A origem do bolo de aniversário
Delicioso costume teve origem nas oferendas feitas
aos deuses da Antiguidade
Rodrigo Cavalcante 16h36
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Arquivo Aventuras
Celebrar uma data importante com direito a
guloseimas tem sua provável origem nas festas de culto aos deuses da
Antiguidade. Agradeça à deusa Ártemis, celebrada pelos gregos como a matrona da
fertilidade, pelo aparecimento do bolo de aniversário. Ele é provavelmente a
evolução de um preparado de mel e pão, no formato de uma lua, que fiéis levavam
ao famoso templo em homenagem a ela em Éfeso, antiga colônia grega na atual
Turquia.
Há especialistas que defendem outra teoria. Segundo
ela, a tradição surgiu na Alemanha medieval, onde se costumava preparar uma
massa de pão doce no formato do menino Jesus no Natal. Depois essa guloseima
seria adaptada para a comemoração do aniversário de crianças.
Já o uso de velas também teria sido herdado do
culto aos deuses antigos, que tinham a missão de levar, por meio da fumaça, os
desejos e as preces dos fiéis até o céu, para que eles fossem atendidos.
Mas e as festas de aniversário? Até hoje, não se
sabe a data exata de quando os nascimentos começaram a ser celebrados. Ainda
nos dias atuais, a comemoração é um costume ocidental nem sempre seguido por
outros povos. No Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados
individualmente no dia do nascimento – e sim coletivamente, no ano-novo
vietnamita, que segue o calendário lunar e acontece, em geral, entre os nossos
21 de janeiro e 9 de fevereiro.
Embora não saibam exatamente quando a tradição
surgiu no Ocidente, os historiadores sabem que a festa já era conhecida na
Antiguidade. “Os romanos não apenas comemoravam o dia do nascimento como tinham
um nome para a festa: dies sollemnis natalis”, diz o historiador Pedro Paulo
Funari, da Universidade Estadual de Campinas. “Há, por exemplo, um registro do
século 2 em que uma cidadã chamada Cláudia Severa convida sua amiga Sulpícia
Lepidina para a comemoração”, diz.
Outra tese que reforça a idéia de que foram os
romanos os difusores dessa tradição é a existência de túmulos que registram com
precisão o número de anos, meses e dias no sarcófago – o que indica que eles
sabiam o dia exato do nascimento do sujeito. “Eles também comemoravam outros
aniversários, como o da fundação de Roma, em 21 de abril”, diz Funari.
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