sábado, 24 de outubro de 2020

REFLEXÃO JUDAICA

: Rabi Nachum Ish Gamzu

Foi rabino de Rabi Akiva durante 22 anos. É chamado por este nome porque sempre usou a expressão: "E isso também é para o bem." (em hebraico: ish gamzu = o homem (que diz) que é também…). E seu aluno Rabi Akiva também dizia: "Tudo que D’us faz é para o bem."

Ele era chamado pelo título ‘Ish Gamzu’ – porque sempre que algo desagradável lhe acontecia, ele costumava dizer: ‘Gam Zu le’Tová’, "Isto também é para o bem".

Os chachamim decidiram enviar especificamente Nachum Ish Gamzu ao Imperador com um presente – porque ele estava acostumado com milagres (e eles perceberam os possíveis riscos que uma pessoa enfrentava neste tipo de viagem a Roma). Ele chegou ao palácio do Imperador com uma caixa de terra, e não com as jóias e pedras preciosas com as quais tinha iniciado a viagem – porque o dono da estalagem onde ele passara a noite decidiu investigar o que a caixa continha enquanto ele dormia. Quando descobriu o que havia dentro, esvaziou-a e substituiu o conteúdo anterior com terra do jardim.

Quando o Imperador viu que a caixa continha apenas terra, mandou aprisionar Nachum Ish Gamzu. Nachum aceitou este fato com seu costumeiro ‘Gam Zu le’Tová’ – e um milagre aconteceu, na forma de uma visita de Eliyahu HaNavi, que sugeriu ao Imperador que aquela deveria ser terra especial de Avraham, o pai dos judeus que, durante a batalha contra os quatro reis, atirou terra neles, que se transformou em espadas (e palha que se transformou em flechas).

Quando o Imperador tentou fazer aquilo com um inimigo que ele antes tinha considerado invencível, e este debandou, ele libertou Nachum Ish Gamzu, encheu a caixa com jóias e pedras preciosas e enviou-o para casa com honrarias.

Quando o dono da estalagem percebeu o que tinha acontecido – demoliu a casa e levou a poeira ao Imperador como presente (pensando que toda a terra na sua propriedade era ‘terra milagrosa’). Porém, obviamente, nada aconteceu com a terra, e o Imperador mandou matá-lo por zombar dele.
Certa vez, quando ele estava viajando para a casa do sogro com camelos carregados de alimentos, ele demorou muito a atender um homem pobre que o abordou pedindo ajuda (talvez ele devesse ter descido do camelo, talvez devesse ter aberto os sacos de comida, ou pedido a ele que esperasse enquanto descarregava os sacos), e o homem morreu antes que tivesse a chance de receber ajuda. Ele então decretou que seus olhos, que não tiveram pena dos olhos do pobre, ficassem cegos; suas mãos, que não tiveram pena das mãos do pobre, seriam cortadas e seus pés, que não tiveram pena dos pés do pobre, seriam cortados fora. E ele não ficou satisfeito até acrescentar que todo seu corpo deveria ficar coberto de furúnculos.

As pernas de Nachum Ish Gamzu foram colocadas em baldes de água – porque além de estar preso ao leito, como suas mãos tinham sido amputadas ele não teria conseguido remover as formigas que caso contrário teriam rastejado sobre seu corpo. Quando seus discípulos disseram angustiados: ‘Que infortúnio, vê-lo em tal estado!’ – ele replicou ‘Seria infortúnio para mim, se vocês não me vissem neste estado!’

Quando seus discípulos planejaram retirar sua cama do apartamento precário em primeiro lugar e as vasilhas depois – ele os instruiu a reverterem a ordem, porque sabia que, enquanto estivesse na casa, ela não desabaria.

Recebi de Julivan.

http://www.chabad.org.br/tora/cabalaterapia/biografia_cabalistas/cab008.html

 

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