sábado, 23 de abril de 2022

CORRUPÇÃO 02

 

CORRUPÇÃO...02

Em Itaituba, um município com pouco mais de 100.000 habitantes, o garimpo tem peso de ouro na economia. A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, que era de apenas 4 milhões de reais em 2016, chegou a 64 milhões de reais no ano passado, mais que toda a receita somada com os outros impostos locais. Há duas homenagens a céu aberto por lá dedicadas à mineração: o Monumento aos Garimpeiros (estátua de um extrativista em ação) e o Marco Rotário (que traz uma bacia com uma pepita), ambos na orla do Tapajós. Existe ainda um painel instalado no plenário da Câmara Municipal, com a ilustração de um indígena ao lado de um garimpeiro, toras de madeira, um boto, uma tartaruga e uma onça, cuja ideia é passar a mensagem de harmonia entre o garimpo e a floresta — que não há. Com estrutura precária, longe de tudo, proliferam na área rural onde ocorre a mineração os serviços direcionados ao garimpo — como alojamentos, bares e armazéns — e atividades ilegais, como “cabarés” dedicados à prostituição. Nessas regiões é comum à pepita de ouro ser usada como moeda, principalmente para a compra de combustíveis, equipamentos e peças para mineração. Mais comum ainda é a ocorrência de crimes variados, boa parte envolvendo crianças e adolescentes.

 

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