A pedra de tropeço e a pedra de moinho
Por Márcia Barbutti
"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos." (Mateus 18.10)
"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos." (Mateus 18.10)
Após
afirmar aos discípulos que eles deveriam se converter e se tornar como
uma criança, Jesus continuou a conversa mostrando que eles também
deveriam cuidar dos pequeninos e protegê-los. Suas palavras são
enfáticas e intrigantes: “Mas se alguém fizer tropeçar um destes
pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de
moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar” (Mt 18.6).
Jesus
deixou claro o valor que as crianças têm em seu reino e que, para os
que são pedras de tropeço para elas, lhes seria-lhes preferível a morte
física, particularmente dolorosa e terrível (sem a possibilidade de
resgatar o corpo para um enterro).
Quanto mais
nova for a criança, maior é o poder de influência que temos sobre ela.
Poder para seduzir, induzir ao erro, enganar, ferir e destruir. Mas ai
daquele que assim procede. Ai daquele que abandona seus filhos nascidos
ou que estão para nascer. Ai daquele que, na busca por prosperidade,
reforça o materialismo e o consumismo. Ai daquele que nega a disciplina e
o limite. Ai daquele que sonega a Verdade. Ai daquele que comete abusos
e violência, e que explora o mais fraco e vulnerável.
É hora de erguer a voz em favor dos pequeninos. O doutor Wess Stafford, em seu livro Too Small to ignore,
fala das quatro liberdades que toda criança merece. (1) Liberdade da
pressão imposta – pressão para crescer rapidamente, ser bem-sucedida e
atingir os ideais dos adultos que a rodeiam; (2) Liberdade do
materialismo – a busca da satisfação no ter e continuar tendo sem
compaixão ou misericórdia; (3) liberdade da concorrência corrosiva – o
valor está somente no ganhar, perder é a total frustração; e,
finalmente, (4) liberdade do medo diário – elas merecem estar a salvo de
malfeitores e predadores.
Longe de nós sermos
pedras de tropeços, que sejamos pedras de passagem, como aquelas que
estão no meio de riachos, ligando espaços e possibilitando encontros.
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