Sapucaia.
A
sapucaia (nome científico: Lecythis pisonis) é uma árvore brasileira que vai do
Ceará ao Rio de Janeiro, com bastante predominância nos estados do Espírito
Santo e Bahia e são encontradas na Amazônia e na mata atlântica.
“Sapucaia” “este termo se origina do tupi, que
significa “ fruto que faz saltar o olho”, e isto se deve ao fato de que ao
abrir o opérculo do fruto (estrutura que serve de tampa ou cobertura a uma
cavidade ou orifício) a mesma fica com um formato de um olho. Em contrapartida,
há quem acredite que a palavra tem origem na palavra tupi para galinha(elemento
de troca entre índios e portugueses, no início da colonização, que as trocavam
pelas sementes do fruto – castanhas)[2][3].
Nomes
populares
Castanha
sapucaia
Cumbuca
de macaco
Sapucaia
vermelha
Marmita
de macaco
Caçamba
do mato[3][4]
Características
Suas
folhas são semidecíduas pertencente do bioma da Mata Atlântica, com uma altura
que fica em torno de 20 à 30 metros de comprimento, possui uma casca rígida e
espessa de coloração castanha, folhas membranáceas. Quando estão na maturação,
esta árvore libera sementes (castanhas) comestíveis e saborosas, porém estas
sementes não possuem um valor comercial, tendo em vista a desvantagem que é o investimentos nelas
devido ao fato da produção ser muito baixa por ser bastante requisitada pelos
macacos e outros animais selvagens ali existentes, essas árvores já adultas,
podem produzir 80 kg de sementes anualmente, necessita de solo argiloso, rico
em matéria orgânica que vão liberar nutrientes no solo devido a ação de
decompositores e de sombreamento[2][4].[3]
Dispersão
de sementes
Os
morcegos Phyllostomus hastatus são os precípuos responsáveis pelo encadeamento
de dispersão de sementes, que fica deslumbrado pelo alimento. O tamanho das
sementes possuem um enorme estágio de influência na instalação e na dissipação das sementes, além de estar
ligado também com a competição, predação e à distribuição espacial. Sementes
exorbitantes apresentam menores
restrições em condições naturais na instalação em diferentes microsítios, o que
lhes dão maiores benefícios adaptativos. Essa condição é o resultado da conexão
que existe entre o tamanho das sementes e o tamanho das plântulas, o que afeta
na sua instalação inicial no campo, denominada de “efeito do tamanho das
reservas”. Contudo, as sementes menores, geralmente, são produzidas em maiores
proporções e são mais fáceis de serem dispersas, investigando locais que não
são ocupados pelas sementes de tamanho maior.[3][5]
História
A
Sapucaia já era abundantemente conhecida
pelos europeus no Século XVl que se sentiram hipnotizados pela virtude que ela possui, eles utilizavam da mesma para
a ornamentação além de ficarem
impressionados com suas qualidades. Segundo Eurico Teixeira o transeunte Pêro
de Magalhães Gândavo caracterizou os frutos de sapucaias como grandes cocos
muito maduros, repletos de castanhas doces excessivamente saborosas, em sua
concepção, estes frutos não pareciam terem sido criados pela natureza, mas por
alguma perspicácia de alguma indústria, tendo em vista que sua boca, voltada
para baixo, outorgava para que as castanhas pudessem facilmente se dispersar
pelo ambiente. Além das diversas peculiaridades que esta majestosa espécie
possui, ela também pode ser utilizada para usos medicinais, como, por exemplo:
das suas sementes pode ser extraído um óleo do qual se fabrica uma pomada para
o tratamento de lesões da pele, como a herpes, bem como para combater piolhos;
Através de estudo, foi revelado que o óleo da casca da sapucaia tem excelentes
particularidades cicatrizantes, e esse óleo pode ser removido a partir de
diversas técnicas convencionais ou não-convencionais; pesquisas afirmam que as
castanhas das sapucaias contêm alto valor nutricional, pois têm macroelementos
com alto valor nutricional, que são o potássio, o fósforo, magnésio, enxofre e
o sódio; retêm um conteúdo lipídico que pode chegar a até 67%, fazendo dela uma
ótima fonte de ácidos graxos[6]. As sementes são muito saborosas para o homem e
muito benéficas para a fauna local, tendo em vista que o cultivo da sapucaia
não requer o uso de agrotóxicos. Populações locais preenchem a cabaça da
sapucaia com água para utilizar como um remédio natural contra a diabetes, por
acreditarem que ela regula o açúcar no sangue. Sua madeira, dura, resistente e
de textura média, era utilizada principalmente para vigamentos de construções
rurais em geral, esteios, postes, estacas, tábuas para assoalhos, pontes entre
outras funções[1].[3][7]
Curiosidades
A
sapucaia é uma árvore que se encontra em desaparecimento, e atualmente, a
maioria são encontradas em viveiros.
As suas
folhas passam por algumas fases, onde ela muda
a sua forma e até mesmo a sua coloração no decorrer dos meses. Quando
jovens, suas folhas possuem uma coloração rosa, depois mudam para o verde, e
logo após, para cor avermelhada ou vinho, e em seguida mudam para a cor
castanho- dourada.
Seus
frutos arredondados possuem casca rígida e espessa de coloração castanha, leva
em torno de 10 meses para atingir a fase madura( entre agosto e setembro).
Quando
os frutos já maduros se abrem na porção inferior da árvore através de uma
característica chamada tampa, liberam suas sementes .
Muitos
dos índios enterravam seus mortos em urnas feitas de cerâmica, baseadas na
cumbuca da sapucaia, árvore tipicamente brasileira, que representa a
transformação, o renascimento na “ Terra sem males”. Carl Friedrich Philipp von
Martius, médico, botânico e antropólogo e um dos mais importantes alemão que
foram instruídos no Brasil e o naturalista Johann Baptist von Spix disseram em
uma de suas escrituras que “ A alma do morto (...) vai para uma agradável mata,
cheia de pés de sapucaia e de caça. O fato dessa fruta ser muito apreciada
pelos macacos, gerou a um ditado bastante conhecido, e ele é dito da seguinte
forma: “ Macaco velho não põe a mão em cumbuca[3]”.[5]
Ouriço
e castanhas da sapucaia
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