sábado, 13 de abril de 2024

DEDICADO A ...

 

O PIOLHO ALCOÓLATRA

 

 Hic... Hic... Hic...

Sonolento, cansado, cabeça zonza vazia, só lembrava-se da cachaça, que bebeu e dava azia.

Zé Piolho não gostava, de beber nem de nadar, foi forçado a tudo isto,

Até a se embriagar!

Vivia num apartamento, a 1.50m do solo, confortável, sossegado, entre os caracóis, daqueles cabelos embolados.

Para que outro lugar? Ali já tinha tudo. E, como era ventilado!

A limpeza que faziam, não chegava a incomodar, era só se esconder,

Aguardar, depois voltar.

Lavavam, escovavam, penteavam. Escondido, voltava ao seu lugar.

E, dormia sem se deixar perturbar.

Um dia, acordou de supetão, molhavam tudo em volta, sem usar água

ou sabão. Cachaça e álcool, isto sim, que invenção!

O cheiro forte penetrava nas narinas. Que grande tentação...!

Tonto, não fugiu, resolveu aproveitar, e beber até cansar.

Depois chegou alguém, com grande pano nas mãos, amarrou sua morada...

Zé piolho escorregou que grande escuridão!

Acordou muito mais tarde, com forte dor na cabeça, um enjoo no estômago e a boca azeda...

Olhou em volta, nada percebeu, ainda estava escuro, lembrou-se:

... Logo se escondeu.

Procurou lugar seguro, pois sabia o que buscavam. Logo, tiraram o

 pano, seu drama, recomeçava...

Começaram nova etapa: um pente fino em ação passava aqui e acolá.

Sem forças, cambaleando, tentou escapulir. O pente não descansava, tentavam dar um fim nos invasores Outros amigos, coitados, ali mesmo tombaram...

Depois da grande limpeza, ficou a esperar, que tudo se acalmasse e pudesse logo voltar...

... Agora, depois do susto, passa seus dias cantando:

  - Eu bebo sim,

    Estou vivendo,

    Tem gente que não bebe,

    E está morrendo...!!!

 

Dionê Leony Machado       

20.01.1994.

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