quarta-feira, 6 de março de 2019

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL 1a.!



A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente
A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente. O nascimento de D. Juana de Castela, julgado fruto de relação adúltera de D. Joana de Portugal.
D. Joana de Avis (1439 -1475), infanta de Portugal, foi rainha de Castela enquanto esposa do rei Enrique IV de Castela. Apesar deste último ter recebido o cognome de “o Impotente”, o casal régio teve descendência legítima na pessoa de D. Juana de Castela.
D Joana infanta de portugal rainha de castela – A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente
O problema disfuncional que causava a impotência a Henrique IV está bem documentado quer por descrições de exames urológicos feitos em vida do monarca, quer por análises aos seus restos mortais efectuadas também no século XX.
O rei de Castela não conseguia consumar a cópula, impedido por um constrangimento físico na anatomia funcional do seu pénis.
Enrique IV de Castela – A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente
Mas a necessidade de assegurar descendência legítima, e assim continuar a sua linhagem na coroa de Castela, levou a que medidas “execpcionais” fossem tomadas.
Havia uma indicação anterior inscrita na “Lei de Partidas” de Alfonso X de Castela, o Sábio, que autorizava a praticar nos reis de Castela “as mestrias que se façam” para resolver os seus problemas reprodutivos, mas sempre no respeito pelo direito natural tal como proclamado pela Igreja Católica.
E que “mestrias” eram essas? Enrique IV recorreu à “concepção sem cópula” (sine concúbito) para engravidar D. Joana de Portugal. Para isto fez chamar um físico (médico) judeu, especialista que terá efectuado essa “mestria” no casal monarca. Estas práticas eram proibidas pela Igreja Católica, mas não pela lei judaica.
Talmud da Babilónia – A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente
De facto, está bem documentada o reconhecimento da concepção sem cópula como sendo possível e legítima “pelos sábios judeus da antiguidade, a primeira vez no século V d. C., no Talmud da Babilónia” e existem referências precisas a este tema “nas obras de rabinos judeus dos séculos XIII e XIV da área mediterrânica”.
Rainha Adúltera – A primeira rainha portuguesa inseminada artificialmente
Quem o escreve é o historiador argentino Marsilio Cassoti, no seu livro “A Rainha Adúltera”, biografia editada em Outubro deste ano entre nós pela A Esfera dos Livros.
Nesta obra é também indicada pelo menos uma fonte que documenta a prática de inseminação artificial ou, poderíamos dizer mais exactamente, inseminação assistida, num texto árabe datado de 1322, no qual se relata a história de um habitante do antigo reino da Núbia ter efectuado aquela “técnica” para inseminar éguas com sémen de cavalos de outros estábulos.
(cont.)

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