ESTUDANDO A PALAVRA:
Embora o expressassem de maneiras diferentes, os puritanos tinham profunda consciência da importância da relação do Espírito Santo com Cristo no que diz respeito aos ministérios de Cristo, tanto o terrestre quanto o celestial. No dizer de Isaac Ambrose, em Cristo existe "uma combinação de todas as graças do Espírito ...] Ele recebeu o Espírito sem medida; nele havia o máximo que podia existir numa criatura e mais do que em todas as demais criaturas". Esses comentários oferecem um ponto de partida ideal para analisar a maneira que o Espírito Santo se relaciona com Cristo.
Em todos os principais acontecimentos da vida de Cristo, o Espírito Santo teve um papel de destaque. O Pai decretou que o Filho se tornasse carne. O Filho voluntariamente se tornou carne em obediência à vontade do Pai, mas é o Espírito Santo que foi o "poder divino não mediado" da encarnação (Lc 1.35; Mt 1.18,20). Esse foi um "início" adequado para Cristo, visto que Isaías falou do Messias como alguém dotado do Espírito (Lc 42.1; 61.1).
Em várias passagens, o Novo Testamento confirmou o testemunho de Isaías, assinalando, por exemplo, que ele recebeu o Espírito sem medida (Jo 3.34). Por ocasião do batismo de Cristo, o Espírito desceu sobre ele (Mt 3.16) e em Lucas 4 o Espírito desempenhou um papel importante na entação de Cristo (V.1).
Naquele mesmo capítulo, Cristo leu Isaías 61.1,2 ("O Espírito do Senhor está sobre mim") e anunciou que ele é o cumprimento daquela profecia (Lc 4.18). Além do mais, a realização de milagres por Cristo é atribuída ao Espírito Santo (Mt 12.28; At 10.38), pois, "quando os judeus atribuem as obras poderosas de Cristo a Belzebu [...] ele lhes dá a conhecer que nisso blasfemaram contra o Espírito Santo, de quem na realidade eram aquelas obras" (Mt 12.31,32).51 Hebreus 9.14 diz que Cristo se ofereceu em sacrifício "por meio do Espírito eterno".
Conforme Sinclair Ferguson comenta, "é possível fazer uma sólida defesa da ideia de que o pneuma por meio do qual Cristo se ofereceu é uma referência ao Espírito divino". A ressurreição de Cristo é atribuída ao Espírito (Rm 8.11), e pela sua ressurreição "com poder foi declarado Filho de Deus segundo o Espírito de santidade" (Rm1.4; veja tb. 1Tm 3.16; 1Pe 3.18). Como o Espírito foi o companheiro inseparável de Cristo durante seu ministério terreno, não há quase nenhuma dúvida de que Cristo clamou (i.e., orou) ao
Pai mediante a capacitação ou ajuda do Espírito, o que
daria uma ênfase cristológica implícita às palavras de Romanos 8.26,27.
Texto retido da Teologia Puritana, páginas 498,499 - Joel Beeke e Mark Jones
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