terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

QUARESMA

 

Uma nova quaresma

E aqui chegamos a mais uma quaresma…

 

Gostaria de lhe fazer um convite para que reflitamos da seguinte forma:

 

“Será que estamos vivendo a paixão, morte e ressureição de Cristo de modo automático? Será que nós somos católicos vivendo por simples osmose?”

 

Será que você da mesma forma que um robô, segue inconscientemente para mais uma quaresma, para mais um ano em que fez o jejum mais brando possível, para mais um ano em que sequer fez jejum, para mais uma semana santa, para mais um ano em que torce para que o padre não faça as nove leituras no Sábado de Aleluia…

 

Levanto estes pontos aqui, pois até pouco tempo atrás, eu mesmo me comportava desta maneira.

 

Mas ocorreu que em uma certa quaresma, eu tive a oportunidade de viver algo diferente do que eu já havia vivido em toda minha vida.

 

E quando eu digo oportunidade, não é por conta de uma situação que se desenhou favoravelmente, eu, por escolha e decisão queria algo diferente naquele ano!

 

Então eu me esforcei e me mortifiquei, dobrei minha carne e me coloquei mais na presença de Deus, li e meditei mais a palavra, rezei mais, adorei mais, busquei os sacramentos mais…

 

Foi um período frutuoso! Mas de uma verdadeira batalha comigo mesmo.

 

Batalha, pois minha carne queria outra coisa, ela não queria intimidade com Deus, ela não queria acordar cedo pra rezar, não queria ler, não queria jejuar, o que ela queria mesmo é o contrário de tudo isso!

 

Em certo momento dessa batalha comigo mesmo eu pensei:

 

“Porque eu estou fazendo isso?”

 

Dai a resposta brotou em meu coração:

 

“Você faz tudo isso por amor a Deus, porque Ele o amou primeiro, a ponto de dar a própria vida por você. Quando a sua carne sofre pelo reino de Cristo, você se assemelha ao Cristo que sofreu por tí”.

 

E nesse momento eu percebi que nos anos anteriores àquele, eu vivia este tempo favorável de modo automático.

 

Você já assistiu o filme “Click”, do ator Adam Sandler?

 

É exatamente aquilo, mas no cotidiano da fé.

 

Nós vamos a missa, comungamos, nós vamos ao grupo de oração, louvamos, adoramos, participamos de obras sociais, ajudamos o próximo material e espiritualmente, mas muitas vezes simplesmente fazemos tudo isso por mera convenção.

 

Será que nós já paramos para pensar e tentarmos compreender o tamanho do amor de Deus por nós e o tamanho do sacrifício ao qual Ele se submeteu?

 

Eu pergunto se nós tentamos compreender, pois nós somos humanos e em nossas limitações, nunca conseguiremos entender integralmente o mistério da salvação.

 

Santo Afonso Maria de Ligório diz o seguinte na obra “Prática do amor a Jesus Cristo”:

 

“Nenhum intelecto basta para compreender o quanto arde esta chama no coração de Jesus Cristo. Visto que lhe foi comandado que sofresse uma morte, se lhe houvesse sido comandado que sofresse mil delas, teria decerto amor suficiente para sofrê-las todas. E, se o sofrimento que lhe foi imposto por todos os homens lhe tivesse sido imposto pela salvação de um só, assim o teria feito por cada um como o fez por todos. Deste modo Jesus Cristo amou muito mais do que sofreu, houve mais por dentro do que aquilo que apareceu por fora. Isto foi uma centelha que jorrou daquele grande pélago de imenso amor.”

 

Jesus Cristo o Filho de Deus, sempre existiu desde o principio do mundo, junto ao Pai e o Espírito Santo, na Trindade Santa, onde eles se bastavam em sua eterna vivência mútua de amor.

 

Mas movido pelo imenso amor que transbordava, Deus humana seu filho para que Ele pudesse passar pelo que passamos, nossas lutas, angústias, tristezas e alegrias. O Verbo se faz carne, para ser oferecido como holocausto pelos nossos pecados, nos trazendo assim a salvação.

 

Por amor Ele foi ridicularizado, torturado e seguiu até as últimas consequências sendo crucificado e morto.

 

Que amor é esse?

 

Imagine você mãe ou pai, gerar um filho para ser holocausto de pecadores… Para nós é algo impensável!

 

Quando por um momento você duvidar do amor de Deus por ti, lembre-se que você valeu a vida do filho de Deus.

 

Neste espírito eu desejo a todos do fundo do meu coração, que possamos viver uma nova quaresma e uma nova Páscoa da forma mais profunda, devota e amorosa o possível, que nós possamos festejar a maior festa da nossa fé!

 

Que eu e você possamos oferecer a Deus a nossa vida integralmente, da mesma forma que Ele se ofereceu por nós.

 

Salve Maria Santíssima!

 

 

Rogério Luiz Palão

Católico Apostólico Romano, contra-revolucionário, a favor da família e da vida. Co-fundador do PHVox, pai de dois, marido de uma, músico (baterista), publicitário e consultor de marketing. "Os homens marcados com a Cruz de Cristo caminham alegremente no escuro” — G. K. Chesterton

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