ALUÁ - PRIMEIRA BEBIDA REFRIGERANTE BRASILEIRA
-CONHECI NO CEARÁ
Conheci Aluá quando morei em Fortaleza. Até então, nunca tinha experimentado, porque em Natal, pelo menos, no meio em que eu vivia, não se tinha hábito de beber aluá. Mas no interior do Ceará, em meados dos anos 60, o Aluá era feito, praticamente em todas as casas, onde haviam festejos juninos. Em toda quadrilha que ia, tinha sempre aluá para ser oferecido às pessoas. E como eu gostava de Aluá principalmente se fosse de abacaxi! Tomei conhecimento depois, que em algumas cidades do interior do Rio Grande do Norte, ainda mantém a tradição de preparar aluá nos festejos natalinos e juninos.
Aluá é
uma bebida fermentada, de abacaxi, ou de milho, adoçado com rapadura ou açúcar
mascavo. Considerada, por muitos ,como a primeira bebida refrigerante
brasileira, o Aluá, tal qual conhecemos hoje, é o resuldado dessa mistura
cultural entre o que bebiam os portugueses colonizadores, os negros escravos
e os nossos índios.
O Aluá
feito em Portugal era uma bebida adicionada da bagaceira, que é a cachaça feita
de uva e que muita gente conhece como grapa. Quando aqui aportaram, os
portugueses conheceram uma bebida parecida feita pelos índios; essa bebida
feita de abacaxi, tinha um teor alcoólico mais baixo, porque os índios usavam o
abacaxi fermentado, que gerava uma pequena graduação alcoólica. As
"garapas" negras eram fabricadas da mesma maneira que o aluá,
ou seja, pelo mesmo processo de fermentação e misturas. Conta-se que os
negros escravos no Nordeste do Brasil fabricavam o aluá sempre que era
anunciada uma festa.
ALUÁ - PRIMEIRA BEBIDA REFRIGERANTE BRASILEIRA
-CONHECI NO CEARÁ
Conheci Aluá quando morei em Fortaleza. Até então, nunca tinha experimentado, porque em Natal, pelo menos, no meio em que eu vivia, não se tinha hábito de beber aluá. Mas no interior do Ceará, em meados dos anos 60, o Aluá era feito, praticamente em todas as casas, onde haviam festejos juninos. Em toda quadrilha que ia, tinha sempre aluá para ser oferecido às pessoas. E como eu gostava de Aluá principalmente se fosse de abacaxi! Tomei conhecimento depois, que em algumas cidades do interior do Rio Grande do Norte, ainda mantém a tradição de preparar aluá nos festejos natalinos e juninos.
Aluá é
uma bebida fermentada, de abacaxi, ou de milho, adoçado com rapadura ou açúcar
mascavo. Considerada, por muitos ,como a primeira bebida refrigerante
brasileira, o Aluá, tal qual conhecemos hoje, é o resuldado dessa mistura
cultural entre o que bebiam os portugueses colonizadores, os negros escravos
e os nossos índios.
O Aluá
feito em Portugal era uma bebida adicionada da bagaceira, que é a cachaça feita
de uva e que muita gente conhece como grapa. Quando aqui aportaram, os
portugueses conheceram uma bebida parecida feita pelos índios; essa bebida
feita de abacaxi, tinha um teor alcoólico mais baixo, porque os índios usavam o
abacaxi fermentado, que gerava uma pequena graduação alcoólica. As
"garapas" negras eram fabricadas da mesma maneira que o aluá,
ou seja, pelo mesmo processo de fermentação e misturas. Conta-se que os
negros escravos no Nordeste do Brasil fabricavam o aluá sempre que era
anunciada uma festa.
Sobre a etmologia da palavra há variam as opiniões, se vem do africano, do asiático ou do tupi. Uns pesquisadores afirmam que a grafia correta é aloá que é derivado do vocábulo luá - água , na lingua dos negros aussás, da Costa da Mina. Outros pensam que vem do tupi e seria uma corruptela de aruá, coisa agradável, gostosa, apreciável. O que não resta dúvida é que os nosos índios, já usavam uma bebida fermentada e espumante, a que dão o nome de aloá. preparada em grandes talhas de barro.
Aluá, Limões Doces e Cana-de-açúcar
J.B. Devbret- 1826 - Acervo do Museu Castro
Maya
O aluá ou aroá era bebida comum nas classes mais pobres, nas primeiras décadas dos anos de 1800. Era tida como "bebida inocente" - uma infusão de abacaxi ou cereais, com açúcar moreno ou rapadura aos pedacinhos. O de milho era também muito procurado, mas era de arroz o preferido dos negros.
França Junior, cronista da época, escrevendo em novembro de 1881, dizia: "O pote de aluá saía para o meio da rua, e o povo refrescava-se ao ar livre, a vintém por cachaça". Em 1897, Eloy de Souza reafirmava: "o aluá é bebida muito comum no Rio de Janeiro de então. Vendiam-no em pequenos potes de barro, muito limpos, à cabeça das negras velhas."
Mas a popularidade do aluá não se limitou às ruas e festinhas populares. Durante o Primeiro Império brasileiro, ganhou status e virou mania tomar aluá na Corte de D. Pedro I. É ainda França Junior quem afirma:" No primeiro reinado o refresco em voga foi o aluá". Essa popularidade sucumbiu, já na República Velha, quando começou a surgir ponches e outros gelados mais modernos.
O ALUÁ DO BRASIL COLÔNIA
O milho
demorado n'água depois de três dias dá a esta um sabor acre, de azedume,
pela fermentação. Coa-se a água, adicionam-se pedaços de rapadura e, diluída
essa tem-se bebida agradável e refrigerante, pelo mesmo processo se prepara o
aluá da casca do abacaxi." ( Manuel Querino -costumes Africanos no
Brasil).
RECEITA DO TRADICIONAL ALUÁ PARA DIAS DE
FESTAS
No
Nordeste, o aluá ainda permanece vivo em alguns lugares do sertão, onde é
servido durante as novenas e festas da padroeira. No Sudeste, pricipalmente em
cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro, ele também sobrevive e é servido nos
rituais de fé.Vamos a receita:
INGREDIENTES
- Dois litros de milho vermelho seco
- 18 litros de água
- 5 rapaduras de um 1 kg cada uma
- Suco de 10 limões, ou o equivalente em laranjas
- Uma raiz de gengibre partida e amassada
- Jarra ou pote de barro já usado que caiba tudo
MODO DE FAZER
Escolha,
lave o milho e leve ao sol, para secar. Bote uma caçarola sem gordura ao fogo,
coloque o milho e mexa para tostar tudo por igual. Retire do fogo e deixe
esfriar. Triture grosseiramente o milho em um pilão. Ponha água no pote
junte o milho já frio e o gengibre. Tampe bem a jarra e deixe em infusão
durante uma semana. Todos os dias dê iuma mexida e, logo em seguida, tampe o
pote. No dia de servir, raspe ou corte as rapaduras e adoce a bebida. Mexa
bem até dissolver toda rapadura. Coe, em um coador de pano e depois
adicione o suco das frutas. Caso prefira mais doce coloque um pouco mais se
açúcar mascavo.
RECEITA DE ALUÁ EM TEMPOS MODERNOS
Em tempos
modernos, onde a pressa parece ser a característica principal, convencionou-se
que não seriam necessários tantos dias para se fazer uma infusão - dois ou três
dias bastariam. O açúcar mascavo substituiu a rapadura, e o tempero do aluá
varia de região pra região, ficando a gosto de quem o prepara.
ALUÁ DE ABACAXI
INGREDIENTES
- Casca se dois abacaxis maduros e bem lavados
- Dois litros de água filtrada
- 1 xícara de açúcar mascavo
- 6 cravos-da-índia
- 1 colher de chá de gengibre ralado
Ponha as
cascas de abacaxi em uma tigela grande e acrescente a água. Cubra
com um pano limpo e deixe descansar até o dia seguinte. Junte os demais
ingredientes e deixe descansar por mais um dia. Coe e coloque a bebida em
uma jarra e deixe na geladeira até o momento de servir.
ALUÁ DE
MILHO
INGREDIENTES
- 1 kg de milho seco
- 1 kg de açúcar mascavo
- Cravos-da-índia
- Gengibre
- Erva doce
- Água
MODO DE FAZER
Torre o
milho no forno por uns 20 minutos. Em seguida moa os grãos e despeje-os em um
pote de barro. Acrescente a água e o açúcar. Deixe descansar por 24 horas.
Depois desse tempo coloque as especiarias (cravo - gengibre e erva
doce) também moídos e deixe por mais um dia. Se achar necessário, coe a
bebida com um pano e na hora de servir acrescente gelo.
FONTES:
- Luís da Cãmara Cascudo - História da Alimentação no Brfasil - 4ª EdiçãoEditora Global /São Paulo -2011
- Luís da Câmara Cascudo - Dicionário do Folclore Brasileiro - -Coleção .Terra. Brasilis - Ediouro Publicações S.A. - São Paulo
- Pesquisas Google - Sites:
- http://confrariadobaraodegourmandise.blogpot.com.br/2011/06/junho-e-o-alua-coca-o-cola-do-primeiro.html
- http://pt.wikibooks.org/wiki/livro_de_receitas/Alu%C3%A1
- http://povodoaxe.blogspot.com.br/2009/07/alua.html
FOTOS:
Google.
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