecado” revela a fisicalidade que, traduzida para a área, vira corpo
que guarda e distribui; “Apocalypse Now” ensina a presença que intimida por
existir. Não pede fogos, pede silêncio para ouvir a pulsação do jogo. E é no
silêncio que a rede se move. Com ele, a área deixa de ser tumulto e vira câmara
de eco: cada toque multiplica o som. O placar, discretamente, se inclina.
Carlos Willian Leite
Jornalista especializado em jornalismo cultural e no jornalismo, com foco na análise técnica de
vinhos e na cobertura do mercado editorial e audiovisual, especialmente
plataformas de streaming. É sócio da Eureka Comunicação, agência de gestão de
crises e planejamento estratégico em redes social, e fundador da Bula Livros
dedicado à publicação de obras literárias contemporâneas e clássicas.
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