quinta-feira, 15 de outubro de 2020

DESVIO DA ESQUERDA...

 

 Foi com muita preocupação e perplexidade que nos deparamos, em 13.10.2020, com a notícia do aumento da ocupação de UTIs pediátricas em Salvador especificamente atreladas ao COVID.

A forma com que os números estão sendo divulgados pelos gestores, para disseminar o pânico e justificar medidas controversas já caídas por terra mundo afora é de uma imprudência desmedida.

Com a abertura gradual do comércio e das atividades de lazer e com o início da primavera,  já era esperado um aumento de crianças sintomáticas respiratórias por doenças alérgicas e infecções virais, não apenas COVID.

Inclusive, em artigo publicado por Dong et al (Doi: 10.1016/S1473-3099(20)30120-1), foi observado que a gravidade daqueles casos com *suspeita* de COVID é menor do que naqueles com COVID confirmados, inferindo que os casos mais graves estão relacionadas a morbidades NÃO-COVID.

Informações extra-oficias de intensivistas pediátricos, pneumologistas pediátricos e pediatras, que trabalham em diversos serviços públicos e privados na cidade, inferem que os números anunciados hoje não parecem refletir, de fato, a realidade COVID dos serviços pediátricos da cidade, especialmente no tocante a responsabilizar a COVID por este aumento.

É importante que se saiba que, desde muito antes, o governo sabe dessa baixa incidência de casos graves em crianças, tanto que disponibilizou apenas 5% dos leitos de tratamento de COVID para crianças na cidade.

❌ *13.10.2020* TOTAL DE LEITOS DISPONIBILIZADOS (UTI + ENFERMARIA) EM SALVADOR

ADULTO + CRIANÇA
1096

DESTINADOS PARA CRIANÇAS
54 (4,92%)

DESTINADOS A ADULTOS
1042  (95,07%)

Levando-se em conta exclusivamente os leitos DE UTI PEDIÁTRICA, NA BAHIA INTEIRA, temos os seguintes dados:

📍*13.10.2020*
31 leitos de UTI pediátrica NA BAHIA, dos quais, 27 deles localizados em Salvador

■Fontes pesquisadas em 13.10.20■
 http://www.saude.salvador.ba.gov.br/covid/indicadorescovid/

http://www.saude.ba.gov.br/temasdesaude/coronavirus/

Ou seja, Salvador responde por quase 100% dos leitos de UTI pediátrica destinados à criança com COVID, NA BAHIA. Desta forma, qualquer aumento de 1-2 casos, muitos, inclusive, que podem nem ser oriundos da cidade, irá impactar significativamente na taxa de ocupação dos leitos.

Ressalta-se ainda que muitos pacientes internados, têm o diagnóstico confirmado de COVID apenas durante a internação e, desde o inicio, pela suspeita clinica, já entram na contabilidade de ocupação dos leitos COVID.

A evidência científica disponível já é robusta o suficiente para sabermos que a COVID tem uma baixíssima letalidade em pessoas abaixo de 10 anos e, na Bahia, onde não há motivos de ser diferente do mundo, é de aproximadamente 0,4% (13/10/2020 => 7188 obitos, sendo 27 (0,4%) abaixo de 10 anos), a grande maioria decorrente de graves comorbidades, ratificando os números que foram divulgados durante toda a pandemia, e em consonância com o mundo.

Em nenhum lugar do mundo a ocupação de leitos pediátricos foi levada em consideração para guiar reabertura de atividades, inclusive, escolas.

Fato é que não há mais o que se discutir diante das evidências científicas = crianças transmitem menos, adoecem menos e morrem menos. PONTO FINAL. O mundo fala isso. No Brasil, diversos pediatras e professores universitáros já se posicionaram sobre o tema e ratificam o que o mundo fala.

Salvador / Bahia não pode ser diferente.

Dra. Larissa Sadigurski CRM Ba 17.055
Dra. Paula Tannus CRM Ba 20.227

#voltaàsaulassalvador
#educacaoinfantilfazsentidosim


 

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