RESTAURA, SENHOR, A NOSSA SORTE
Hoje é o primeiro domingo de 2021. É tempo de fazer um
balanço. Devemos olhar para trás com gratidão, para o presente com súplicas e para o futuro com
esperança. O Salmo 126 ajuda-nos nesse exercício.
1. Devemos olhar para o passado com gratidão (Salmo
126.1-3). Depois de setenta anos de escravidão na Babilônia, Israel voltou à sua terra. Deus
tirou o povo do cativeiro com mão forte e poderosa. Essa libertação produziu ditosa exultação entre o povo e impacto entre
as nações. Quando olhamos, também, para o passado, notamos que Deus nos tirou da escravidão para a liberdade, das
trevas para a luz e da morte para a vida. Deus quebrou o nosso jugo e
despedaçou nossas algemas. Jesus Cristo
redimiu-nos de um terrível cativeiro. Éramos escravos do diabo, do mundo e da
carne. Vivíamos debaixo de cruel
opressão. Porém, Cristo nos libertou e hoje somos livres. Pertencemos à família
de Deus. Somos herdeiros de Deus e
estamos assentados com Cristo nas regiões celestes, acima de todo principado e
potestade. Há um cântico em nossos
lábios e uma festa em nossa alma.
2. Devemos olhar para o presente com súplicas (Salmo 126.4).
O salmista voltou os olhos do passado para o
presente e percebeu que as vitórias do ontem não servem para nos manter
de pé hoje. O mesmo salmista que estava
exultante com a libertação do cativeiro, agora, ao contemplar a
realidade presente, clama: “Restaura, Senhor, a nossa sorte com as torrentes do Neguebe”. O passado de
glória tinha se transformado num deserto cinzento. As vitórias do passado não eram suficientes para torná-lo vitorioso
no presente. Todo o dia é tempo de andar com Deus. Todo dia é tempo de ser cheio do Espírito. Não podemos viver do
passado nem morar na saudade. Precisamos depender de Deus a todo tempo, o tempo todo. Mais do que isso, é preciso saber
que não temos forças para restaurar nossa própria sorte. Só Deus pode restaurar nossa vida. Só Deus pode aprumar
nossos joelhos trôpegos. Só Deus pode nos encher de entusiasmo, quando nossa alma parece um deserto árido.
Aprendemos com isso, porém, que a crise não é o fim da linha. A sequidão de
nossa vida não deve nos levar ao
desespero, mas à súplica ardente. A consciência da crise espiritual pode nos
levar aos pés do Senhor para uma virada
bendita em nossa história. Somente o Senhor tem poder para nos restaurar. Só
dele vem a nossa cura. Essa restauração
é uma obra milagrosa. Assim como os rios invernais rasgam as areias escaldantes
do deserto do Neguebe, o maior deserto
da Judéia, Deus também, faz nossa alma florescer em tempos de sequidão. Ele
mesmo nos concede um novo vigor
espiritual e transforma nossos vales em mananciais cheios de vida!
3. Devemos olhar para o futuro com esperança (Salmo
126.5,6). Depois de olhar para o passado com gratidão e para o presente com súplicas, o salmista,
agora, olha para o futuro com esperança. O amanhã será de semeadura e investimento. A semeadura exige desinstalação
e ação. É preciso sair para semear. A semeadura exige abnegação e sacrifício, pois além de sair, o semeador
anda e chora, regando o solo duro com suas lágrimas. Se a semeadura é regada
de lágrimas, a colheita certa é feita
com júbilo. A recompensa da colheita é maior do que o sacrifício da semeadura.
Fazer a obra de Deus é investir para a
eternidade. É realizar um trabalho de consequências eternas. Não devemos
afrouxar nossos braços nessa bendita
peleja. É hora de arregaçarmos as mangas e trabalharmos com mais fervor. O
tempo urge. Anoite se aproxima. Então,
não haverá mais tempo de semear. Hoje, Deus nos convoca para sermos seus
cooperadores. Concede nos a graça de investirmos nosso tempo, bens, talentos e
dons em seu trabalho. Portanto, levantemo-nos, irmãos, e coloquemo-nos a seu dispor. O Deus da nossa
salvação e da nossa restauração, agora, nos alista em seu trabalho. Mãos à obra, sem esmorecer. Lança a semente, com a
certeza de que o crescimento, Deus mesmo nos dará.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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