Biólogo que espalhou desinformação e errou previsões participa de campanha do TSE contra Fake News

A partir desta terça-feira (1º), uma nova campanha da Justiça Eleitoral será transmitida aos brasileiros com o objetivo de conscientizar sobre a importância de não repassar notícias falsas, com “ênfase no impacto negativo desse fenômeno no processo democrático em ano eleitoral”.
Com a mensagem “se for fake news, não transmita”, a campanha contará com a participação do biólogo Átila Iamarino, auto intitulado “divulgador científico” e youtuber. “Tudo o que você receber, verifique antes de repassar. Consulte fontes e agências de checagem”, diz Átila no vídeo que começou a ser divulgado hoje.
Conforme noticiado pela Revista Oeste, o youtuber teria divulgou uma notícia falsa sobre a cloroquina em seu twitter no dia 22 de julho de 2020. No tuíte, Iamarino repercutiu os investimentos do EUA na pesquisas que buscam desenvolver vacinas contra a covid19, mas aproveitou para fazer campanha contrária ao uso da cloroquina. Conforme argumentou, o investimento norte-americano nas vacinas desenvolvidas por Pfizer e BioNtech representavam “a maior prova de que cloroquina não funciona”. Isso porque, segundo ele, o país presidido por Donald Trump simplesmente não comprou todo o estoque mundial do medicamento defendido por Bolsonaro.
Notícia falsa
Ainda segundo a revista, “a afirmação feita pelo youtuber Atila Iamarino não encontra respaldo científico — apesar de ele declarar-se biólogo. Pelo contrário. Fatos comprovam que ele espalhou fake news sobre o assunto. Além de ter seu uso defendido por entidades médicas, a cloroquina é citada por pacientes. O infectologista David Uip confirmou, por exemplo, que se autorreceitou o difosfato de cloroquina, conforme noticiou Oeste. Também nesse sentido, o general Edson Leal Pujol avisou que o remédio salvou militares“.
Erro em previsões
Em março, ao comentar o estudo do Imperial College, universidade de Londres que motivou as medidas de isolamento pelo mundo, Iamarino chegou a estimar que o Brasil poderia alcançar a marca de 1 milhão de mortos até o mês de agosto caso não tomasse os devidos cuidados com a pandemia. A previsão foi alardeada por vários veículos de comunicação e tornou o até então desconhecido youtuber em celebridade instantânea do momento. O fato é classificado por muitos como “a maior fake news desde o início da pandemia no Brasil”.
Átila tentou justificar seu erro em outra postagem, conforme noticiado pelo site de notícias Pleno News. “Sem intervenção farmacológica (sem tratamento com remédio), a mortalidade da COVID é por volta de 0,5 a 2%. O que quer dizer que, mesmo se as pessoas fossem tratadas com jujubas, 98% se curariam. Ou seja, não vai faltar história de alguém que foi curado tomando alguma coisa”, escreveu.

A justificativa “estranha” do biólogo, porém, não passou despercebida. O jornalista conservador Ed Raposo, por exemplo, acusou Átila de praticar “charlatanismo adaptável” e afirmou que “em um país sério, ele [Átila] seria preso”.
“Em outras palavras, esse facínora inventou números alarmantes sobre o covid, propagou o terrorismo psicológico, e agora que suas previsões esdrúxulas se provam um engodo ele tenta justificá-las se utilizando de qualquer coisa minimamente crível que encontre pelo caminho”, completou o jornalista.
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