OS MISERÁVEIS
Não são os pobres,
Rejeitados por uma sociedade elitista,
Não são os aleijados, cegos, surdos,
Não são os negros, índios ou de qualquer etnia...
Não são os que buscam a Deus na hora da dor...
No momento que estão sendo massacrados,
Violentados, estuprados moralmente e fisicamente.
São vocês... Doutores letrados que dilapidam
Os bens dos sofridos, pisoteados,
Que esmagam as verdadeiras viúvas muitas já não é...
As que vivem de pensão de um casamento ajustado nos padrões patriarcais.
Não nas que pongam num homem, de maneira atrevida
Para garantir mordomias... Venderam o corpo para o freguês...
Miseráveis são todos que recebem sem merecer...
Burlam leis, contratos, alianças, deveres... São na verdade, marginais...
Oh! Pobre criatura que desvia o que não lhe pertence...
Ontem na escuridão, nas sombras...
Hoje, abertamente, descaradamente burlam leis, acrescentam, subtraem com objetivo de quem quer mais...
Insaciáveis, glutões... Exemplos malignos para a sociedade,
Que já descaída, come os restos dos pobres mortais.
Fome de decência, de pudor, alimento para o corpo...
Sedento de tudo, pois os carcarás comeram
Até os ossos dos que lutam pela vida já sofrida, da seca, humilhados pelos coronéis...
Até quando terão que reverenciar para homens iguais?
Modificaram leis, roubam vidas, abortam como se fossem
O autor da criação...
Chega... Oh! Pai! Não aguento mais...
O choro do abortado. Não pelos não nascidos
Mas, por terem cortado a esperança desses mortais...
Dionê Leony Machado
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