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Por que a prisão do CEO do Telegram é tão perigosa para a
sociedade
PanAm Post, 26 de
agosto de 2024
Por que a prisão do CEO do Telegram é tão perigosa para a
sociedade
A prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, em um aeroporto de
Paris preocupa os proprietários de outras plataformas que alertam sobre as
próximas ações de censura. Ironicamente, e como afirma o jornalista americano
Tucker Carlson, não foi o presidente russo Vladimir Putin quem o prendeu, mas
um país europeu, onde deveria haver liberdade de expressão.
As acusações contra o CEO do Telegram estão relacionadas a
“várias violações de seu serviço de mensagens criptografadas”, cujo mandado de
prisão foi emitido pelo Escritório Francês de Luta contra a Violência contra
Menores (OFMIN) como parte de uma investigação sobre supostos crimes que vão
“desde fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e
glorificação do terrorismo”, de acordo com o jornal francês Le Monde.
O caso é acompanhado de perto por Elon Musk, CEO da X. Ele
não apenas republicou uma entrevista que Pavel Durov deu a Carlson, para o dono
da Tesla é uma questão de tempo até que as organizações ocidentais queiram ir
contra sua própria plataforma. Ele aproveitou a oportunidade para lembrar que
“moderação é uma palavra de propaganda para censura”.
O discurso de Durov que incomoda a França
A “falta de moderação no Telegram e a falta de cooperação”
de Pavel Durov em relação às autoridades fazem parte das acusações do sistema
de justiça francês. Considerando que a plataforma de mensagens tem mais de 950
milhões de usuários ativos mensais e é um dos cinco aplicativos mais baixados
do mundo, não faltam motivos para este país e a União Europeia quererem
controlá-la argumentando “proteção dos usuários”.
Por ser um defensor da liberdade de expressão, ele
conquistou Putin como inimigo e, ao mesmo tempo, parte dos governos ocidentais.
A pista está na entrevista que ele deu ao jornalista americano: “A humanidade
precisa de uma plataforma neutra como o Telegram que respeite a vida privada e
a liberdade das pessoas (…) Na realidade, não importa se é usado pela oposição
ou pelo partido no poder. As regras são as mesmas para todas as partes. Dessa
forma, somos imparciais”, disse ele na época. Esta foi a resposta de Tucker
Carlson após a prisão:
“Pavel Durov está esta noite em uma prisão francesa, um
aviso vivo para qualquer proprietário de plataforma que se recuse a censurar a
verdade a mando de governos e agências de inteligência. A escuridão está
descendo rapidamente sobre o mundo anteriormente livre.
Pavel Durov deixou a Rússia quando o governo tentou
controlar sua empresa de mídia social, o Telegram. Mas, no final, não foi Putin
quem o prendeu por permitir que o público exercesse a liberdade de expressão.
Era um país ocidental, um aliado do governo Biden e membro entusiasmado da
OTAN,… https://t.co/F83E9GbNHC
— Tucker Carlson (@TuckerCarlson) 24 de agosto de 2024
Defensor da liberdade
Pavel Durov controlava o Telegram do exílio em Dubai. Lá,
sua empresa “se refugiou das regras de moderação do Estado, em um momento em
que a União Europeia, como os Estados Unidos, pressiona grandes plataformas a
remover conteúdo ilegal”.
Em 2006, ele fundou o Vkontakte, o Facebook russo, mas o
vendeu em 2014 para a Rússia por se recusar a bloquear os grupos de
organizadores dos maiores protestos antigovernamentais, ocorridos em 2011,
desde a queda da União Soviética. Os aviões de papel feitos de notas de dólar
que ele lançou de seu escritório quando ainda dirigia a outra plataforma foram
a prévia da criação do Telegram, fundado com seu irmão Nikolai.
Respondendo às acusações de que terroristas ou traficantes
de drogas usam o Telegram para se organizar, Durov disse que isso “não deve ser
usado como desculpa para organizar uma caça às bruxas ou transformar a
sociedade em um campo de concentração”.
Chris Pavlovski, CEO do Rumble – uma versão menos restritiva
do YouTube – também se manifestou depois de conseguir deixar a Europa: “A
França ameaçou o Rumble e agora cruzou uma linha vermelha ao prender o CEO do
Telegram, Pavel Durov, por supostamente não censurar o discurso”.
De Oriana Rivas para o PanAm Post.
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