CONFLITO DE INTERESSE
Átila Iamarino recebeu R$ 360 mil em 2020 para defender lockdown, diz infectologista
Diógenes Freire · 11 de Agosto de 2022 às 20:36
Não é a primeira vez que o youtuber e "divulgador científico" se vê no meio de uma polêmica por envolvimento com entidades suspeitas
Ao publicar um trecho do relatório financeiro de 2021 do polêmico Instituto Serrapilheira, o infectologista Ricardo Zimerman destacou o patrocínio de R$ 360 mil ao “divulgador científico”, Átila Iamarino, pelos serviços prestados no ano anterior. Átila ficou conhecido em todo o país quando repercutiu previsões catastróficas do Imperial College que se mostraram erradas.
“Ele recebeu R$ 30 mil por mês para servir de substrato ‘científico’ para o lockdown, que custaria milhares de empregos”, escreveu o infectologista, no Twitter.
Além do youtuber, também aparecem na lista de pagamento do Serrapilheira, o Instituto Questão de Ciência, da ativista e "divulgadora de ciência", Natália Pasternak; o jornal Folha da Manhã, do Grupo Folha; o Centro de Jornalismo Investigativo, ligado ao governo do Canadá e; a agência de “checadores”, Lupa.
Todos os beneficiados pela entidade são conhecidos pela atuação contrária ao tratamento precoce da doença chinesa e favorável às medidas restritivas impostas por prefeitos e governadores nos últimos dois anos sob a justificativa de combater o vírus chinês.
Veja a lista completa de beneficiados (página 92).
O BSM entrou em contato com o Átila Iamarino, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O jornal permanece aberto para quaisquer esclarecimentos do youtuber.
Agenda
As políticas impositiva do lockdown, do uso de máscaras e das restrições de direitos individuais foram defendidas quase que diariamente nas redes sociais pelo ativista e “divulgador científico”, Átila Iamarino, durante o período mais agudo da crise sanitária.
Átila também defende o experimento com vacinas em crianças. Nesta quinta-feira (11), o youtuber comemorou o fato do filho ter sido inoculado durante um teste clínico da Pfizer, que está testando o “imunizante” em crianças de 6 meses a 2 anos.
Inicialmente, Átila ganhou notoriedade na internet, em 2020, ao prever a morte de 3 milhões de pessoas por covid-19, só no Brasil. Mesmo sem ter a previsão concretizada, o youtuber continuou divulgando dados falsos sobre a pandemia.
Esta semana, o youtuber anunciou que testou positivo para o vírus chinês mesmo tendo tomado quatro doses do “imunizante”.
Relações suspeitas
Não é a primeira vez que Átila Iamarino se vê no meio de uma polêmica por envolvimento com entidades suspeitas.
Em abril de 2021, Átila palestrou sobre as variantes da covid-19 em um evento organizado pela MV SIstemas, empresa especializada em gestão de software para saúde hospitalar.
Sediada no Recife, a companhia tem como dono o empresário Paulo Magnus, preso em 2020 por fraudes nos contratos firmados com as prefeituras de Recife e Jaboatão dos Guararapes (PE).
O empresário seria o verdadeiro chefe de uma organização social “de fachada” que administrava o hospital de campanha destinado aos pacientes infectados com o novo coronavírus no bairro da Imbiribeira, no Recife, além do único hospital temporário de Jaboatão.
Meses antes, Átila criticou o investimento em UTIs e respiradores para socorrer vítimas da covid-19.
O Instituto Serrapilheira
Fundado em março de 2017 e com um orçamento anual milionário, o Instituto diz “fomentar a ciência no Brasil” e “aumentar a visibilidade do conhecimento científico”.
Em sua página na internet, o Instituto informa que começou a ser gestado em 2014 e foi constituído em 2016 com “recursos oriundos de um fundo patrimonial de R$ 350 milhões”.
Não é raro encontrar fundações do Terceiro Setor financiadas por esse tipo de recurso. No entanto, a não identificação nominal dos financiadores têm suscitado suspeitas de que o próprio Instituto seja financiado por organismos internacionais que fomentaram a crise sanitária do vírus chinês, incluindo as grandes farmacêuticas, o que indicaria possível conflito de interesses.
O Serapilheira tem no conselho administrativo o documentarista João Moreira Salles, fundador da Revista Piauí, do Grupo Folha, ligado a Open Society Foundation do controverso bilionário George Soros.
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