RETALHOS
São pequenos pedaços de tecidos,
Que nossas avós guardavam, Para um pequeno remendo, Uma roupa para as bonecas, Ou para fazer um pano, Que tinha uso determinado. Mas o que admirava, eram os Pedaços de pano, que faziam Toalhas, cobertas chamavam de fuxico. E costurados, um por um,
Formando a colcha de retalhos.
Trabalho paciente, criativo, Que poucos davam valor. Só nas lojas chiques, o povo Desavisado, esnobava a criação, Artesanal, que ajudava no pão, E café da criançada, que corria, E brincava, na porta sem medo, De sequestro, balas perdidas ou ladrões. Mas, a história a ser contada, é a nossa.
Que tem a vida toda remendada,
Como se fosse um cobertor.
Ainda bem que cobre o frio,
Afasta o danado do mosquito,
Serve de toalha, coberta de cama,
Até nas festas pode virar uma saia,
Na falta, do dinheiro que faltou.
Nossas vidas são assim,
Pedaços que marcam, deixam cicatrizes,
Outros, alegres como festa de São João.
Choramos, cantamos,
Na caminhada da vida, há tantos pedaços,
Não há linha ou cola, que possa mais ajuntar.
São mil cores, pedaços grandes e pequenos,
Alguns esgarçam, corroídos pelo tempo,
Substituímos por algo, não igual, mas similar.
Quando iremos
acabar?
Só Deus sabe, a encomenda foi dada,
Cabe a nós terminar...!
Dionê Machado
Dezembro de2017.
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