sexta-feira, 28 de março de 2025

REFLEXÃO...01

 

 


O Peregrino, clássico de John Bunyan, ganha versão em cordel

 

Nossa vida terrena é transitória. Mas só alcançará o céu quem passar pela terra

 

Por Ultimatoonline

 

É inegável o impacto da obra O Peregrino, escrita pelo inglês John Bunyan no século 17. O livro é uma grande metáfora da vida espiritual, apresentando um enredo no qual o leitor acompanha a jornada de Cristão desde a sua terra natal, a Cidade da Destruição, até a Cidade Celestial. Essa caminhada é marcada por percalços e dilemas, uma alegoria vívida da existência.

 

Agora, essa magnífica história – que já foi vertida para outras linguagens, como o cinema e o teatro – ganha uma versão rimada através da literatura de cordel. O autor é o poeta Jénerson Alves, que também é jornalista e professor de língua portuguesa e literatura. Com 172 estrofes, a adaptação remete aos romances da literatura popular e busca apresentar a história clássica por intermédio de métricas e rimas.

 

Segundo Jénerson, o objetivo do cordel é apontar para o livro que lhe serviu de inspiração e reflexão. “Há obras monumentais que transformam nossa visão de mundo. O Peregrino é uma delas. Com este cordel, minha intenção é recontar a narrativa de uma forma lúdica”, declara.

 

Ultimato conversou com Jénerson a propósito do lançamento: o relacionamento do autor com a obra, o que o inspirou e quem deve ler o cordel:

 

Por que o livro O Peregrino? Você tem uma história pessoal com a obra?

O meu primeiro contato com O Peregrino foi através de um filme, que foi exibido na igreja em uma programação com os adolescentes. Naquela época, creio que eu tinha uns 17 anos, e fiquei muito impactado com o enredo. As metáforas das peripécias da vida cristã lançaram luzes sobre experiências que eu estava passando naquela fase da existência. Afinal de contas, a adolescência é um momento repleto de turbulências, sobretudo no mundo interior do adolescente.

 

Pois bem, conhecer a obra O Peregrino por meio de uma adaptação me motivou a, alguns anos depois, debruçar-me sobre o clássico. Após procurá-lo em muitas livrarias, finalmente o encontrei. Eu já era adulto. A leitura me abriu os olhos para muitas questões, mas, principalmente, para a analogia de que nossa vida terrena é transitória. Só alcançará o céu quem passar pela terra.

 

Não raramente, revisito O Peregrino (seja em leituras completas, seja em alguns trechos específicos). Em todas essas visitas, saio com o coração repleto de esperança.

Acho que isso me motivou a tentar adaptá-lo. Mesmo reconhecendo que, sobretudo do ponto de vista literário, Bunyan possui qualidades de excelente magnitude.

 

 

 

Na escrita do cordel, houve uma parte ou personagem que mais impressionou ou causou impacto em você?

Os personagens que compõem a obra são muito interessantes. O fato de seus nomes serem analogias de suas personalidades me chama muita atenção. Ao contrário do que algumas podem pensar à primeira vista, isso não os reduz, mas os aprofunda. É como se característica e essência se unificassem – ou, colocando em termos gramaticais, o adjetivo e o substantivo se tornassem um.

 

Respondendo de forma mais objetiva, eu diria que Esperançoso é um dos personagens que mais me impacta. Ele se mantém firme, ao lado de Cristão, e é quem lhe concede forças e estratégias para seguir rumo à Cidade Celestial. Não é difícil, na leitura da obra, sentirmo-nos identificados com Cristão e entendermos Esperançoso como uma representação da esperança, que precisa estar presente na caminhada cristã. Contudo, acredito que também seja válido pensar que podemos “ser” Esperançoso, ou seja, podemos dedicar nossa vida em aconselhar e encorajar outras pessoas a seguir rumo ao céu.

 

Quem deve ler O Peregrino: adaptação da obra de John Bunyan em cordel?

Acredito que esta leitura seja válida tanto para quem ainda não leu a obra clássica quanto para quem já a leu. Permita-me explicar melhor: quem ainda não leu o livro de Bunyan, poderá sentir-se motivado a mergulhar no clássico após ‘molhar os pés’ na adaptação. Todavia, quem já conhece a obra do autor britânico poderá vivenciar outra experiência ao ler o cordel, que possui um ‘sotaque’ brasileiro, devido às rimas e à metrificação heptassilábica. Neste cordel, busquei produzir arte, assim como o texto original é artístico. E, sobretudo, uma arte que aponta para o Pai das Artes, de modo que tenha proveito para a vida de quem, estando na terra, almeja habitar o céu.

 

Conheça um trechinho do cordel

 

"Lancei a mão sobre a pena,

Roguei graças ao Divino,

Para inspirar-me nos versos

Do folheto nordestino

E falar um pouco da história

Progresso do Peregrino.

 

Livro que serve de hino

Pra glória do Rei dos reis,

Alegoria da vida

Com simbólica lucidez;

O seu autor é John Bunyan,

Que foi literato inglês.

 

Essa obra, o autor fez

Na cela de uma prisão,

O seu “crime” foi pregar,

Foi preso por ser cristão,

Mas quem prendeu o seu corpo

Não prendeu seu coração.

 

Em meio à escuridão

De uma cela feia e fria,

A luz do Espírito Santo

Sobre Ele refulgia

Se não pregava falando,

Então, Bunyan escrevia."

 

O cordel está disponível, na versão e-book, no site da Amazon. O livreto impresso pode ser adquirido diretamente com o autor, por meio do perfil no Instagram @jenersonalves.



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