sábado, 28 de setembro de 2024

REFLEXÃO...01

 

CADA UM RESOLVA SEUS PROBLEMAS...

 

“Minha mãe enfrentava muitos desafios. Não conseguia dormir, vivia exausta. Era irritadiça, amarga e sempre adoecia. Até que um dia, algo surpreendente aconteceu: ela mudou. O mundo ao seu redor permanecia o mesmo, mas ela não era mais a mesma.

 

Certa manhã, meu pai disse:

— Amor, já faz três meses que estou sem trabalho e não encontrei nada. Vou sair para tomar umas cervejas com os amigos.

 

E minha mãe, calmamente, respondeu:

— Tudo bem.

 

Meu irmão lamentou:

— Mãe, estou indo mal em todas as matérias da faculdade…

 

Ela olhou para ele e disse:

— Tudo bem, você vai se recuperar. E se não der certo, repete o semestre, mas você paga a matrícula.

 

Minha irmã chegou aflita:

— Mãe, bati o carro.

 

Minha mãe, imperturbável, respondeu:

— Tudo bem, leve para a oficina. Ache uma forma de pagar e, enquanto isso, vá de ônibus ou metrô.

 

Até minha cunhada apareceu, dizendo:

— Sogra, venho passar uns meses com vocês.

 

E, mais uma vez, minha mãe respondeu sem hesitar:

— Tudo bem, ajeite-se no sofá e procure uns cobertores no armário.

 

A cada nova situação, a reação de minha mãe era sempre a mesma: calma. Nós, preocupados, começamos a nos reunir, intrigados com essa nova atitude. Pensamos que ela pudesse estar tomando algum medicamento milagroso, algo como uma dose maciça de ‘se virem’ de 1000 mg.

 

Decidimos intervir. Juntamos todos para uma ‘conversa séria’, com a intenção de salvar nossa mãe de algum vício desconhecido. Porém, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa.

 

Ela nos olhou, serena, e disse:

 

— Demorei muito para perceber que cada um é responsável pela própria vida. Anos se passaram até que eu compreendesse que minha angústia, minha preocupação, meu estresse e minhas noites em claro nunca resolveriam os problemas de vocês. Apenas pioravam os meus. Chegou o momento em que me cansei. Antes que um AVC ou algo pior me levasse, compreendi que minha única responsabilidade é pelas minhas próprias reações. Não sou responsável pelas ações dos outros, mas posso escolher como responder a elas.

 

Com isso, entendi que meu dever maior é comigo mesma: manter a calma e deixar que cada um assuma as consequências de suas escolhas e resolva seus próprios problemas.”

 

Esse novo entendimento não apenas mudou a vida dela, mas também nos ensinou uma valiosa lição.

 

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