terça-feira, 4 de setembro de 2018

JORNAL NACIONAL!


O ANTI JORNALISMO DO JN
BONNER E RENATA SUPER-HERÓIS?

As entrevistas com os principais candidatos à Presidência da República, no Jornal Nacional foram aulas de como não se deve fazer jornalismo. Mas também consequências da síndrome da celebridade, paranoia do mundo atual, particularmente no Brasil.
Todos ou quase todos querem ser celebridades e os que já são (caso do Bonner e da Renata) querem ir além: serem super-heróis.
Nas entrevistas os dois e mais a produção do JN feriram regras básicas, não só do jornalismo, mas de civilidade e boa educação. Não deixavam os réus (entrevistados) responderem, cortando sistematicamente quando as respostas se encaminhavam para contradizerem as suas "sabias e espertíssimas" perguntas. O ar visível de desdém e sarcasmo se revezavam o tempo todo nas entrevistas.
Não se comportaram em momento algum, com nenhum dos entrevistados, como entrevistadores, mas como debatedores (comportamento desonesto, já que os candidatos prepararam-se e o modelo do "espetáculo" foi de entrevista, não tendo eles, portanto, tempo suficiente para expor as suas ideias).
O objetivo, claramente, não era o de discutir propostas ou a vida dos candidatos, mas, através de "pegadinhas" coloca-los como desonestos. Mas nem competência para isso tiveram. Vitimizaram Ciro, apanharam feio do Boussanaro; mostraram com Alkmin que nem o dever de casa fizeram (disseram, entre outras falhas, que ele era apoiado por Collor, o que não é verdade) e poderiam ter sido acusados de tentativa de feminicídio, no caso da Marina.
São meros apresentadores, sem traquejo de repórter. Perguntas longas, enfadonhas, mal formuladas, fugindo da objetividade e clareza do bom jornalismo.
O que está por trás disso?
Claro que além de estratégias e interesses, a sindrome da celebridade (no caso deles, do super-herói).
Sou do tempo em que jornalistas (mesmo os de TV), juízes e promotores de justiça, não davam autógrafos nas ruas, não recebiam título de homem do ano, não eram confundidos com heróis. A necessária imparcialidade que as suas funções os obrigava a ter, os impunha comportamentos discretos, justamente para não serem mordidos pela mosca azul.
No caso do jornalismo ouviamos incansavelmente nas redações que não podiamos ser mais importantes que a notícia e que o entrevistado é sempre o centro das atenções.
Isso efetivamente me parece coisa do passado. Mas tenho uma
saudade danada desse velho tempo.

Waldomiro Santos Junior.

 

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NOTAS... 03

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