Uma grande empresa de asfalto dos EUA concordou em pagar US$ 16,6 milhões em multas, enquanto se declarava culpada na terça-feira (22/9) de acusações federais. A empresa norte-americana pagou milhões em subornos aos funcionários no Brasil, Equador e Venezuela por quase uma década para ganhar contratos lucrativos. A Sargeant Marine era “uma das maiores fornecedoras de asfalto do mundo”, segundo a acusação.
O acordo de confissão da Sargeant Marine Inc. é parte de uma repressão mais ampla e contínua às negociações corruptas nos mercados de commodities da América do Sul.
No que parece ser um caso relacionado, um ex-comerciante de petróleo da Vitol, com sede na Suíça, foi acusado na terça-feira (22/9) de pagar US$ 870 mil em subornos aos ex-funcionários equatorianos de 2015 a 2020 em troca de contratos de óleo combustível. A Vitol, que não é citada na acusação, comprou metade da Sargeant Marine em 2015.
Os promotores federais em Brooklyn disseram que a Sargeant Marine e suas afiliadas pagaram subornos entre 2010 e 2018 por contratos com empresas estatais de petróleo nos três países sul-americanos, todos administrados por governos de esquerda na época. A empresa de Boca Raton, na Flórida, obteve mais de US $ 38 milhões em lucros como resultado dos subornos.
Os destinatários no Brasil, onde a maior parte dos lucros foram obtidos, incluíram um deputado, um ministro do Gabinete e altos executivos da estatal Petrobras durante os governos de Lula e de sua sucessora escolhida a dedo, Dilma Rousseff.
Nenhum dos destinatários são identificados pelo nome no acordo de confissão, mas promotores brasileiros em 2018 acusaram um ex-deputado, Candido Vaccarezza, por negociar com a Sargeant Marine os subornos pagos à Petrobras. Na época, Vaccarezza era líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados.
Processos judiciais confidenciais indicam que Daniel Sargeant, que dirigia a Sargeant Marine, se declarou culpado em dezembro passado de conspiração para cometer lavagem de dinheiro e violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior, que proíbe americanos de pagar funcionários estrangeiros em troca de negócios. Ele está aguardando a sentença depois de pagar US$ 300 mil de fiança em dinheiro.
Falsos contratos de consultoria e faturas falsas foram usados para pagar intermediários que negociaram os subornos nos três países, segundo o acordo de confissão. Os membros da conspiração, que não são identificados pelo nome, negociariam os pagamentos redigindo rascunhos de mensagens em uma conta de e-mail localizada nos EUA, para a qual compartilharam as informações de login e senha.
Sargeant Marine também reconheceu o pagamento de subornos em 2014 de contas offshore para um funcionário que trabalhava para a estatal Petroecuador, que buscava fornecer asfalto ao país.
As informações confidenciais obtidas por meio do esquema de suborno e que deram à Sargeant Marine uma vantagem competitiva em suas negociações com a PDVSA após 2015 foram chamadas pelo codinome de “chocolates”.
Com informações, AP N
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