A Deus, supremo benfeitor
Corria
o século 16. Intensificava-se a Reforma religiosa. Lutero (na Alemanha)
e Calvino (em Genebra) queimavam suas energias no movimento de fé a que
haviam dedicado suas vidas. Na organização do culto evangélico, tanto
um quanto o outro defrontaram-se com o problema da música sacra. Lutero,
dotado de grande sensibilidade e possuindo alma de verdadeiro artista,
compreendeu de pronto o relevante papel da música na igreja, qual seja o
da edificação espiritual. Desejando levar os fiéis a tomarem parte
ativa no ofício divino, criou o coral, que permitia a toda a congregação
entoar em uníssono louvores a Deus. Calvino, porém, mais arredio à arte
musical, desconfiado dela e temeroso da sua influência, que julgava
perniciosa, proibiu o seu uso no culto reformado.
Este
texto é comumente denominado “Doxologia maior”, tendo sido escrito em
1602 pelo bispo inglês Thomas Ken e por ele acrescentado, como
terminação, a cada um dos três hinos que na mesma época escreveu.
Posteriormente foi deles desligado ganhando individualidade própria e
ultrapassando fronteiras, tendo sido traduzido para várias línguas,
inclusive o português, por Sarah Poulton Kalley.• Henriqueta Rosa Fernandes Braga (1909-1982) foi musicista, professora e musicóloga. Recebeu o primeiro diploma universitário de música conferido no Brasil. Pesquisadora, palestrante e conferencista, dedicou-se à conservação e às publicações do hinário Salmos e Hinos, que formou gerações de protestantes no Brasil desde as suas primeiras edições. De 1968 a 1984, assinou a coluna da revista Ultimato intitulada “Música sacra” e é autora de Contando e Cantando e Contando e Cantando (vol. 2).
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