O ANTI JORNALISMO DO JN
BONNER E RENATA SUPER-HERÓIS?
As entrevistas com os principais candidatos à Presidência da
República, no Jornal Nacional foram aulas de como não se deve fazer jornalismo.
Mas também consequências da síndrome da celebridade, paranoia do mundo atual,
particularmente no Brasil.
Todos ou quase todos querem ser celebridades e os que já são
(caso do Bonner e da Renata) querem ir além: serem super-heróis.
Nas entrevistas os dois e mais a produção do JN feriram
regras básicas, não só do jornalismo, mas de civilidade e boa educação. Não
deixavam os réus (entrevistados) responderem, cortando sistematicamente quando
as respostas se encaminhavam para contradizerem as suas "sabias e
espertíssimas" perguntas. O ar visível de desdém e sarcasmo se revezavam o
tempo todo nas entrevistas.
Não se comportaram em momento algum, com nenhum dos
entrevistados, como entrevistadores, mas como debatedores (comportamento
desonesto, já que os candidatos prepararam-se e o modelo do
"espetáculo" foi de entrevista, não tendo eles, portanto, tempo
suficiente para expor as suas ideias).
O objetivo, claramente, não era o de discutir propostas ou a
vida dos candidatos, mas, através de "pegadinhas" coloca-los como
desonestos. Mas nem competência para isso tiveram. Vitimizaram Ciro, apanharam
feio do Boussanaro; mostraram com Alkmin que nem o dever de casa fizeram
(disseram, entre outras falhas, que ele era apoiado por Collor, o que não é
verdade) e poderiam ter sido acusados de tentativa de feminicídio, no caso da Marina.
São meros apresentadores, sem traquejo de repórter.
Perguntas longas, enfadonhas, mal formuladas, fugindo da objetividade e clareza
do bom jornalismo.
O que está por trás disso?
Claro que além de estratégias e interesses, a sindrome da
celebridade (no caso deles, do super-herói).
Sou do tempo em que jornalistas (mesmo os de TV), juízes e
promotores de justiça, não davam autógrafos nas ruas, não recebiam título de
homem do ano, não eram confundidos com heróis. A necessária imparcialidade que
as suas funções os obrigava a ter, os impunha comportamentos discretos,
justamente para não serem mordidos pela mosca azul.
No caso do jornalismo ouviamos incansavelmente nas redações
que não podiamos ser mais importantes que a notícia e que o entrevistado é
sempre o centro das atenções.
Isso efetivamente me parece coisa do passado. Mas tenho uma
Waldomiro Santos Junior.
Sem comentários:
Enviar um comentário